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2020! Credo, isto ainda soa mesmo estranho! Anywoo!!
Mais um livro desta autora que gostei bastante de ler. Talvez não tanto como O Miniaturista, mas também é um livro bastante interessante.
O enredo é super envolvente e repleto de mistério e emoção e a escrita desta autora é tão refinada que é um prazer ler este livro do início ao fim.
A acção alterna entre dois locais e dois períodos temporais, vamos andando entre Londres por volta de 1960 e Espanha por volta de 1936.
Os segredos e os mistérios andam em volta de um quadro da época da Guerra Civil Espanhola que surge na galeria de Londres onde trabalha uma nativa das Caraíbas, Odelle, que tem um talento para a escrita. O quadro vai-nos levar a um paraíso rural na Andaluzia e a Olive Schloss, filha de um negociante de arte alemão, apresentando-nos ainda Isaac Robles e sua irmã Teresa. E ainda temos a misteriosa Quick na galeria de arte.
A escrita desta autora é bastante intrincada. Tem uma forma especial de escrever, o ritmo é algo lento, não é aquela escrita mais corriqueira com ritmo rápido, mas vale muito a pena porque a autora envolve-nos sensualmente nesta curiosa história de enganos, apresentando-nos um belo retrato de época quer em Espanha quer em Londres. As descrições são bastante vívidas e a escrita é até algo poética, por isso é bastante satisfatório mergulhar no imaginário de Jessie Burton e nas suas palavras e frases tão cuidadas. É uma leitura realmente agradável e intensa, com um final surpreendente. Não foi uma total surpresa para mim, mas a forma como é apresentado é muito bem conseguida. E é um livro que acho que daria um bom filme.
Dei-lhe 4 estrelas no Goodreads mais pelo facto de ter antecipado em parte o final. Senão tinha dado 5 estrelas.
Mas recomendo quer este livro quer O Miniaturista.
***
Sinopse
Adam Brandt é um psicólogo forense, bastante habituado a lidar com os membros mais perturbados da sociedade. Mas Adam nunca conheceu ninguém como Kassie.
A adolescente afirma ter um dom terrível — basta-lhe olhar diretamente nos olhos de alguém para saber quando essa pessoa irá morrer. E de que forma isso irá acontecer. Obviamente, Adam sabe que Kassie deve sofrer de algum distúrbio mental. É nesse momento que um assassino em série ataca a cidade. E só Kassie parece saber quem ele vai matar em seguida.
Contrariando a sua intuição, Adam começa a acreditar em Kassie. Apenas não tem consciência de quão fatal a sua fé pode vir a ser…
Este stand-alone de Arlidge é o primeiro livro dele que leio fora da série Helen Grace. E deixou-me imediatamente intrigada assim que o vi nas novidades e li a sinopse. Tinha altas expectativas.
E onde é que o livro cumpriu? Na escrita vertiginosa, na adrenalina, no suspense e na narrativa altamente cinematográfica. A capacidade que Arlidge tem de nos fazer sentir que estamos a ver um filme ou uma série diante dos olhos é de se tirar o chapéu.
Onde é que o livro me…sim, me desiludiu? Na conclusão da história.
Apesar do elemento algo sobrenatural em relação a Kassie, isso não tirou de todo o meu interesse no livro e achei que esse elemento bem trabalhado tinha um enorme potencial. Especialmente com o elemento adicional do psicólogo Adam.
A minha imaginação disparou para uma série de cenários. Mas era tudo na minha cabeça.
Até umas 40 páginas do final não estava mesmo a perceber onde é que a história ia parar e como é que seria o desfecho.
Mas depois o final para mim, decididamente, não foi o desejado. Se calhar até era o esperado, mas de todo não era por aí que pretendia que fosse o caminho.
E cheguei ao final e fiquei com demasiadas questões por responder. O que por vezes não é bom.
Achei que o Adam não foi aproveitado como personagem como poderia ter sido.
Achei que o drama familiar de Adam tomou demasiado do enredo.
Achei bastante redutoras as motivações do assassino. Apesar dos crimes tão macabros e sangrentos, juro que quando percebi a motivação pensei “a sério pá, por isto?”. Mas pronto. Até percebo. Para uma mente perturbada qualquer merdinha pode ser o maior trigger…só que achei pouco explorado. Gosto de uma maior exploração psicológica dos assassinos.
E depois também não fiquei fã da Gabrielle, a detective encarregue do caso. Gostei da parte de ela ter estabilidade emocional e familiar. Mas não a achei tão inteligente e foxy como a Helen Grace. Mas pronto, se calhar a ideia era mesmo essa, um desligar da Helen, e um maior foco na personagem Kassie. Que a dada altura se perdeu um pouco em detrimento do Adam. Como diz uma amiga minha, eu gosto é da Helen por causa do cabedal e das chibatadas ahahahaha
Portanto, queria ter-lhe dado 5 estrelas bem gordas, mas dei-lhe 4 estrelas.
Contudo, é um livro que vale bastante a pena pela escrita e pela forma como o autor nos prende às paginas.
Foi uma boa forma de começar o ano, mas espero vir a deparar-me com leituras completamente arrebatadoras.
Aqueles livros que partem uma 'ssoa toda, que ficam cheios de ranho, que fazem soltar valentes gargalhadas e que enchem completamente uma alma.
PS - Agora me lembrei...entre estes dois livros houve ainda uma outra leitura. O livro que foi na verdade o último do ano mesmo.
É um livro da minha filha, que lhe foi oferecido algures no tempo não sei bem por quem. E eu via aquele livro na estante dela e estava sempre a pensar que o queria ler. E depois não lia. E mesmo no final do ano apeteceu-me finalmente abri-lo e passar os dedos pelas suas páginas e ficar a conhecer um pouquinho sobre estas 100 mulheres. Porque estava um bocado cansada, não tinha muito tempo e queria só algo para apreciar e que não me exigisse aquela concentração que exige algo mais literário e profundo.
É engraçado e fiquei realmente a conhecer algumas mulheres que não conhecia e em relação a outras relembrei a sua história.
Claro está que as descrições são extremamente curtas, é uma página de texto e uma página com uma ilustração para cada mulher. As ilustrações são bastante bonitas.
E é um livro que faz um elogio a mulheres fortes, corajosas e inspiradoras e que suscita nas nossas meninas a curiosidade e passa a mensagem de que ser rebelde, ser diferente, ser audaz, ser corajosa é bom.
Mas tendo informação muito sumarizada requer um pouco mais de pesquisa caso se queira saber mais sobre alguma dessas mulheres.
...take a big moment to appreciate it...