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Curly aos Bocadinhos

Curly aos Bocadinhos

Correio bom - Bizâncio

 

Depois de uma espera maior que o antecipado pelo senhor carteiro ou por visita na caixa do correio, finalmente consegui encontrar estes bebés nos CTT ainda por distribuir, quando já me deviam ter chegado às mãos lá para sexta-feira. Mas pronto, não lhes aconteceu nada e já estão sãos e salvos aqui em casa.

 

Obrigada pela oportunidade, Editorial Bizâncio!

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São dois livros do Yasmina Khadra, autor de Cada Dia é um Milagre, do qual tanto gostei. Portanto, as expectativas são altas.

 

Deixo aqui novamente as sinopses.

 

O Que o Dia Deve à Noite

«O meu tio dizia-me: ‘Se uma mulher te amar, e se tiveres a presença de espírito para avaliar a extensão desse privilégio, nenhuma divindade te chegará aos calcanhares.’ Orão sustinha a respiração nessa Primavera de 1962. A guerra iniciava as suas derradeiras loucuras. Eu procurava Émilie. Tinha medo por ela. Tinha necessidade dela. Amava-a e regressava para lho provar. Sentia-me capaz de enfrentar furacões, trovões, todos os anátemas e as misérias do mundo inteiro.»

 

A Última Noite de um Tirano

«Durante muito tempo acreditei que incarnava uma nação e que obrigava os poderosos deste mundo a ajoelharem-se perante mim (...)»

Uma personalidade Kadafi não poderia deixar indiferente Yasmina Khadra que com este mergulho vertiginoso na mente de um tirano sanguinário e megalómano, nos traça o retrato universal de todos os ditadores depostos e desvenda os móbeis mais secretos da barbárie humana.

Está oficialmente aberta a época das viroses?

Quando chega o calor começam as viroses gástricas. 

Quando entra o Outono (ainda que não esteja particularmente frio) começam as viroses dos ranhos.

 

Ontem o Marcos vinha da Escola com febre e muito ranhoso.

Depois de passar uma boa parte da tarde com o Semi-Deus no hospital para a consulta do pós-operatório, porque aquilo estava tudo atrasado, cheguei a casa e ainda tinha a encomenda ranhosa pequena. Vai para o Centro de Saúde e mais quase duas horas de espera. Para uma consulta com um médico que mal olhou para ele. Auscultou-o e pediu-lhe para pôr a língua de fora. Apalpou-lhe os ouvidos. O diagnóstico foi que tinha a garganta toda inflamada e receitou-lhe antibiótico. 

Há que admirar estes médicos com capacidades de visão raio-X!!

Como é que o puto mal mete a ponta da língua de fora e ele lhe consegue ver as amígdalas é coisa que me deixou aparvalhada. Bravo!

"E os ouvidos doutor, não vai ver se tem alguma coisa?", "não é preciso, isto não tem nada".

Depois também gostava de perceber estes achaques que dão ao Marcos (e se calhar a outros miúdos também). Ontem buéda febre, buéda ranho, muito prostrado, dormir mal, choramingar muito, dar mais Ben-u-Ron a meio da noite e hoje de manhã, ainda que tenha ficado em casa, acordou fresco que nem uma alface. Nada de febre, nem um pingo de ranho.

 

São mistérios da Natureza, os médicos visionários (ou será adivinhos) e estas cenas que dão ao Marcos e lhe dão forte e passam depressa, que uma pessoa nem sabe o que foi.

Foi virose?

Garganta inflamada? Eu não sou médica, mas o puto não tem a garganta vermelha.

Para viroses não se receitam antibióticos.

Enfim, Já comprámos o antibiótico mas agora que lhe olhei bem para a garganta, estou na dúvida se lho vou dar.

Destruir defesas por algo que parece que já passou?

 

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Do fim-de-semana

A semana passada foi um bocado turbulenta, com regresso às aulas, mudança de escola para o Marcos, cirurgia do Semi-Deus, TPM da je, problemas com o carro, enfim, parece que não passou uma semana por mim, mas um camião.

De modo que até deu jeito que o Semi-Deus tivesse de estar por casa, porque isso obrigou a um fim-de-semana mais caseiro. Mas caseiro significou de papo para o ar? Infelizmente não, e as minhas pernas hão-de concordar. E as costas talvez também.

 

Sexta-feira contactei o hospital de manhã, depois de deixar os putos na escola, para saber novidades do Semi-Deus. Consegui falar com ele e confirmar que saía naquele dia, só que a hora é que coiso. É sempre na base da adivinhação. Acabei por pedir novamente à mãe do Semi-Deus para me tratar de ir buscar os putos às escolas e ficar com eles até chegarmos. 

Dei uma arrumação rápida na casa antes de sair e por volta do meio dia estava no hospital, para o início da visita. Depois foi esperar. Acabou por ter alta já practicamente às 5 da tarde. A última coisa que precisávamos era do carro a pifar na viagem de regresso, mas há coisas que não controlamos e o gajo pifou. Lá liguei novamente para a assistência em viagem, reboque para levar o bólide para a oficina, táxi para nos levar a casa. Enfim...

 

Sábado

Acordei acho que antes das 9. Tomei banho, vesti-me, levei a bicha à rua. Tratei do puto e fomos os três num instante ao centro tratar de uma cena rápida. Antes de sairmos de casa ainda me ligou o senhor da oficina a dizer que o carro estava pronto, o que foi um alívio, por isso ainda o fomos buscar antes de voltar para casa, que isto ainda não era para o Semi-Deus andar na rua. Fiz um rolo de carne com batatinhas doces no forno, que deu para almoço e jantar. E, depois, apetecia-me mesmo vegetar. Mas lembrei-me que a partir de segunda-feira vou ter as manhãs ocupadas num Curso, por isso acabei por me ir agarrar ao ferro de engomar. Que bom! Passei a tarde practicamente toda a engomar. Depois do jantar, cozinha arrumada e cadela arejada, ainda me agarrei de novo ao ferro para despachar a roupa que tinha acabado de apanhar do estendal. Foi uma estucha! Ainda consegui pegar no livrinho novo e dei-lhe um grande avanço (porque se confirma que se lê bastante bem) até à hora de o Marcos ir para a cama, hora em que finalmente se pode ver TV nesta casa. Vi o Som de Cristal (que esta semana foi uma real cagada) e depois lembrei-me que me tinha esquecido completamente dos novos episódios do Chicago Fire na quarta-feira. Mas, com a hora avançada e o cansaço, nem consegui acabar de ver o primeiro episódio.

 

Domingo

Acordei lá para as 10 ou perto disso (acho eu). Tomei o pequeno-almoço. Fiz um bocado de ronha. Dei banho ao Marcos e tomei banho, etc, etc. Fui com a bicha à rua. E fui às compras ao supermercado. Fiz almoço, pus os atoalhados do WC todos a lavar, arrumei a cozinha, estendi as toalhas. Dei banho à cadela. Descansei um bocadito. Depois voltei para a cozinha para pôr ao lume o Rib Ragu que ia ser o jantar, já que aquilo é slow cooked. Aspirei a casa toda. Fui dar uma mexidela ao Rib Ragu e o molho saltou-me em cima e queimou-me um bocadito abaixo do pescoço. Um bem-haja ao Bepanthene que ajuda logo a aliviar a coisa. Descansei mais um bocadito. Fui buscar a Madalena a casa do pai. Jantámos, arrumei a cozinha, fui com a bicha à rua.

 

Sim, fim-de-semana caseiro é uma merda aqui para estes lados. Acho que faltam mãos para me ajudar, que isto de estar tudo em cima de mim começa a ter muito pouca graça... 

 

And now, for some Spanish, olé!

Nova leitura

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Sinopse

 

Será demasiado tarde?

Leonie estava apaixonada e noiva, mas decidiu fugir da sua antiga vida em Dublin para começar de novo - algures onde ninguém a conheça nem ao segredo de que ela foge. Ao instalar-se no seu novo apartamento encontra por acaso um maço de cartas de amor, todas escritas por um homem chamado Nathan e dirigidas a uma mulher desconhecida. Todas as cartas terminam de forma intrigante com as mesmas três palavras: «Por favor, perdoa-me».
Comovida com as palavras sinceras de Nathan, Leonie propõe-se a desvendar o mistério do casal e do que lhes correu mal. Se entregar as cartas à legítima proprietária, poderá o amor da vida de Nathan conseguir perdoar-lhe? E durante o processo talvez Leonie consiga também perdoar ela própria algumas coisas…

 

Alguma vez sonhou em fugir?
Deixar o passado para trás?
Leonie fez exatamente isso. Mudou-se para outro país e arranjou um novo emprego, um novo lar, uma nova vida...
Mas, quando descobre uma caixa de cartas de amor no fundo do roupeiro que terminam todas com «por favor, perdoa-me», vê-se atraída para o mistério delas.

 

Mais um livrinho da Quinta Essência.

 

Cheira-me que é mais um daqueles livros que se devoram...

Menos mal!

Apesar de a oficina estar fechada aos Sábados, o mecânico decidiu ir até lá hoje, porque ficou a pensar em eu ficar de novo sem carro e ter ficado empanada na estrada vinda do hospital com o marido operado há pouco tempo (um fofo). Ligou-me há bocado a dizer que o carro estava pronto, que tinham sido duas anilhas mal colocadas que fizeram perder óleo e perder a pressão na embraiagem. E custo zero. 

 

Menos mal!

 

Qual é o problema de momento? Trust issues. Eu agora tenho trust issues com o carro. Cada vez que lhe pego estou sempre com a sensação de que há qualquer coisa de errado ou de que, a qualquer momento, fico agarrada ao pau novamente e não consigo descontrair.

 

Please, car, be good to me...

Cenas!

E o carro voltar novamente a pifar quando se vem de regresso a casa com uma pessoa que acabou de ter alta no hospital depois de uma cirurgia, a precisar de se deitar para parar de sangrar do nariz? Não é uma maravilha?

Mais um fim-de-semana sem carro, mais um início de semana sem carro, com montes de cenas para fazer. E mais uma despesa.

Fónix, já chegava, não?

 

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Leitura terminada

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Sim, leu-se assim tão rápido! Eu desconfiei, quando lhe peguei, que ia ser assim.

 

Digamos que estou em choque. Ler um livro destes é difícil. É muito difícil. Porque aqui não se avalia a qualidade literária da escritora. Isto não é uma história de ficção, não é uma fantasia. Isto é a história contada em primeira mão pela vítima a quem isto aconteceu. Sendo isto uma coisa horrível. Da qual eu confesso que não tinha ouvido falar.

 

Eu digo-vos uma coisa, sentia-me sempre em taquicardia e a pensar "Eu não quero ler a próxima página" em cada página que virava, conseguem perceber? Porque morria de medo do que vinha a seguir. Mas tinha muita dificuldade em parar de ler. Isto foi uma coisa surreal!

 

Já se ouviram ou leram história de namorados, ex-namorados, maridos, ex-maridos que atacam as mulheres. Lembro-me de histórias de mulheres regadas a gasolina para a seguir serem incendiadas. E coisas deste género. Mas o sadismo deste homem era assim qualquer coisa de inexplicável. Ser capaz de fazer o que fez com as próprias mãos é...incrívelmente mau!

 

Lembro-me de ouvir dizer que, em tribunal, uma pessoa leva uma pena maior se matar alguém com uma faca do que com uma pistola. Porque é preciso mais sangue-frio para o fazer. E para fazer o que este homem fez? É um bloco de gelo. Ou alguém muito doente.

 

Enfim, é um livro que se devora por ser tão assustador. Passei o tempo com medo do que ele ia fazer a seguir e com medo do que a Tina também ia fazer a seguir. O voltar constantemente para ele, o acreditar que ele ia mudar, o precisar dele como se de uma droga se tratasse...fez-me confusão. Apetecia-me gritar-lhe "Não, Tina, por favor, não faças isso, pá". Mas ela não me ouvia. Mas, na verdade, depois de nos destruirem a auto-estima se calhar é fácil acreditar que temos aquilo que merecemos.

 

Algumas frases:

 

"Diz-se que nunca se deve voltar para viver no lugar onde se cresceu."

 

"A única coisa de que uma pessoa precisa para viver é ter familiares e amigos com quem possa contar."

 

"Estava dividida entre achar-me uma idiota por me ter deixado cegar pelo seu encanto e culpar-me por trazer ao de cima o que de pior havia nele. Quando uma pessoa começa a sentir que está no fosso baixa os seus padrões, porque sente que não merece melhor."

 

Algumas incoerências ou partes que me deixaram dúvidas:

Havia partes em que não se percebia bem o enquadramento de uma situação. Algo do género "tudo começou porque estávamos a discutir na cozinha". A discutir sobre o quê? Foi ela quem começou? Algumas passagens em que parecia faltar algum contexto. A parte de a Tina, que em algumas partes refere mal ter dinheiro para comprar comida, de repente teve dinheiro para remodelar e mobilar a casa toda. De onde veio o dinheiro? Ser referido diversas vezes que os filhos estavam com o pai de um deles (o que parecia ser com alguma frequência). Não costuma ser muito frequente o pai de um filho ficar constantemente com uma outra criança que não é sua (sendo que parece que nunca ficava com o próprio pai) - o que se calhar tem uma qualquer explicação lógica, mas não aparece no livro e deixa-nos algo confusas.

 

Ainda assim, um livro imperdível sobre coragem e sobrevivência! E um alerta para situações de violência doméstica.

 

PS - Bom, depois de ler o livro tive curiosidade e pesquisei o nome Tina Nash. E fiquei ainda mais horrorizada (pensei que não era possível). Mas deparei-me com uma notícia em que se diz que, 2 anos depois da agressão por Shane Jenkins, Tina Nash voltou a sofrer um mau momento com o novo namorado Roland Alli que a terá agredido com uma faca em casa (ainda que não estejam bem explicados os contornos da situação), tendo sido condenado a 14 semanas de prisão (isto foi em 2013) e a uma ordem de restrição de aproximação (que resultou muito bem no caso de Shane Jenkins [ainda gostava de perceber qual a lógica dos juízes quando passam uma ordem destas - a sério que acham que um pedaço de papel impede alguma coisa?])...

 

Eu não passei por isto, mas interroguei-me "se tivesse passado ia querer estar novamente com alguém?". Sinceramente achei que não. Mas quem sabe, talvez, depois de recuperar, querer acreditar, não querer passar o resto da vida sozinha...Mas bolas, há pessoas que parece que têm um íman para coisas horríveis e pessoas horríveis!! Mais vale estar sozinha...

 

Desculpem se vos choca, mas deixo-vos uma foto da verdadeira Tina Nash, onde podemos ver como ficou depois do ataque de Shane Jenkins (depois de recuperada das nódoas negras e inchaços, claro) - sem um olho e com o outro coberto com um olho de vidro, por ter ficado danificado de forma irrecuperável.

 

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