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Curly aos Bocadinhos

Curly aos Bocadinhos

Depois das piadas ao microfone, as piadas ao Brexit

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E também o SWEXIT (Suécia) - isto agora é só tirar senha no caracol vermelho e esperar a vez.

 

 

Hoje acordei às 6 e pouco da matina, fui ao WC, sentei-me no trono sanitário, liguei o wifi e, ainda com muitas ramelas nos olhos, abri a página do Sapo para ver os resultados do referendo em Inglaterra. O Sapo tinha uma notícia que dizia que o remain tinha ganho. Senti um alívio, para lá do fisiológico. Depois abri o Facebook e vejo posts com artigos que diziam precisamente o contrário. Até me deu uma dor de barriga. Felizmente estava no sítio certol Isto foi assim como um daqueles thrillers mesmo bons em que já estamos à espera de ver os créditos finais do filme e há um twist final mirabolante no último segundo. 

 

Bom, agora que já nos rimos dos trocadilhos e da conversa sanitária, deixem-me lá ver se consigo escrever algo sobre a confusão que foi o dia de hoje. Tanto se escreveu e tanto li sobre o assunto que me sinto confusa. 

 

- Senti que durante o dia de hoje as pessoas andavam um bocado dormentes, com sensações estranhas que não se conseguiam bem explicar. Aquela sensação de que algo de muito errado aconteceu, está a acontecer ou vai acontecer. Fez-me lembrar a sensação do 9/11, apesar de ser algo totalmente diferente, mas pairou o mesmo estado de estupefacção. Really? foi a pergunta do dia.

 

- A manhã abriu com as notícias e comentários sobre a loucura que foi a bolsa hoje (e será nos próximos dias, semanas, meses?), com bancos e empresas a verem as suas acções a descer, a Libra a descer para valores de 1985, o Euro a descer por arrasto, a procura desenfreada ao ouro. Isto os mercados são a coisa mais louca que já vi, em que tudo fica desvairado, tudo fica vermelho, os traders e malta do mercado cambial ficam perto dos AVC's e ataques cardíacos, para além de afónicos. É a loucura! 

 

Algumas considerações pessoais sobre a saída da Inglaterra (ainda fará sentido falar em Reino Unido?):

 

- Fiquei surpreendida pela saída ao mesmo tempo que não fiquei surpreendida. Se pensarmos bem, a Inglaterra sempre teve uma posição muito especial dentro da União Europeia. Havia os outros países e havia a Inglaterra. Como tinham uma moeda, na altura forte, nunca quiseram aderir ao Euro, apesar de a Libra ter perdido muito do seu peso.

 

- Sempre me perguntei porque seria que foi permitido esse estatuto especial à Inglaterra. Ou estão on board, ou não estão. A União Europeia devia ser como os casamentos, para o bem e para o mal. Nesse sentido acho que a Inglaterra se colocou numa posição muito conveniente de querer estar na União Europeia para se aproveitarem de todas as vantagens e benefícios e não levarem com a porcaria, com as partes más e penalizadoras. Para lá de não quererem perder o controlo do mercado de Londres onde circulam rios de dinheiro. Mas era uma relação condenada ao fracasso. Nunca apostei o meu dinheiro nessa relação.

 

- Naturalmente que me parece mais fácil para um país como a Inglaterra sair da União Europeia do que qualquer outro país que aderiu ao Euro.

 

- Ainda assim, para lá dos efeitos a nível de mercados e de especulação hoje, resta saber quais serão as verdadeiras consequências deste resultado.

 

- Parece que a Inglaterra veio dizer que, apesar de sairem da UE, querem manter as portas abertas e as relações comerciais e de negócios o mais possível dentro do que existia até aqui (interesseiros, much? vem na linha com a sua postura dentro da UE).

 

- Assumimos que se vão manter no espaço Schengen (ainda que, mais uma vez, a Inglaterra não tenha aceite todos os termos do Acordo) e que não vai haver encerramento de fronteiras e necessidade de passaportes e vistos e o camandro.

 

- Parece que há bancos e empresas estrangeiros que já se estão a preparar para dar de fuga de Inglaterra.

 

- Provavelmente isto vai ter um enorme impacto no investimento em Inglaterra e nas importações/exportações e todas as relações comerciais.

 

- Naturalmente, a Escócia e a Irlanda agora querem sair do Reino Unido, porque, de acordo com os dados do referendo, votaram no remain e agora não querem misturas; o que vai dar molho dentro do próprio Reino Unido, porque Inglaterra vai dizer-lhes que têm de ficar juntos porque a união faz a força (incoerência, much?).

 

- O que acontece aos portugueses (alguns ex-colegas meus, por exemplo) que foram, ainda há bem pouco tempo, trabalhar para Inglaterra? Parece que o Governo português já veio recomendar que tratem da dupla cidadania para evitar problemas (mas será que agora não vai ser mais difícil consegui-la?)

 

- Agora é boa altura para comprar uma casa no centro de Londres? Aquilo vai ficar tudo ao desbarato?

 

- A malta pode desatar a comprar centenas de produtos na Amazon.co.uk a preços da uva mijona e depois vender cá com lucro?

 

- É verdade que acho que o ideal da UE (Comunidade Europeia) quando foi pensado lá pelos anos 50, até tinha algo de visionário e, quase, bonito. Mas as coisas mudaram muito e creio que se tentou forçar essa visão durante anos e anos, distorcendo essa visão na prática para algo que se veio a revelar uma união com muito pouca união, uma união muito pouco democrática, com muitos interesses financeiros dos países mais fortes em explorar os países com mais dificuldades económicas. E foi por aí que, nos últimos anos, surgiu este grande descontentamento com esta arrogância de alguns países mais ricos que veio mostrar que a UE está podre e a visão original já há muito se perdeu. Porque o verdadeiro impacto da adesão à UE só se notou realmente com a adesão ao Euro. Aí sentimos muito na pele, na carne e nos ossos como era difícil para países com menos poder económico pertencer a uma equipa de atletas de alta competição quando tinham pernas curtas e dificuldades respiratórias.

 

- Só que agora estamos entalados nisto, porque para quem aderiu ao Euro, vai ser muito mais problemático sair e as consequências serão muito mais desastrosas do que já vai ser para a Inglaterra (que se calhar ainda não percebeu bem tudo o que aí vem e por isso é que já se fala que se andam a fazer petições para fazer um novo referendo).

 

- A UE se calhar podia aproveitar este momento histórico, que temos oportunidade de assistir ao vivo hoje, para repensar os seus ideais, as suas políticas, em prol de uma UE realmente unida, forte, equilibrada. Mas se calhar vão fazer o contrário. Vão armar-se em porcalhões e usar a Inglaterra como um aluno mal comportado que agora vai sofrer muitos castigos e servir de exemplo a mais algum aluno que queira fazer o mesmo.

 

- E já há muitos alunos mal comportados a quererem sair. A Suécia, a França (a extrema direita,claro), entre outros.

 

Enfim, continuo baralhada, o mundo económico, político, financeiro e social no espaço europeu (e arredores) vão continuar muito confusos também durante uns tempos. Até porque o processo de saída pode demorar 2 anos ou mais (ainda que de certa forma a UE pareça estar com muita pressa de cortar as amarras). O que não é bom numa altura em que a economia e as finanças ainda mal andam de joelhos depois da crise de 2008.

 

No meio disto tudo sabem o que vos digo? Devia ter investido em barras de ouro. Hoje de manhã estava rica e a marcar viagens para as Maldivas, onde iria estar a curtir praia e bebidas à descrição, em vez de me agastar a pensar nestas coisas. E a encomendar um helicóptero e um iate. E a trabalhar para o bronze que bem preciso... 

Novidades ** Saída de Emergência

No site da Saída de Emergência fiquei empolgada com duas novidades. A saber:

 

- Anexos, de Rainbow Rowell (autora do Eleanor&Park, de que tanto gostei)

- Retrato Mortal, de Nora Roberts a escrever como J.D. Robb (nunca li nada desta autora e, apesar de me fazer alguma confusão a quantidade de livros desta autora publicados todos os anos, fiquei curiosa)

 

Se quiserem espreitar outras novidades desta Editora, espreitem aqui.

 

SdE

Nova leitura

Depois de uma formação todo o dia sobre Mercados Financeiros, que vai continuar amanhã e parece que vai ser a parte mais complexa, há bocado olhei para a estante e pensei "this is a job for Sophie Kinsella".

 

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An anxiety disorder disrupts fourteen-year-old Audrey’s daily life. She has been making slow but steady progress with Dr. Sarah, but when Audrey meets Linus, her brother’s gaming teammate, she is energized. She connects with him. Audrey can talk through her fears with Linus in a way she’s never been able to do with anyone before. As their friendship deepens and her recovery gains momentum, a sweet romantic connection develops, one that helps not just Audrey but also her entire family.

 

Pois, parece que é mais um young adult. Mas é da Kinsella e uma pessoa precisa de Kinsella de x em x tempo, um bocado como certas medicações.

Leitura terminada

 

Hoje acordei lá para as 8h30, quando senhor Marcos saltou da cama. O Semi-Deus ficou na ronha (ontem tinhamos adormecido bastante tarde) e eu fui fazer companhia ao puto na sala. Primeiro pensei que, já que estava acordada, podia fazer a tarefa grande a que me tinha proposto hoje (mais uma arrumação de roupas dos pequenos). Mas ainda estava ensonada e sentei-me no sofá com este livro que me gritava da secretária para o continuar a ler. Só consegui parar na última página, já depois de o Semi-Deus ter acordado, de o Marcos já andar a pedir mais comida e só aí dei conta de que já eram quase horas de almoço e ainda estávamos todos em pijama. 

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Este livro! Ah, este livro!

Este livro, meus amigos, partiu-me o coração! Mesmo!

Creio que, como não o terminei de ler sozinha, acabei por engolir o choro (devo ter tido vergonha de chorar ou isso) e posso dizer-vos que passei o resto do dia com uma tremenda dor de cabeça e uma enorme dor no peito, que só passou quando há bocado tomei um Victan para me aliviar, porque a sensação de ansiedade não ia embora. Acho que não ajudou ter passado grande parte da tarde a arrumar roupas dos miúdos, distribuíndo o que já não serve para ser dado, percebendo o que falta comprar para este Verão, dando conta de como crescem depressa e não param. 

Que história esta! Tão bonita, tão triste, tão assustadora!

Fiquei em pânico. Sinto-me aterrorizada com a ideia de ser mãe de adolescentes.

Que medo! Que medo de não os compreender, de que não me falem do que sentem, de não os conhecer, de não saber dos seus problemas, de não ver sinais de perigo, de não os poder ajudar...de os perder. Um sufoco este livro!

Este livro fala-nos de dois adolescentes que andam juntos na mesma escola e que se falam pela primeira vez quando ambos se encontram no mesmo local, à beira de um possível suícido. Salvam-se um ao outro. Ajudam-se. Apaixonam-se. Amam-se. Tão diferentes, mas de certo modo parecidos, pelas suas perturbações. Envoltos por duas famílias distintas, uma completamente distante e indiferente, outra tão próxima e de grande apoio, e ambas as famílias não viram os sinais, não perceberam os perigos. 

Quando se envolvem acreditamos que o amor os vai "curar" e ajudar. Mas será suficiente? 

E a última frase do livro, que me deixou tão confusa com o que quer dizer. Vaguear de que forma? Expliquem-me! Não me deixem em suspense, porque não consigo deixar de pensar nestes dois. Acho que esta história me vai marcar durante muito tempo. 

É um livro maravilhoso e assustador...

Coisas de que eu preciso

Subsídios para:

- calças para o Marcos

- Bepanthene

- Arnidol

 

Perceberam a ideia? Sim, todas as semanas me rasga pelo menos um par de calças nos joelhos, sendo que às vezes podem ser mais. E tem as pernas que parece um Cristo, cheio de nódoas negras; aliás, nos joelhos o cluster de nódoas negras já é tão complexo que aquilo já é uma nódoa negra só. Fora os dois joelhos e os dois cotovelos todos esfolados, de quedas dadas em sítios tipo alcatrão e cimento e o coiso. 

 

Não querem contribuir?

 

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