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Curly aos Bocadinhos

Curly aos Bocadinhos

Água na boca...

Pois que me tem dado pouco para ver televisão. O aparelho está ligado praticamente todo o dia, é verdade (e eu devia ser penitenciada com o preço a que está a electricidade), mas é mais para fazer barulho de fundo. Mas, ando viciada nos programas de comida e aí prendo toda a minha atenção. Papo tudo o que seja Masterchef, Austrália, EUA e assim, Top Chef, JA ao Lume, Hell's Kitchen! De tal forma que estou em crer que ainda não me consigo enfiar em certas calças (ou será que são as calças que não se conseguem enfiar em mim?) porque ando a absorver calorias através do ecrã. Com as coisas tão evoluídas, tudo muito à frente e tal, acho que sim. Da mesma forma que às vezes parece que consigo sentir os cheiros e os sabores, vai na volta aquilo passa mesmo tudo através do ecrã. Mas, isto era mesmo era para dizer que chego também à brilhante conclusão de nunca serei uma chef de coisas gourmet. Especialmente se estiver a cozinhar para mim e algumas pessoas que conheço. É que em todos os programas, não há ali carnuncha que seja feita que não esteja rosada, quase crua, algumas quase ainda a fazer "Muuu" e "Oinc Oinc". E para mim carnuncha que é carnuncha tem de ser bem passada. Se fosse chef tinha de me dedicar aos doces...ou a peixe. Bifes e coisas que tal não era para mim, porque nunca estariam cozinhados de modo perfeito, de acordo com os critérios de quem percebe do assunto.

 

E qual é o interesse disto? Nenhum, mas apeteceu-me dizer.

Porque eu tenho destas conclusões brilhantes e não me importo de as partilhar. Pronto!

...

Para lá do meu cérebro, há outras partes de mim que estão desejosas de voltar ao emprego.

 

O meu cérebro, coitado, está mesmo precisadito de voltar a ser forçado a funcionar, de modo a tornar a sua dona mais produtiva.

 

Os meus rins não podiam estar mais ansiosos. Porquê? Porque quando estou a trabalhar, passo o dia a beber água. Passam-se poucos minutos sem que molhe o bico e diariamente o consumo de água ronda ali o litro e meio de água. Quando estou em casa, pois sou pessoa para me esquecer de beber água. Nunca percebi porquê. E, portanto, depois de vários meses em casa, os meus rins devem estar a adorar a falta de líquidos. Ainda por cima, mesmo no início da amamentação, quando me deram aquelas sedes loucas, não me deu para a água. Deu-me para o leite. O consumo era de um litro de leite por dia. Depois tive de abrandar, porque o fígado ressentiu-se e a pediatra de Petit Me até me disse que tanto leite podia provocar-lhe alergias. Entretanto a sede também abrandou. E agora, tirando um copo ou outro às refeições, passo o dia sem me lembrar de beber água. E diz que irrigar o corpito também faz bem ao cérebro e outras partes e tal.

 

E as minhas costas? Ui, essas estão desertas. Espero que a empresa mantenha o acordo com as massagens. As minhas costas estão cheias de saudades da querida Joana, das suas mãos terapêuticas, da sua infinita paciência para encontrar e cuidar das minhas contracturas musculares. E agora são mais as dores lombares. E uma dor no meio da coluna, de tanta muda de fralda, e veste e despe ao Petit Me, numa cama baixinha. E pegar ao colo um pequeno leitãozinho que aumenta de peso todos os dias e já vai quase nos 7,5 kgs.

 

E, pronto, nem tudo é mau no regresso ao bules.

 

 

 

Contagem decrescente

Daqui a precisamente um mês vou voltar a sentar a peidola o dia todo no aquário, envolta em papéis, leituras, escrita e assim. Acaba-se a "rica vida", as "grandes férias" e volta-se ao trabalho, que é para isso que me pagam. E é daqui a um mês porque juntei uns diazitos de férias ao fim da licença de maternidade. Porque senão, dia 6 de Setembro já lá estava. Mas assim ainda tenho mais uns dias para estar em casa com o Petit Me. E ainda vai dar para mais uns dias de férias em família, antes de a pequenada voltar também para os seus aquários estudantis. E quando eu voltar para o aquário, Petit Me ainda tem umas semanitas para passar em exclusivo com o seu papá. Que se vai entreter com mudas de fralda, dar papa, embalar para dormir, brincar, passear e essas coisas boas.

 

Neste último mês, para além de namorar muito este bebé, que é giro que se farta, muito simpático, risonho e conversador, tenho de aproveitar para fazer umas últimas organizações, porque depois de entrar na rotina é muito mais difícil.

 

É por esta altura que uma pessoa dá por si com mixed feelings. Por um lado, já se está há demasiado tempo em casa, as conversas são sobre papa, leite, cócó, xixi e óó, e apesar de se ter um bebé calminho e se conseguir dar umas voltinhas e assim, já se sente o atrofio mental de não se fazer nada de útil para lá de cuidar da casa e de um bebé, e de não se ter conversas de adultos, e sobre temas que não sejam assuntos familiares. E sentimos essa necessidade de sermos algo mais do que mamãs.

 

Por outro lado, é assustador a velocidade a que o tempo passa. De vez em quando volto atrás no calendário e certifico-me de que não se saltou aqui um mês ou dois, porque parece que ainda anteontem era Março e eu andava a tropeçar na minha própria barriga à espera que Petit Me decidisse nascer, e ontem era Abril e Petit Me chegava. Mas não. Estive a contar e os dias já passaram todos, e as semanas e os meses. E só falta mesmo um mês.

 

Há vários momentos na vida de uma criança em que é feito um corte do cordão umbilical. Um é verdadeiramente visceral e literalmente corta-se o cordão umbilical, que prendeu um bebé dentro de nós durante 9 meses. Agora nasceste, respira sozinho e separa-te fisicamente da tua mãe. Mas esta separação não se dá por completo. Porque é mais do que uma coisa física, do que um bocado de tecido que se corta, seca, e deita fora. É uma ligação para a vida. Uma ligação que roça o irracional, não se explica e sente-se para lá do físico.

 

Um dia temos de voltar ao emprego, depois de cerca de 5 meses a cuidar diariamente do bebé. E dá-se mais um corte.

Depois eles vão para uma creche ou ama. Mais um corte.

Um dia entram para a pré-escola. Mais uma tesourada.

Logo a seguir entram para a escola primária. E mais uma fase, mais um passo no crescimento. Mais uma tesourada.

E por aí fora.

 

São muitas as tesouradas que se vão dando, mas nenhuma delas é final. Eles crescem, mas o cordão umbilical é tão grande e forte que nunca se dá a separação total. Apenas fica mais curto, para que cada vez mais consigam ganhar autonomia e tornarem-se pessoas fantásticas. Mas serão sempre parte de nós, sangue do meu sangue, carne da minha carne, corpo do meu corpo.

 

Um filho é para a vida. E não é só porque precisamos de cuidar deles, de ter preocupações, chatices, alegrias, tristezas com eles. É porque serão sempre um bocado de nós.

Note to self

Curly Maria, se queres ler tens de desligar a merda do portátil, deixar de vegetar na web, e de facto pegar no livro. Já agora abri-lo e tal!

Que vício!

...

A cria mais velha não está por cá. Foi de férias.

 

Mim vai:

- ler;

- ver o que me apetecer na TV;

- não ficar com músicas plim plim na cabeça;

- dormir a sesta;

- não fazer almoço e aproveitar para almoçar coisas como fruta e iogurte e assim;

- tentar arrumar umas coisas que ainda me falta arrumar antes que acabe este tempo de vida doméstica.

- contar os dias para ela voltar e para irmos de férias!

 

 

 

Chuvinha parva

Isto já se sabe que em Agosto, mais cedo ou mais tarde, acaba sempre por chover. Este Agosto não foi excepção. Lá chuviscou. Mas foi isso, chuviscou, nuns sítios mais, noutros menos, mas foi chuva de pouca duração. E o que faz esta chuvinha assim? Ajuda a arrefecer, é verdade (e depois do fim-de-semana alentejano, com 40º, soube bem), mas arrefece pouco e ajuda a levantar pó e poléns e coisas assim boas.

 

Conclusão: estou farta de espirrar, tenho imensa comichão no nariz e na garganta, e não consigo pôr as lentes de contacto porque tenho os olhos irritados. O que dá jeito, porque como os dias já estão de novo solarengos mas não posso pôr as lentes, tenho de ir para a rua de óculos, não os de sol (senão não vejo um boi), e depois fico com os olhos vermelhos, com mais rugas à volta dos olhos, e com dores de cabeça. Pronto, era isto. Se está sol, está sol. Se chove, é porque chove. A malta está sempre do contra e mais não sei quê e cenas!

...

Porque é que é importante de vez em quando vegetar em frente à TV e ver o "Keeping up with the Kardashians"? Para já porque não dá muito trabalho, uma pessoa não tem de pensar muito, é só ficar ali feita babaca e pronto. E depois porque uma pessoa pensa que tem problemas e dramas e chatices, mas depois vê o programa e percebe que não tem nada disso. Problemas têm todas aquelas meninas, mais a mãezinha delas. Porque vivem naquelas casitas modestas, andam naqueles carros modestos, já não têm espaço nos roupeiros para todas as roupas e sapatos que precisam de comprar. E porque a mãezinha delas, como dava jeito por causa da marca, queria mudar o apelido de volta para Kardashian. E até pensa comprar uma estátua de um cavalo, assim um bibelot simpático para ter em casa, que só custa 7 mil dólares. E a Kim vive um drama todos os dias, porque é o stress de uma festa, de uma ida ao ginásio, de ir fazer as unhas e até, como sofre horrores por causa das cenas que dizem do seu rabo, decide submeter o rabo a um raio-X para provar que não tem silicone. E depois são meninas que vivem da imagem, e querem viver da imagem, mas depois é um drama fazer uma sessão de fotos. E ficam muito nervosas, e muito stressadas, e muito cansadas. E fazem birras. Muitas birras. Desde a mãe à filha mais nova, que ainda nem cara tem para levar um estalo. E depois são as discussões. Estão sempre ao berros umas com as outras, e a desatinar com tudo e depois ficam sem se falar, e batem as portas na cara umas das outras. Isso sim, são dramas. Tantas viagens, e férias, e flashes. Depois de ver isto, sinto-me logo outra.

...

É a Actifry, é a Bimby, é a Thermomix, que parece que é o mesmo que a Bimby ou então algo do género. Bolas, mas já ninguém sabe o que é um tacho hoje em dia?

 

Eu até sei ditados populares

O que se me aplica neste momento é "Mãe és, nódoas terás!".

E quando pensas que te livraste das nódoas porque pões a t-shirt/vestido/top para lavar e vestes uma cena lavadita e já estás apresentável para ir à rua, entras no elevador e reparas ao espelho no belo resto de papa, já seca, que tens no braço, ou na cara, ou na testa.

 

 

 

Posso sempre optar pela técnica do topless para alimentar a cria. Até era sexy! (em versão caseira, entenda-se!)