Este livro da Joanne Harris é diferente dos outros que li dela. Porque não é uma história, mas sim uma compilação de contos.
E, se gostei mais de uns do que de outros, como é natural, no geral gostei muito deste livro, porque com maior ou menor empatia com o conto, a escrita da autora é deliciosa. Tem ternura, tem sarcarmo, tem sátira social e polítca, fala de amor, fala de amizade, tem humor, tem exuberantes e mirabolantes personagens, por isso, cada conto é diferente e surpreendente.
Creio que não seja fácil escrever contos, precisamente porque são textos tão curtos, que é complicado compilar uma ideia em tão poucas páginas e conseguir criar personagens interessantes e diálogos dignos de registo.
Por isso, creio que Joanne Harris conseguiu criar contos bastante bonitos e este livro acaba por ser uma lufada de ar fresco, porque sempre que temos um bocadinho livre lemos um conto ou dois e depois faz-se uma pausa e muda-se de história.
A história que mais gostei foi talvez a primeira, sobre a velhota que queria os sapatos vermelho cereja. Faz-me lembrar a minha demanda pelos sapatos vermelhos, que finalmente me ofereceram e gosto tanto. Mas se calhar um dia ainda vou querer uns assim vermelho cereja, brilhantes e cheios de glamour, mesmo que depois não os consiga calçar. Agora ando na demanda de uns sapatos azuis escuros.
Mas recomendo esta leitura, por ser diferente e pela capacidade de esta autora de me manter agarrada numa história, mesmo que tenha apenas umas 4 ou 5 páginas.