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Curly aos Bocadinhos

Curly aos Bocadinhos

Pode uma pessoa ter o talento de uma padeira de valor...

Eu também gostava de ser daquelas pessoas que, pela primeira vez, faz pão em casa. Só para ver como saía. Se calhar porque nesta neura de estar em casa o pão é o meu maior conforto na minha fome emocional. O que é mau, devia era comer aipo de manhã à noite...

Mas não consegui ainda fazer um pãozinho que seja. Porque toda a gente nesta terra deve andar a fazer pão e, portanto, farinha própria para o dito nem vê-la. Como não havia farinha, nem me dei ao trabalho de ir ver se havia o fermento próprio...

 

Outra coisa que estou a precisar, porque costumo ter em casa e está quase a acabar, é o óleo em spray. Algo que também levou sumiço nas prateleiras do supermercado. 

Por que é que agora toda a gente se lembrou do óleo em spray? Andam a aplicar em todas as superfícies para ver se o vírus escorrega e não se agarra? Que maçada!

Já não basta levarem todo o álcool, e toda a lexívia em spray (que uso há pilhas de tempo) e todo o Sanytol?

Malta garganeira pá! 

Só por causa disso hoje fiz muffins de cenoura, maçã e canela com aveia. Para que saibam que ainda tenho aveia em casa!

E na próxima vez que for ao supermercado vou trazer todos os chocolates. 

E todos os queijos.

E todos os ovos, para fazer todos os muffins que eu quiser!

 

 

Slogan da quarentena...

...é com o alto patrocínio do IKEA.

Ou não é? 

IKEA, Viva Mais a Sua Casa 🏠

Se não for a bem, é obrigado.

🙄🙄🙄🙄

 

PS - só acho que o patrocínio podia vir com a entrega gratuita de móveis e outras coisas giras da loja que andava a namorar para a casa nova...

Há tanto sítio hoje em dia onde arranjar e-books e tudo e tudo gratuitamente...ficava-lhes bem...just saying...🙄

Leitura Terminada

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Sinopse

Aparentemente, Faye parece ter tudo. Um marido perfeito, uma filha que muito ama e um apartamento de luxo na melhor zona de Estocolmo. No entanto, algumas memórias sombrias da sua infância em Fjällbacka assombram-na e ela sente-se cada vez mais como se estivesse presa numa gaiola de ouro.

Antes de desistir de tudo pelo marido, Jack, era uma mulher forte e ambiciosa. Quando ele a engana, o mundo de Faye desmorona-se e ela tudo perde, ficando completamente devastada. É então que decide retaliar e levar a cabo uma cruel vingança…

 

Li este livro em duas pernadas. Num dia li de rajada umas 150 páginas e ontem peguei nele e foi até ao fim.

A escrita prende desde o primeiro momento e tem um ritmo excelente que torna muito difícil fazer uma pausa na leitura.

Este thriller doméstico passa-se na alta esfera da sociedade Sueca. Faye é a mulher-troféu de Jack e sofre a angústia de ter um marido que a despreza, que a ignora, que a acha estúpida e não lhe dá qualquer valor.

Assim como ela, há várias outras mulheres conhecidas nas esferas que vivem a mesma situação.

Mas Faye também tem um passado sombrio no que toca à sua vida familiar. E vamos tendo vislumbres dessa situação intercalados com a história entre Faye e Jack. Como sabem, gosto muito de histórias que vão avançado e recuando no tempo, por isso achei essa parte bem conseguida.

Desde logo, a abertura do livro faz-nos ficar imediatamente intrigados sobre a forma como a história vai terminar. E Faye vai-se revelando também uma pessoa perturbada, que condena o marido pelo que faz, mas que também tem os seus podres.

É um livro algo crú, com alguns momentos de sexo, mas que em alguns momentos me fez não apoiar completamente a Faye naquilo que estava a fazer.

Porque achei algo exagerado. É verdade que o marido era um merdas e um pervertido, mas a situação doméstica entre eles não foi o pior que já li. E, portanto, achei que a Faye seguiu um determinado caminho por ser também ela uma pessoa um bocado podre e com muitos telhados de vidro. Ainda que aquilo que Faye descobre sobre Jack mais no final seja chocante e tenha sido decisivo para que ela levasse o seu plano avante.

E depois achei o final pouco surpreendente. Acho que já estava a adivinhar há muito a situação que se percebe no final.

E também me irritou um pouco esta ideia de que ter sucesso e ser-se milionário na Suécia é tão fácil como juntar água a um pó qualquer. Não sei se na realidade as coisas serão bem assim…

De qualquer modo, é um livro com um ritmo muito vertiginoso, com uma história cheia de enganos e traições um bocado feita para chocar e com uma forte componente numa pura e dura vingança, que é um prato que se serve frio.

Dou-lhe 4 estrelas pelo interesse em que me manteve do início ao fim, mas fiquei um bocadinho decepcionada em algumas partes.

 

Leitura Terminada

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Sinopse

Babushka está doente. Esta russa idosa, emigrante no Canadá, sobreviveu ao acidente nuclear de Chernobyl. Esconde no peito a doença que a obriga a respirar a contratempo e lhe impõe uma tosse longa e larga e comprida e sem fim — um mal que a faz viver mergulhada nas memórias do seu passado luminoso, a neve pura da Rússia, recordação sob recordação.

Na fronteira com a realidade caminha o seu neto mais novo, de dez anos, um menino que não desiste de puxar o fio à meada e de tentar devolver a avó ao presente. Para ajudar Babushka, precisa de encontrar uma solução para os seus pulmões destruídos, sacos rasgados e quase vazios — mesmo que isso o obrigue a crescer de repente e partir em busca de uma planta milagrosa, o segredo que poderá salvar a família e completar a matriosca que só ele vê.

 

Fiquei com este livro debaixo de olho com a opinião da Ana Lopes que vi no seu canal.

É um livro pequeno (o que me soube bem depois do livro pesadote da Kristin Hannah), mas que me demorou alguns dias a ler.

É uma história de amor entre um neto e a sua avó, que tem uma condição de saúde terminal, em parte por causa do acidente nuclear em Chernobyl, mas agravada por um cancro.

É um livro bastante emotivo e ternurento narrado sempre na primeira pessoa por este menino, cujo nome só surge muito subtilmente no final, com 10 anos.

Esta criança adora a avó e sofre muito com a ideia de ver a avó partir. E é então que alguém lhe fala sobre um cacto no México e ele mete na ideia que é isso que vai salvar a avó e acaba por andar numa doida aventura com um seu amigo sem-abrigo.

Gostei muito deste livro nesta perfectiva emotiva e de amor entre avó e neto. E na parte em que se percebia o quanto esta criança se sentia muito só, sem amigos e com um núcleo familiar muito centrado na avó, já que vivia com ela e com o seu irmão mais velho (muito desligado), sendo que a mãe já tinha partido e o pai os tinha abandonado há muitos anos. E na parte do medo desta criança em ser entregue a uma instituição quando a avó partisse.

Mas foi um livro que me custou um bocado a ler por causa desta narrativa enrolada, desde discurso sempre na primeira pessoa em blocos de texto que ocupavam frequentemente uma página ou mais. Não é normalmente uma estrutura de escrita que me agrade. Torna a leitura mais lenta e mais enrolada para mim. Em alguns momentos fez-me lembrar Saramago, ainda que João Reis faça muito mais uso da pontuação.

E em alguns momentos apreciei a inteligência e a curiosidade deste menino, mas de vez em quando achei um pouco forçado o discurso para uma criança de 10 anos. Porque tão depressa estava super à frente em pensamentos sobre o capitalismo e o comunismo como logo a seguir tropeçava em palavras como descendentes em vez de ascendentes…. Achei que havia alguma incoerência no discurso. Gostava mais do neto quando tinha os discursos mais próprios de uma criança de 10 anos, com as suas inocências, receios e dúvidas.

Ainda assim é um livro muito interessante que vale a pena ler.

Mas, por ter sido uma leitura que se arrastou, dei-lhe 4 estrelas no Goodreads.

Se calhar porque, relativamente a histórias de amor entre avó/neto, gostei muito mais do livro do Fredrik Backman.

 

Leitura Terminada

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Sinopse

Na tranquila vila de Carriveau, Vianne despede-se do marido, Antoine, que parte para a frente da batalha. Ela não acredita que os nazis vão invadir a França… mas é isso mesmo que fazem, em batalhões de soldados em marcha, em caravanas de camiões e tanques, em aviões que enchem os céus e largam as suas bombas por cima dos inocentes. Quando um capitão alemão reclama a casa de Vianne, ela e a filha passam a ter de viver com o inimigo, sob risco de virem a perder tudo o que têm. Sem comida, dinheiro ou esperança, e à medida que a escalada de perigo as cerca cada vez mais, é obrigada a tomar decisões impossíveis, uma atrás da outra, de forma a manter a família viva. Isabelle, a irmã de Vianne, é uma rebelde de dezoito anos, que procura um objetivo de vida com toda a paixão e ousadia da juventude.

Enquanto milhares de parisienses marcham para os horrores desconhecidos da guerra, ela conhece Gäetan, um partisan convicto de que a França é capaz de derrotar os nazis a partir do interior. Isabelle apaixona-se como só acontece aos jovens… perdidamente. Mas quando ele a trai, ela junta-se à Resistência e nunca olha para trás, arriscando vezes sem conta a própria vida para salvar a dos outros. Com coragem, graça e uma grande humanidade, a autora best-seller Kristin Hannah capta na perfeição o panorama épico da Segunda Guerra Mundial e faz incidir o seu foco numa parte íntima da história que raramente é vista: a guerra das mulheres.

 

Grande, grande, grande livraço!!

5 estrelas bem gordas. E cheira-me que é bem capaz de vir a ser o livro do ano!

Que maravilha de livro.

Tão bem escrito, tão completo, tão emotivo.

Chorei que me fartei, em vários momentos, mas especialmente no final, que me arrebatou completamente.

Morri naquelas ultimas páginas.

É uma história passada na II Guerra Mundial em França que acompanha uma vertente diferente, a das mulheres francesas na Resistência.

É um livro extraordinário, uma história de vida memorável!

Tem algumas partes muito duras de ler. Por mais que já todos saibamos deste episódio negro da História, é sempre difícil de ler e de tentar sequer imaginar o que aquilo foi.

Adorei a Isabelle. Ao início não me estava a encaixar muito com a Vianne, mas depois esta mulher também se revelou um caso sério enquanto pessoa.

Duas mulheres unidas pela coragem que foi necessária para ultrapassar aquele período. Uma história de amor e redenção entre duas irmãs que sem dúvida mereciam ter sido muito felizes.

Leiam!! É o que vos posso dizer!

 

Leitura Terminada

As opiniões neste blog andam…zzz…não andam na verdade, não é?

Mas isto da quarentena às vezes não é fácil.

Anywhoo, vou finalmente publicar as opiniões das minhas quatro ultimas leituras.

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Pois, estes livrinhos românticos e eróticos, nos quais pegamos para desanuviar, às vezes têm destas coisas e fazem-nos perder umas boas horas de sono, porque não os conseguimos largar até chegar ao fim. E foi o que aconteceu com este. Peguei nele um dia depois de largar o trabalho e li umas páginas enquanto tinha o jantar a fazer. Depois não lhe peguei mais porque foi noite de ver TV com os putos. No dia seguinte voltei a pegar-lhe e foi uma fúria até à última página. E foi uma grande fúria na manhã seguinte quando tocou o despertador…

É um romance previsível entre a Erin e o Jake, com uma dose porreira de sexyness e erotismo, sem ser demasiado. E o Jake é aquele bombeiro bom e bonzão (J), com uma filha, que nos enche as medidas. E que gostávamos de ver um filme ou numa série para apreciar o bicep bom coração.

Entre os dois há uma química muito imediata e esta mantém-se e evolui de uma boa forma durante o livro, apesar dos obstáculos que vão surgindo.

Portanto, acaba por ser uma história bastante envolvente e cheia de paixão, que cumpriu o objectivo de leitura que tinha em mente.

É uma leitura leve, divertida e super-rápida que vos recomendo se estiverem a precisar de espairecer de leituras mais pesadotas.

 

...

Março é o meu mês favorito. O mês em que tudo renasce, ou começa a renascer, depois de um longo inverno. Este ano, Março foi um dos meses mais estranhos de sempre. E passou a correr. Entre uns dias de trabalho no escritório, remote work desde dia 10, ajuda à nova vida escolar do Marcos, muitas refeições, tratar da casa etc... E de repente já estamos em Abril. E hoje está um dia tudo menos primaveril. Há bocado fui ao terraço e pensei que me tinha enganado e aberto a porta para o Natal. Ontem até acendemos a lareira. Para já não há grandes perspectivas de Abril ser muito diferente de Março. Até tenho uns diazitos de férias, que obviamente serão aproveitados para dormir, descansar, ver TV e ler. Uma pessoa até pensa em não tirar esses dias e usá-los mais tarde, mas também é importante descansar ainda que não se possa sair de casa. É diferente acordar sem despertador, não ter de ligar o portátil e estar a trabalhar 8h. Que seja um bom mês. Que as coisas possam melhorar e que estejamos todos seguros e saudáveis. 🌷🌷🌷