A taça é nossa e o resto é conversa!
Coisas que aprendi com este Euro 2016:
- acreditar até ao último segundo;
- pensar positivo;
- o patinho feio um dia virou um belo cisne;
- é possível hostilizar ao máximo e humilhar uma equipa na imprensa por pura dor de cotovelo;
- há equipas com muito mau perder;
- é possível haver um jogo de uma final de um Campeonato Europeu onde há uma das maiores demonstrações de falta de fairplay que já vi;
- é possível chorar de emoção a ver um jogo de futebol (que nunca antes tinha acontecido, nem quando perdemos a final do Euro 2004 para a Grécia) e é difícil respirar durante 10 minutos desde que se marca um golo até que se dá o apito final;
- equipas supostamente fortes e muito boas tecnicamente munem-se de uma selvajaria física para matar o adversário (devia haver penalizações a posteriori ao árbitro e a jogadores que provocam uma lesão grave noutrém);
- é uma alegria ver um povo unido na celebração de um momento feliz;
- por muito que se possa celebrar um momento feliz há sempre quem ache que não o deviamos fazer, porque o bom português é triste e só se lamenta e não tem valor e devia ter vergonha por ganhar um Campeonato do Mundo, como se não tivessemos direito a ter um momento de felicidade;
- ainda há quem ache que quem devia ganhar um Campeonato devia ser uma certa equipa só porque sim ou uma equipa que faça futebol bonito;
- que há quem ache que marcar golos não se traduz em resultados e em vitórias;
- que há pessoas que assumem demasiado e ficam cegos por uma arrogância desmedida.
Sobre o jogo propriamente dito: foi um sofrimento, mais um jogo com prolongamento. Para mim teriamos sido campões só por termos ido à final e terem ido para casa equipas especiais como a Alemanha, a Inglaterra, a Itália. Teriamos sido campeões por aguentar um jogo 120 minutos contra a França (com um campo claramente inclinado) sem sofrer golos, mesmo que fossemos a penalties e perdessemos (porque é uma roleta russa). Mas aquele golo soube tão bem! Foi tão bem marcado! Foi brutal. Depois sustive a respiração durante os restantes 12 minutos, sempre com medo de vir algo que nos viesse tirar a alegria. Quando tocou o apito final chorei mesmo! Porra, mereciamos! Porque já tinhamos merecido em 2004 (por aí jogámos muito, muito), porque fomos completamente enxovalhados e porque de vez em quando é preciso minar a mania de certas pessoas.
Gostem ou não ganhámos o jogo e a taça já cá está, que eu vi o avião a chegar escoltado com os 2 caças e vi o autocarro passar e vi um povo elevar-se e sentir-se por algum momentos um pouco melhor do que nos fazem acreditar que somos.
Os homens do jogo foram, claramente, Rui Patrício que, tirando aquela bola assustadora ao poste, defendeu brutalmente imensos lances que poderiam ter sido fatais. Foi, claro, Éder, pela marcação do golo da vitória, que ainda por cima foi conseguido num confronto com 3 gajos e foi lindamente marcado. E foi João Mario, que nesse dia jogou muito. Não concordo que tenha sido o Pepe, ainda que a nossa defesa no geral tenha estado de facto muito bem.
E com isto digo-vos que sinto uma imensa alegria em saber que ganhámos, contra todas as expectativas, o Campeonato Europeu em 2016 e que assisti a um momento histórico.
E foi um dia também marcado por vários resultados de atletas portugueses medalhados, também motivo de orgulho nacional.
Por tudo isso acho que o Dia de Portugal devia passar a ser o 10 de Julho em vez do 10 de Junho. Ou podem decretar simplesmente o 10 de Julho como feriado nacional, por ser o dia em que nos tornámos Campeões da Europa, que uma pessoa não se ia incomodar por ter um feriado a mais, verdade?