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Curly aos Bocadinhos

Curly aos Bocadinhos

Nova leitura

Depois de um livro de Zafón, principalmente quando sabemos que não há um novo livro dele para comprar a seguir (e não se sabe quando vai haver) e nos ficamos a sentir abandonados neste planeta, é sempre difícil escolher uma nova leitura.

 

Ainda assim, feito um dia de descanso da vista (por causa de tanta página e da letra a dar para o miúdinha), a escolha recaiu sobre este...

 

Wook.pt - A Ilha do Medo

 

...um livro que me foi emprestado e um novo autor para conhecer, sobre o qual dizem que é um mestre do thriller. Isso, um thriller depois de Zafón é sempre uma boa ideia.

 

 

Sinopse

Ferido no cumprimento do dever, o detetive de homicídios John Corey, da Polícia de Nova Iorque, está a convalescer na região leste de Long Island quando um casal jovem e atraente é encontrado assassinado a tiro no terraço da casa onde habitava. As vítimas eram biólogas da Ilha de Plum Island, um local de pesquisas que os rumores dizem ser uma incubadora de armas biológicas. Subitamente o duplo assassinato adquire terríveis implicações globais - e lança Corey e duas mulheres extraordinárias numa investigação perigosa aos segredos mais profundos da Ilha.

 

 

Leitura Terminada

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Ontem à noite literalmente empatei as últimas 20 páginas do livro. Fui lendo devagar, até perceber que tinha mesmo de ir dormir (sob pena de não acordar de manhã) e que tinha de terminar a leitura. Mas não queria terminar. Neste momento sinto-me órfã de livros, como se as dezenas que tenho na estante em lista de espera se tivessem evaporado.

 

Se tivesse de descrever este livro numa palavra…magistral!

 

Este autor é incrível! Como é que este homem consegue escrever um livro com mais de 800 páginas (e letra pequena) e uma pessoa pega nele e, do início ao fim, não há um momento aborrecido? Era difícil decidir onde parar de ler (quando tinha mesmo de ser).

 

Este livro conclui a saga iniciada com A Sombra do Vento. Se a Sombra do Vento foi, na minha opinião, o melhor livro dos quatro (com isto não querendo dizer que algum dos outros é mau), não se pode de forma alguma tirar o mérito que este livro tem.

 

Neste livro atam-se finalmente todas as pontas deixadas soltas nos outros três livros. Finalmente é relevada toda a trama, tudo faz finalmente sentido, mas, apesar de ser um livro mais descritivo e menos mirabolante, é um livro fantástico na forma como toda a descrição é feita e na forma como se completam todas as personagens e as suas histórias dentro da história.

 

Carlos Ruiz Zafón é um verdadeiro maestro da escrita e deixa-nos ali como meros fantoches que são conduzidos pela sua batuta e se deixam enredar nas maravilhas das suas palavras e frases tão bem feitas. Tem o nível de intriga certo, o nível de suspense certo e é mesmo, mesmo bom!

 

Que saudades tinha do Fermín Romero de Torres! Acho que vai ser aquela personagem saída de um livro impossível de esquecer. Cada vez que há um diálogo com ele, é de rir a bom rir com as suas tiradas. É a melhor personagem construída nestes quatro livros. Uma personagem que não me importava que aparecesse noutros livros só para me poder rir com ele.

 

Foi maravilhoso voltar ao Cemitério dos Livros Esquecidos e adorei o final do livro! Foi perfeito!

 

Esta foi a primeira leitura do ano, mas vai ser muito difícil superá-la!

 

O autor desta saga é o próprio a referir que podemos ler qualquer um dos livros individualmente, sem qualquer ordem, porque cada um encerra uma história própria. O que até é verdade. Mas não façam isso! Não deixem de começar por A Sombra do Vento, de ler O Jogo do Anjo, O Prisioneiro do Céu e depois este. É porque se só lerem este livro já ficam ricos. Mas se lerem os quatro ficam milionários...

 

Confesso que neste momento me sinto angustiada porque não tenho mais livros de Zafón para ler. Acho que vou ter de chatear o senhor no Facebook, para que se apresse a escrever mais livros!

 

***

Algumas frases do livro que não resisto a partilhar convosco:

 

"As recordações que enterramos no silêncio são as que nunca deixam de nos perseguir."

 

"Uma lenda é uma mentira inventada para explicar uma verdade universal. Os lugares onde a mentira e a miragem envenenam a terra são terreno fértil para o seu cultivo."

 

"O homem sábio é aquele que não acorda vulcões, revoluções ou fémeas grávidas" (um pensamento de Fermín)

 

"A vida, dizia-se, é uma estação de comboios em que uma pessoa quase sempre sobe, ou é obrigada a subir, para a carruagem errada."

 

" - Com o desconto da casa, fica em...

  - Sem desconto, por favor. Gastar dinheiro em livros é um prazer que não quero que me cortem."

 

"A eloquência de uma exposição é directamente proporcional à inteligência de quem a formula, do mesmo modo que a sua credibilidade o é à estupidez daquele a quem é dirigida."

 

"A felicidade, ou o mais parecido com ela a que pode aspirar qualquer criatura pensante, a paz de espírito, é o que se evapora no caminho que vai do acreditar ao saber."

 

" - Há que ler, Fernandito, que nem tudo na adolescência é agitá-la como um macaco." (Fermín)

 

" - (...) Aprender a diferenciar entre a razão por que fazemos as coisas e a razão por que dizemos fazê-lo é o primeiro passo para nos conhecermos a nós mesmos. E daí a deixar de ser um cretino é um pulo. (Fermín)

 - Fala como um livro, Fermín.

 - Se os livros falassem não haveria tanto surdo por aí." (Fermín)

 

" - (...) Ressuscitar é um pouco como andar de bicicleta ou desapertar o soutien de uma miúda só com uma mão. É tudo uma questão de apanhar-lhe o jeito." (Fermín, claro)

 

"Por vezes, quando os deuses não estão a olhar e o destino se perde pelo caminho, até as boas pessoas têm um pouco de sorte na vida."

 

"Uma história não tem princípio nem fim, só portas de entrada.

Uma história é um labirinto infinito de palavras, imagens e espíritos esconjurados para nos revelar a verdade invisível a respeito de nós mesmos. Uma história é, em última análise, uma conversa entre quem a narra e quem a escuta, e um narrador só pode contar até onde lhe chega o ofício e um leitor só pode ler até onde leva escrito na alma."

 

"Carax tinha-me ensinado que um livro nunca se acaba e que, com sorte, é ele que nos abandona para não passarmos o resto da eternidade a reescrevê-lo."

Rescaldo do Natal e da Passagem de Ano

Hoje doeu para caraças acordar às 6h30 da matina. Tanto assim que se fez snooze até às 7 e acabámos por sair de casa já depois das 8. Felizmente hoje ainda havia muita malta de férias por isso o trânsito estava quase tipo feriado e pusemo-nos em Lisboa num tirinho. Felizmente o volume de trabalho hoje também está baixo, o que é bom para começar devagarinho. Amanhã é que já vai doer, com os putos a voltarem à escola e a malta a voltar ao trabalho e o trabalho a voltar aos volumes normais. Mas enfim, um dia de cada vez.
O espírito de Natal já se foi um bocado, a malta agora só quer é saber dos saldos, ainda que a época natalícia dure até ao Dia de Reis (para mim desde que haja chocolate é Natal o ano inteiro coff coff).

Então o que se fez nas férias de Natal?

Houve tempo em família, com os meus pais a virem para nossa casa no dia 23 para passarmos mais tempo juntos e orientarmos as coisas para a consoada. Houve jantar de Natal com os meus pais, mano e sogra e com Lasanha de Bacalhau (que estava uma delícia, com cenoura e courgette ralada, uma opção mais saudável e que ajudou a que os putos comessem bacalhau, já que nenhum deles aprecia e assim estava mais disfarçado) e algumas doçarias como Arroz Doce, Mousse de Chocolate, Pavlova de Frutos Vermelhos (que é sempre um sucesso), Brownie de Chocolate e Beterraba e Tarte de Natas, bem como queijos, chocolates e alguma fruta para disfarçar a coisa. E sim, alguma copofonia só para ajudar a empurrar.

No Dia de Natal foi tempo de assar lentamente no forno uma bela Perna de Perú, que ficou super tenrinha e saborosa. E ver a final do The Voice à noite.

Houve uma ida ao cinema para ver o filme “Cantar” antes de a Madalena ir de férias com o pai.

Houve uma ida a Cascais para a Vila Natal, à qual achámos alguma piada porque, apesar de ser bem mais pequena do que a de Óbidos (onde os putos foram com o Semi-Deus no dia 22), tinha umas cenas engraçadas, tipo renas de verdade e encenações históricas, com direito a Reis Magos montados em camelos e a perseguições dos Romanos ao Menino Jesus.

Houve consultas e exames e uma corrida ao Colombo para tratar de umas coisas rápidas.

Houve uma ida ao Freeport para aproveitar uns saldos e comprar mais umas coisas.

Houve muita passeata na rua para aproveitar o maravilhoso sol que nos brindou durante todos estes dias e que só se foi embora ontem (passeios à beira-mar e de outra ordem).

Houve lavar e estender muita roupita.

Houve momentos de ronha.

Houve momentos de leitura.

Houve noites de lareira e de vegetar em frente à TV, com o saquinho de água quente (leia-se a 4 patas Zoe) em cima.

Houve a noite de Passagem de Ano muito caseirinha, só eu, o Semi-Deus, Petit Me e a mãe do Semi-Deus. Com paletes de camarão e recheio de sapateira e queijos e pão.

Houve um dia de Ano Novo que começou com muita ronha e uma ida ao sushi para encher a cara de coisas boas e que terminou com um lombo de porco assado lentamente no forno com umas batatitas.

Só podia ter sido melhor se me tivesse conseguido livrar das alergias, do ranho e da expectoração e da asma, mas ainda ando às voltas com isto.
Hoje já fui à farmácia comprar todas as cenas receitadas pelo Alergologista, por isso, agora é que vai ser respirar bem! Já que não tenho o hábito de fazer resoluções de Ano Novo, porque acho parvo e uma perda de tempo, olhem, respirar bem e não ter comichões já é um grande objectivo. Porque, parecendo que não, respirar dá um certo jeito.

É que quero voltar à Zumba, mas enquanto não respirar em condições não é fácil.

Bom Ano para todos!!

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