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Curly aos Bocadinhos

Curly aos Bocadinhos

Dar mais uma oportunidade

Sempre fugi do Algarve. Férias para mim não é confusão, multidões, preços para estrangeiros e torres de prédios ao pé da praia. Gosto de sítios sossegados, onde possa descansar. Férias em sítios altamente turísticos e cheios de confusão por todo lado não são férias. É vir das férias a precisar de férias.

Lembro-me, assim muito, muito vagamente que fiz umas férias em Tavira quando era miúda. Devia ter qualquer coisa como 3 ou 4 anos. Passámos umas férias em casa de uns primos que moravam lá. Acampámos no quintal deles e contam os meus pais que foi muito bom. A praia era óptima, todos os dias apanhavam marisco e o jantar eram grandes petiscadas feitas por quem sabe e foi uma semana fixe. Mas eu não me lembro. Tenho uma imagem ou duas, muito fragmentadas.

Depois passei um fim-de-semana no Alvor já há uns 10 anos atrás. Não estava muito animada, mas lá fui. Não gostei do parque de campismo. Não tinha grandes condições, o terreno era péssimo (consegui partir duas estacas ao montar o iglo, e não eram daquelas estacas que vêm na compra do iglo, eram estacas em ferro feitas pelo meu pai...ele nem queria acreditar que eu as consegui partir). Era tudo caríssimo, não havia um restaurante de jeito, as pessoas eram antipáticas. À noite, fui a Portimão e era a loucura. Não se conseguia dar um passo sem tropeçar em alguém. Andei horas a fio, à procura de um sítio para beber café. Não havia uma mesa. Tudo à pinha. Às tantas avistei uma mesa na esplanada de um bar. Finalmente pude sentar-me. Pedi café. Não tinham café. Fico exausta em sítios assim!

E, portanto, o Algarve nunca era opção para férias. Costa Vicentina, sim. Zona da Serra da Estrela, sim. Norte, sim. Algarve, deixo para os outros.

No entanto, porque a família já é grandita, tentamos sempre encontrar hotéis, resorts, aparthotéis, etc, que tenham quartos familiares (que são raros) ou apartamentos. Porque não podemos ficarm todos num quarto normal de hotel. E não gostamos da ideia de ficar em quartos separados, mesmo que sejam lado a lado, porque com entradas independentes não ficamos tão tranquilos. Apesar de as crias mais crescidas se portarem muito bem, serem muito responsáveis e já terem muita autonomia. Ainda os queremos debaixo da asa.

Como para as férias em Setembro não conseguimos ir para o sítio do costume começámos à procura de alternativas. E, desta vez, foi-se parar ao Algarve. É um resort, com apartamentos e vilas. Tem 7 piscinas. E fica perto de duas praias. E fica em Albufeira, perto o suficiente para se ir lá dar uma volta, porque não conheço, mas longe o suficiente para não se levar com a confusão. E, pronto, vamos dar uma oportunidade ao Algarve. Pode ser que corra bem e fique como mais uma opção para férias. A coisa boa de ser perto da Albufeira é que é desta que vamos ao Zoomarine. E eu já ando a babar com a ideia de ver golfinhos. Eu depois conto...

Refeições com música ao vivo

Cá em casa as refeições de Petit Me (aquelas que requerem colher, porque as outras está-se bem) são acompanhadas de música ao vivo. Que é como quem diz "Mãe com nódoas em versão karaoke live".

Petit Me gosta de comer, gosta da papa, da sopa, da banana, da maçã (a pêra ainda está a pensar nisso). Mas dá-lhe muito para encostar o queixo ao peito e ferrar os beiços. Não é porque não queira comer. Faz isto um bocado na reinação, assim como lhe dá para o "Brrrr" e para fazer ginástica rítimica (que dá muito jeito quando a colher vai a caminho). Vai daí que, quando lhe dá para isso de ferrar os beiços, é preciso animação. E, portanto, aqui a je presta-se ao papel da cantadora-de-karaoke-de-quinta-categoria. Porque assim que entro na versão melodiosa o moço ri-se. Porque a música é muito boa. E a cantadora é esforçada, coitadinha! E assim abre a boca e lá marcham as colheradas.

E, então, o grande sucesso musical é aquela música do "Quá quá, faz o pato. Ão, Ão, faz o cão. Miau, miau faz o gato, que é um espertalhão. Zz faz a abelha. Mu mu a vaquinha. Mé, mé a ovelha, que é tão fofinha". E ele derrete-se muito com isto. Mas depois eu farto-me de voltar ao mesmo e mudo para o "Come a papa, Marcos, come a papa" e tal e tal. Ou para o "Pa-pa, papa, pa-pa papa, pa-pa-pa, pa-pa-pa, pa-pa-pa-pa-pa-pa, pa-pa-pa-pa-pa-pa, Cérelac". Mas depois não gosto muito desta, porque a Cérelac não patrocina esta minha actividade musical. E ainda por cima a papa é Nutribén. Mas já tentei encaixar e não gosto. Não é assim como dizer Marcos em vez de Joana.

Claro, está que depois, fora das refeições, lá anda aqui esta a cantarolar as músicas das refeições na hora de mudar a fralda, de embalar e até na hora de cozinhar o jantar da malta grande, ou na hora de lavar a loiça.

Faz-se o que se pode!

 

Profissões que eu não poderia desempenhar correctamente #3

Costureira!

É ponto assente, não nasci para a costura. A minha veia de fada do lar só palpita por certas tarefas. Por outras até se entope.

A minha avó materna, com quem tive muitas "aulinhas" sobre como "ser uma mulher", ensinou-me muitas coisinhas boas de menina prendada. Umas aprendi-as, outras aperfeiçoei-as, outras ficaram embebidas em mim de tal modo que não sei viver de outra maneira. Fiz muito crochet e malha, que era para depois poder ir brincar com as bonecas ou ir para a rua. Mas a grande tortura eram as "aulinhas" de costura. Cruzes, credo! Não tinha jeito nenhum. "Agora vamos fazer uma baínha!". Vamos! Então não? "Ah, hoje vou-te ensinar a chuliar!" WTF?? Mas eu lá quero saber chuliar! Isso até soa mal. Pronto, apesar do descontentamento, contentou-se com a ideia do a rapariga já sabe pelo menos pregar um botão ("Nenhum homem quer uma rapariga que não saiba coser um botão!"). E, pronto. Foi arte que não aperfeiçoei. Até porque fujo da tarefa como o Diabo da cruz. A minha "caixa de costura" é uma vergonha. Só por ali se vê que o primor não é muito. Tem assim um ou dois rolinhos de linhas e uma ou duas agulhas e pronto.

A minha mãe sofre muito dos nervos porque a sua filha linda não tem um dedal. E quando alguma vez pega em agulha e linha para coser fá-lo sem dedal. E ela não percebe como eu consigo. E acha que isso revela logo, de forma demasiado óbvia, que não faço a menor ideia do que estou a fazer. E não faço. Mas a cena do dedal atrapalha-me e então com um dedal é que não consigo fazer nada. Sou do contra diferente.

De vez em quando lá vem o Semi-Deus com um botão que caiu da camisa pedir-me se não me importo de o coser. Eu não me importo, mas o jeito é tanto que às vezes até me importo. E umas vezes lá vou eu, com muita taquicardia, fazer esta tarefa tão simples mas que eu até parece que levei uma paulada na cabeça, porque me sobe o stress ao cérebro.

Mas depois tudo o que vai para lá do coser um botão é um stress maior. Não sei, não quero fazer, não faço e é para isso que inventaram as lojinhas com costureiras.

Hoje devo ter tido uma inspiraçao muito divina e lembrei-me de umas calças que precisavam de levar um pontinho porque tinham duas costuras a querer abrir. Lá estive, com muito afinco, língua de fora ao canto da boca em concentração máxima. Cosi aquilo de fio a pavio. Acho que aquilo tão depressa não abre. Quando terminei olhei para a costura com um imenso orgulho. Dei por mim a pensar "Curly Maria, que orgulho! Ficou tão lindo isto! Uma pessoa alcoolizada ou com Parkinson não teria feito melhor!".

Irra!

Há pessoas que existem neste mundo e têm 3 estados:

 

- ainda não chegaram;

- já sairam;

- estão em reunião.

 

Fantástico! Quando for grande também quero ser assim!

...

Momentos em que me apetece despejar um balde de caca em cima de alguém:

Quando assim que o puto adormece há alguém que se agarra ao berbequim com unhas e dentes e há um cromo que decide abancar aqui na rua no seu carro merdoso, com a música no máximo, qual discoteca ambulante.

E acordam-me o puto!

E ele fica rabuja como o raio porque não dormiu tudo!

Fónix, mas porque é que não vão para a praia ver mamas?

Cenas...

A maioria dos gajos gosta de ir ao futebol. E de gajas. E tem fetiches com cenas. Uns até têm a tara dos pés. O meu vizinho de cima gosta de berbequins. Cada um é para o que nasce e a mais não é obrigado. Mas às vezes ainda gostava de saber o que tanto fura aquele homem. Das duas uma, ou já tem pouca parede sem buraco, ou faz da sala uma oficina de carpintaria. Ainda bem que não lhe deu para explosivos.

É o que eu digo

Depois deste episódio com o cartão MB e a abertura de uma nova conta (ainda não tenho o cartão MB desta, porque para além de toda a demora ainda me tentaram impingir um cartão Woman, mas depois afinal faltava não sei o quê, porque me explicaram mal as características do produto e então tive de lá voltar e pedir um cartão normal e ainda estou à espera que chegue), senti-me durante uns tempos a voltar muito atrás no tempo. A ter de andar com pilhas de dinheiro na carteira, o que para mim é uma aflição. Gosto de ter pouco dinheiro comigo e prefiro pagar as coisas com MB.

 

Agora vêm estes senhores implementar esta medida. Diz que vão poupar 5 milhões nas comissões. Está bem! Mas então escusam de dar tangas e de dizer que é para ajudar a concretizar mais oportunidades de poupança para mim! Mas eu preciso que o Pingo Doce venha dizer que eu tenho de poupar e como o devo fazer? Eu gasto o meu dinheiro da forma que mais me aprouver, oras! E poupo se e como quiser. Depois já se sabe, que mais cedo ou mais tarde os outros supermercados decidem implementar o mesmo, porque não querem ficar atrás.

 

Eu percebo que se tentem adoptar medidas para redução de custos. Mas, quando o negócio é um serviço de venda directa ao cliente, criar mecanismos que reduzam comodidade pode ser prejudicial. Se calhar podiam tentar outras medidas, sem impacto directo no cliente.

 

E é verdade que se sabe que a SIBS, assim como a Unicre, são um bocado mercenárias nas taxas e comissões que cobram. Até se fala que mais cedo ou mais tarde vão começar a cobrar um balúrdio por cada vez que um cidadão use o cartão MB, seja para que operação for.

 

Por isso é comum ver muitas lojas com limite mínimo para pagamentos com MB. Mas tipicamente são pagamentos abaixo de 5€. E estamos a falar de lojas com pouco movimento e onde a grande maioria dos pagamentos são de baixo valor (cafés, papelarias e assim). Percebe-se, tentar que o cliente não pague um café ou o jornal com MB. Portanto, se calhar era aceitável que uma cadeia de supermercados, com um nível de transações muito superior a uma qualquer loja de bairro, também impusesse um límite de 5€ para pagamentos electrónicos. 20€ parece-me exagerado. Eu percebo que imponham isso também para evitar que o cliente que vai comprar um saquinho de pão, que custa uns 0,50€, pague com cartão. Mas acima de 5€, se calhar deviam aguentar-se à bomboca. O que vale é que uma pessoa hoje em dia vai a supermercado, compra meia dúzia de cenas, e pumba, a conta chega e excede facilmente os 20€.

 

Mas, lá está, entre a chulice da SIBS/Unicre, as complicações com os Bancos, e este género de medidas, qualquer dia voltamos ao tempo dos nossos avós, em que o dinheiro todo que existia era guardado em casa, debaixo do colchão ou espalhado por vários pontos da casa, que era para não estar todo junto. O que acaba por ser uma tristeza. Tantos passos dados no sentido de se evoluir, tanta tecnologia criada para suportar isto, e agora parece que se quer voltar atrás. Isto deve querer dizer que afinal esta coisa dos mercados virtuais mais cedo ou mais tarde vai falhar redondamente.

Pa-Pa Papa, continued...

E, depois da primeira incursão pela diversificação alimentar, que começou pelos cereais, Petit Me também já experienciou sopita e frutinha. A primeira sopa foi uma javardeira ainda maior do que a papa, porque o estado mais líquido da coisa não ajudou. Mas, o puto adorou a sopa. A cada colherada enfiava os dedos na boca e ficava a chuchar neles para melhor saborear. Umas vezes come melhor, outras pior, mas no geral gosta de sopa. E, depois de uma má compra de papa Blédina, que era assim para lá de má e ele achava que devia ser eu a comer aquela porcaria, voltámos à Nutribén e à descoberta da papa Multifrutas. Até se lambe todo! A sopa, pois a primeira foi assim básica, a segunda também, apenas com a troca da cenoura pela abóbora. Agora a próxima vai levar qualquer coisita verde. Talvez assim umas folhitas de alface. A fruta, primeiro foi banana, que foi recebida com muitas caretas e arrepios. A maçã foi recebida com muitas chupadelas de dedos, que é assim indicador de apreciação. Depois, voltou a provar a banana e agora é vê-lo deglutir mais rápido que eu sei lá. Marcha muito bem a banana e a maçã. Hoje acho que lhe dar a provar a pêra.

 

Em termos de balanço a nível de nódoas, pois a papa já corre muito melhor, quase não se suja o babete, mas de vez em quando dá-lhe para fazer "Brrrrrrrrr" com a boca cheia de comida e é bem! Às vezes até me dava jeito uma espécie de limpa pára-brisas para os óculos. Imagine-se então quando na maluqueira lhe dá para fazer isto com a sopa. É bonito. Porque quando está com fomeca e lhe sabe bem a comida, fica tão contente que o "Brrrrrrrrr" é assim para me dizer que está a curtir a coisa. Mas podia fazer um like com o polegar, que fazia menos porcaria. Mas ainda não sabe. E também acha muita graça mostrar que está a curtir o almoço ou o jantar com o balançar de pés e mãos, tudo ao mesmo tempo, e às tantas já não sei se tem na boca o pé, se a mão, se o babete, se a colher. Que também acha piada agarrar e depois lá se emborca tudo para o babete.

 

Mas, alegria das alegrias, de dia para dia vai ficando menos trapalhão a comer, até agora tudo funcional a nível de barriguita, nada de alergias e, pronto, siga para bingo.

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