Como previa, leu-se rápido. No Verão, mesmo quando não estou de férias, gosto de fingir que estou de férias e faço coisas que me prolonguem essa sensação. Passeios, ir à esplanada comer um gelado, petiscos, refresco de groselha ou ler um livro com cheiro a Verão. E, não me perguntem porquê, livros que me transportem até Itália, fazem-me sentir que estou de férias (ainda que depois o despertador toque com as galinhas e uma pessoa tenha de vir trabalhar).
Foi um livro leve, cuja história era bastante previsível e avançava em grandes passadas (como se a quisessem despachar). Podia ter sido escrito de forma mais lenta, menos apressada, para ser melhor saboreada (como um prato de pasta ou um copo de vinho).
Ainda assim, gostei de algumas partes, por exemplo, as descrições sobre as oliveiras e o azeite da família Santi, talvez porque o meu pai tenha meia dúzia de oliveiritas que, não sendo nada comparadas com a Herdade dos Santi, nos dão bom azeitinho para todo o ano. E as partes onde se falava de comida. Oh pá, eu seria muito feliz a comer comida italiana toda a vida. Gorda, muito gorda, mas ainda assim, feliz!
A história alterna sistematicamente entre Rosie e o que se passa na Herdade dos Santi. Não percebi muito bem porque é que a Rosie falava na primeira pessoa e o Enzo na terceira pessoa. Achei pouco coerente.
A história divide-se entre Londres e Itália, sendo que se fala em Triento. Caramba, não encontro nenhuma referência a Triento, mas sim a Trento. Se era para criar uma vila fictícia, então seria melhor criar um nome nada aproximado de algo real. Ou então, mais valia fazer a referência a Trento, que sempre nos ajuda a ir cuscar umas imagens reais para melhor se visualizar o que é escrito (manias minhas). Mas pronto, fica a ideia, junto ao mar, vilas pitorescas e assim (queria tanto!). É porque depois fala também da Costa de Amalfi e isso já é cena para ser real. E, vendo algumas imagens, aquilo até bate certo com as descrições do livro. Foi assim que imaginei. Na volta foi erro de tradução.
Depois da Matilda, senti-me meio vazia com este livro. É capaz de ser sempre assim depois de um bom livro. A história da Matilda foi muito desenvolvida, muito completa, acompanhámo-la durante muitos anos. Pega-se neste livro e sabe a pouco. Mas, se calhar, estas personagens não tinham muito mais para oferecer.
Ainda assim, fiquem com uma frase simpática deste livro:
"A vida é demasiado curta para massa integral"
Hoje comecei este, da querida Sveva. Já li umas boas páginas ao almoço e estou a gostar, para já.