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Eu a fazer chá para aquecer as mãos, porque me sinto gelada. Malta a passear no escritório de manga curta. Não devo ser normal...
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Eu a fazer chá para aquecer as mãos, porque me sinto gelada. Malta a passear no escritório de manga curta. Não devo ser normal...
Agora ando assim, de vez em quando apetece-me falar sobre cenas e situações.
E tenho andado aqui a conter-me um bocado sobre este tema, porque tenho visto publicações em redes sociais e fico um bocado enervada com a coisa e já sei que nestes temas as pessoas facilmente partem para a ignorância e para o insulto. Podem tentar…só quero dar a minha opinião, se não concordarem, fine!
Ora então, parece que recentemente se aprovou um projecto de lei (andei à procura e não encontro ainda propriamente a lei) relativa à “Possibilidade de Permissão de Animais em Estabelecimentos Comerciais”.
Faço já aqui uma ressalva para o título deste projecto-lei, nomeadamente para a palavra “possibilidade”.
Mais uma ressalva para aquilo que me parece que foi o texto proposto, que passo a citar:
"Cabe aos proprietários de estabelecimentos comerciais a decisão de permissão ou não da entrada de animais de companhia em espaços fechados desde que o assinalem com o dístico respectivo na entrada do estabelecimento e desde que o acesso à área de serviço seja vedado aos animais."
Já agora acrescento que o texto do projecto-lei refere:
“A entidade titular da exploração deve afixar, em local destacado, junto à entrada do estabelecimento de restauração ou de bebidas as seguintes indicações:
(…) c) A restrição ou não à admissão de animais, exceptuando os cães de assistência, no caso de nada dizer considera-se que os animais são admitidos;”
Atente-se nas motivações apresentadas:
“Atendendo a que os animais fazem cada vez mais parte da vida dos portugueses, tido por muitos como parte do seu agregado familiar, é também mais comum que os acompanhem nos períodos de lazer e noutros momentos do seu dia-a-dia, sendo por isso natural que também pretendam fazer-se acompanhar do seu cão, por exemplo, quando vão lanchar a uma pastelaria.
(…)
Isto impede que os animais tenham que esperar presos à porta dos supermercados ou no interior do automóvel enquanto o seu detentor faz uma compra, situação que provoca grande ansiedade aos animais e muitas vezes culmina num acidente em que o bem-estar dos animais ou pessoas é colocado em causa.”
Ou seja, para as pessoas que começaram imediatamente a disparar cenas nas redes sociais a dizer “então, mas agora sou obrigado a levar com os animais dos outros e os seus xixis e cocós cada vez que quiser ir a um restaurante, pastelaria ou café?”, “então, mas agora vou a um café e está lá alguém com o seu touro ou cavalo?”, vamos lá ter calma.
A possibilidade de permissão de animais em estabelecimentos comerciais é uma possibilidade e as pessoas confundem-se um bocadinho.
Portanto, na prática esta lei, mesmo depois da sua entrada em vigor, é capaz de vir alterar muito pouco.
Para pessoas que gostem de fazer passeios em família acompanhados dos seus animais de estimação é bom saber que podem começar a haver mais espaços onde podem almoçar, jantar ou lanchar, sem terem de se preocupar com estarem acompanhados do seu cão, por exemplo.
Quem tem um cão e gosta de passear com ele hoje em dia tem as escolhas limitadas. Mas é isso mesmo que tem. A possibilidade de fazer escolhas.
Se eu estiver com as minhas cadelas a passear na rua e me apetecer ir comer um gelado, lanchar ou jantar, sei que tenho de escolher um espaço com esplanada exterior e não coberta. Sei que antes de me sentar na esplanada, tenho de garantir tanto quanto possível que primeiro as cadelas passeiam e fazem as suas necessidades fisiológicas para evitar acidentes. Também sei que se decidirem fazer um cocó, seja na esplanada ou fora dela, tenho de ter o saquinho para apanhar o dito.
E sei que as minhas cadelas têm as vacinas e desparasitações em dia – o que é algo que os proprietários dos estabelecimentos comerciais podem decidir pedir para aceitar a admissão, pedir o boletim de saúde [ainda recentemente estivemos no PET Festival e este ano permitiram a entrada dos nossos patudos, com um veterinário que à entrada verificava os boletins de saúde e os chips e só com tudo em ordem podiam entrar; obviamente que não vai haver um veterinário em cada estabelecimento, mas pelo menos podem pedir o boletim de saúde e/ou a licença municipal para garantir que não há animais não vacinados por ali].
Se eu quiser ir de férias e levar as cadelas, tenho de escolher um sítio que aceite animais. E a escolha não é muito vasta. Mas sim, quando as queremos levar a nossa escolha, para lá de local e preço, recai num alojamento que aceite animais. Não escolho um que não aceite.
Quando estamos de férias com elas, escolho restaurantes para jantar onde as possamos levar porque têm esplanadas. Se estiver uma noite fria ou de chuva, elas têm de ficar em casa e não podem ir connosco jantar. Passeamos depois do jantar.
Como também temos opção de as deixar com babá, às vezes temos períodos de férias em que vamos sem as cadelas e, portanto, escolhemos um local com base noutros critérios, porque não temos essa limitação. E a escolha de restaurantes para jantar também é completamente diferente.
Portanto, eu escolho espaços que me permitam entrar/estar com as cadelas quando assim necessito. E prescindo de espaços onde não as aceitem.
Será o mesmo para os restantes. Quem não tiver animais ou achar que não quer estar num espaço com animais, será questão de escolher um espaço com acesso vedado.
Acredito que, apesar da lei, continuarão a ter muito mais escolhas do que as pessoas que gostariam de entrar num espaço comercial com o seu animal.
E é verdade que se no espaço todos os animais decidirem fazer daquilo WC (e os donos não tiverem o cuidado que têm de ter), pode ser um problema de saúde pública.
Mas vou-vos dizer uma coisa, a quantidade de vezes que senti a minha saúde ameaçada por entrar no WC de certos cafés ou restaurantes!!! E garanto-vos que esses WC’s não são utilizados por animais irracionais.
Sinceramente, acho que me choca mais o comportamento humano em certos WC’s do que me choca ter de apanhar uma poia das minhas cadelas porque, coitadas, não sabem usar o WC e funcionam por instinto.
É como os animais serem proibidos nas praias. É tudo um problema de saúde pública e é impossível ter esse convívio de forma salutar porque os animais são uns porcos.
No Verão passado, um dia decidimos passear ao longo da praia onde estávamos a passar férias, e no processo apanhei uns 3 sacos plásticos da água em questão de poucos minutos. E tive de avisar os miúdos várias vezes para terem atenção ao chão, por causa do lixo que havia na areia, desde plásticos a vidros.
É frequente o estado de algumas praias ter este panorama
Um ex-professor meu da universidade que está na minha lista de contactos numa rede social publica semanalmente fotos da sua demanda pela limpeza da Serra da Arrábida e é assustador a quantidade de lixo que ele apanha todas as semanas. Demanda essa que faz, por acaso, acompanhado do seu cão, que o ajuda a encontrar lixo. E o lixo não consiste em dejectos caninos!
Mas hey, o problema da poluição e da saúde pública, está nos animais irracionais!
Dois livros enviados pela Saída de Emergência, duas novidades que me deixaram em pulgas.
Me aguardem!
Obrigada, Saída de Emergência!!
PS - no livro "Brincar com a Morte", a contracapa tem uma textura, não é lisa. Ainda não percebi se é arrepiante se é excitante, mas lá que adorei a diferença, adorei!
Não, não vou falar sobre novidades e wishlists e estantes por arrumar e tanto livro à espera de ser lido!
Quero falar sobre a síndrome da trilogia!
Meus amigos, mas isto agora é raro o livro que não tem sequência? Uma pessoa lê um livro que gosta e depois descobre que afinal faz parte de uma trilogia. Às vezes de uma quadrilogia. Ou até mais!! Sai uma novidade, uma pessoa fica em pulgas “eh pá, quero mesmo ler aquele livro”, vai daí afinal “não, tens mesmo é de ler três livros”!
Eu percebo o conceito da trilogia, de continuar uma história num outro volume, porque a história tem tanto sumo que não se consegue concentrar apenas num livro, sob pena de ser partirem pulsos por aí. E assim o autor também vende mais.
Desde que haja de facto sumo. Porque há por aí muitas sequelas que aquilo é mais para encher chouriços e, lá está, para vender livros. Porque o sumo todo bem espremido cabia num copo, que é como quem diz na mediana das 300 páginas.
Mas a frequência das trilogias é tal que me assusta.
Porque confesso que começo a sentir falta do “livro único”.
Um livro, um volume, uma história tão boa que é capaz de ser contada apenas num livro que nos marca e é UM livro inesquecível!
Acho que o grande desafio para um escritor hoje em dia é este. Ser um bom contador de histórias não quer necessariamente dizer contar uma história em 6 volumes.
É que não ficamos com escassez de livros mesmo se deixarem de haver tantas trilogias. O que não falta são livros novos a toda a hora. Uma pessoa nem consegue acompanhar...
Quem está comigo nisto?
A Amiga Genial é a história de um encontro entre duas crianças de um bairro popular nos arredores de Nápoles e da sua amizade adolescente.
Elena conhece a sua amiga na primeira classe. Provêm ambas de famílias remediadas. O pai de Elena trabalha como porteiro na câmara municipal, o de Lila Cerullo é sapateiro.
Lila é bravia, sagaz, corajosa nas palavras e nas acções. Tem resposta pronta para tudo e age com uma determinação que a pacata e estudiosa Elena inveja.
Quando a desajeitada Lila se transforma numa adolescente que fascina os rapazes do bairro, Elena continua a procurar nela a sua inspiração.
O percurso de ambas separa-se quando, ao contrário de Lila, Elena continua os estudos liceais e Lila tem de lutar por si e pela sua família no bairro onde vive. Mas a sua amizade prossegue.
A Amiga Genial tem o andamento de uma grande narrativa popular, densa, veloz e desconcertante, ligeira e profunda, mostrando os conflitos familiares e amorosos numa sucessão de episódios que os leitores desejariam que nunca acabasse.
Este livrinho foi-me oferecido por uma amiga não neste Natal, mas no anterior.
Muitos livros lhe foram passando à frente, mas chegou a sua vez.
Uma autora nova para mim. Uma autora de quem ouvi falar bastante bem.
É um livro que não tenho conseguido ler muito depressa, por um lado porque me sinto lânguida enquanto o leio, por outro lado por andar bastante cansada.
Mas vai andando bem...ou pelo menos vai andando ao ritmo possível.
Caro cérebro, é fim-de-semana! És capaz de me deixar dormir em condições? Os três fins-de-semana anteriores não correram nada bem em termos de horas de sono. Depois uma pessoa não se aguenta, fica impossível de aturar e nem sabe bem como se chama.
Vá lá, por favor, aprende a desligar quando são horas disso.
Só te peço 8h de sono por noite. Não é pedir muito, pois não?
Ambientado entre Rabat e Roma, A Filha coloca-nos perante uma perturbante história familiar, em que a relação entre Giorgio e a sua filha Maria oculta um segredo inconfessável. A narrar tudo na primeira pessoa está, porém, a mulher e mãe Silvia, cuja paixão pelo marido a torna incapaz de reconhecer a doença de que este sofre.
Enquanto observamos Maria, que não dorme durante a noite e renuncia à escola e às amizades, revoltar-se continuamente contra a mãe e crescer dentro de um ambiente de dor e de suspeita, vamos pouco a pouco descobrindo a subtil trama psicológica dos acontecimentos e compreendendo a culposa incapacidade dos adultos em defender as fragilidades e as fraquezas dos filhos.
Quando, após a misteriosa morte de Giorgio, mãe e filha se mudam para Roma, Silvia apaixona-se por Antonio, e o almoço que organiza para apresentar o novo companheiro à filha despertará antigos dramas: Será Maria de facto inocente, será realmente a vítima da relação com o seu pai? Então, porque tenta seduzir Antonio sob os olhares humilhados da mãe? E seria a própria Silvia verdadeiramente desconhecedora do que Giorgio impunha à filha?
Um livro que põe em causa todas as nossas certezas: as vítimas são ao mesmo tempo algozes e os inocentes são também culpados.
Porque é que este livro me deixa tão de orelhas em pé quando deve ser um livro tão difícil de ler?
A Saída de Emergência publicou um livro que se mantém no TOP dos mais vendidos no New York Times há várias semanas. Antes de Sermos Vossos de Lisa Wingate é baseado num dos mais conhecidos escândalos da América — em que uma instituição de adoção vendeu crianças a famílias ricas.
Inspirado em factos verídicos, esta é a história de duas famílias e da terrível injustiça que as mudou para sempre. Nascida num mundo de riqueza e privilégio, Avery Stafford tem tudo. Filha adorada de um senador americano, com a sua própria carreira como advogada e um noivo maravilhoso à espera em Baltimore, ela vive uma vida encantada. Mas quando regressa a casa para ajudar o pai com um problema de saúde, um encontro casual com May Crandall, uma idosa desconhecida, deixa Avery profundamente abalada. Ao decidir descobrir mais sobre a vida de May irá embarcar numa viagem pela história oculta de crianças roubadas e adoções ilegais. E cedo irá desvendar um segredo que pode levar à devastação... ou à redenção. Este romance comovente e fascinante recorda-nos como, apesar de os caminhos que tomamos levarem a muitos lugares, o coração nunca esquece onde pertencemos.
Lisa Wingate é uma antiga jornalista, oradora inspirada e autora de mais de vinte romances campeões de vendas. As suas obras ganharam ou foram nomeadas para numerosos prémios, incluindo o Pat Conroy Southern Book Prize, o Oklahoma Book Award, o Carol Award, o Christy Award e o RT Reviewers’ Choice Award. Wingate vive nas Montanhas Ouichita do sudoeste do Arkansas.