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Curly aos Bocadinhos

Curly aos Bocadinhos

Leitura Terminada

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Sinopse

Mike e Verity têm um jogo especial. O Jogo do Desejo. Eles jogam para provar o que já sabem: que Verity ama Mike. Que ela precisa de Mike. Não interessa que ela não responda aos seus e-mails ou telefonemas. Não interessa que ela lhe diga que se vai casar com Angus.

Faz tudo parte do jogo secreto que costumavam jogar. E Mike observando V mais perto, vê os sinais. Se acompanhar cada movimento dela, ele saberá quando precisará de ser salva, pois é um homem obcecado pela ideia do romance apaixonado que viveram; e que ainda não terminou.

 

Já tinha lido em tempos um livro com uma história sobre obsessão. Do qual gostei.

Mas era uma situação diferente. No livro Diário de uma Obsessão, a mulher era perseguida por um homem que era colega de trabalho. Mas nunca tinham tido nada um com o outro. Eram quase estranhos.

Neste livro, a história entre Mike e Verity é diferente. Porque eles tiveram uma relação durante 9 anos. Só que a relação terminou. Pelo menos para Verity, aparentemente. E Verity está noiva e prestes a casar quando se reencontra com Mike. Para Mike, a relação ainda tem muito para dar e Verity só precisa de perceber que a relação não terminou. Mike só precisa de a fazer ver isso.

E é este o mote da história.

E posso dizer-vos, desde já, que adorei este livro! Achei brutal! Muito, muito marado!

Se me perguntarem se me identifiquei com os personagens, ou se senti empatia, ou se gostei deles...não. Na verdade, não.

Só que, este livro é identificado como um thriller psicológico. 

E, como sabem, é um género do qual gosto muito. E leio com alguma frequência este tipo de livros. E, muitas vezes, fico um pouco decepcionada, por achar que o livro não faz bem jus ao género. Porque falta intensidade, porque falta suspense, porque falta um final chocante, porque falta algo de realmente perturbador. E, neste livro, para mim esses ingredientes estiveram todos lá.

Uma coisa que gostei neste livro foi o facto de toda a narrativa ser feita na voz do Mike. É dentro da sua cabeça que estamos do início ao fim do livro, é com os seus olhos que vemos tudo, é com a sua mente perturbada que nos deixamos conduzir. E, apesar de eu gostar muito de thrillers em que temos duas ou três narrativas, em que temos a perspectiva de duas ou três personagens ao longo do livro, nesta história acho que foi absolutamente fundamental o facto de nunca ter havido quebra na narrativa. Porque assim a intensidade nunca se perdeu. E, portanto, é uma história que me deixou exausta. Aflita. Com medo. Chocada. Com pena. Surpreendida. Curiosa. Com raiva. Enfim, um rol de emoções diferentes, que conseguimos pelo facto de andarmos na montanha-russa que é a cabeça do Mike. E vamos tendo estados de espírito diferentes ao longo do livro. 

Porque, é preciso ver que, nesta história, o Mike não era um desgraçadinho qualquer que não tinha onde cair morto e andava para ali a fazer stalking de mulheres a meio da noite. Tanto a Verity como o Mike eram pessoas com uma boa situação académica, profissional e financeira. A Verity era uma executiva na área da Inteligência Artificial. O Mike era um ás da banca. O Mike a dada altura viveu nos EUA, numa daquelas casas de topo, com um emprego de topo na banca. E depois regressa a Londres, onde vive num casarão numa zona top da cidade, e obviamente trabalha na City.  Verity também é cheia de dinheiro e depois ainda vai casar com um homem milionário. Ou seja, a educação e o dinheiro aqui não eram uma questão.

E, talvez por isso, a história ainda choque mais.

É uma história brutal, brilhante, sobre uma obsessão, mas uma obsessão entre duas pessoas que se amaram. Não entre dois desconhecidos. E prende completamente do início ao fim, e leva-nos pela mão de Mike pelo presente e pelo passado entre Mike e Verity e a infância/juventude de Mike.

E nunca chegamos bem a perceber afinal quem era Verity e se Mike teria ou não alguma razão sobre ela. Há momentos em que achamos tudo um disparate. Há momentos em que pensamos que, se calhar, o Mike até não estava longe da verdade. Isto porque a Verity nos é apresentada como uma personagem um pouco dúbia. Nem tudo é claro em relação a Verity. E, depois, como nunca "ouvimos" a sua voz, fica ao nosso critério pensar sobre ela e o que poderia ser verdade.

O final deixa-nos sem ar e faz-nos pensar como é que seria tão fácil alguém obcecado e perturbado dar cabo da vida de outrém...mas, é preciso ver que, na cabeça do Mike, tudo o que ele fazia era por amor a Verity e era por querer o melhor para ela.

Pela intensidade e pela montanha-russa de emoções, dei a este forte thriller psicológico 5 estrelas no Goodreads.

Leiam!

 

 

 

Leitura Terminada

Há bocado estava a pensar "Acho que tenho a review de 2 livros para escrever! É melhor despachar-me com isso antes que me esqueça das histórias e das sensações". Depois fui ao Goodreads...e afinal são quatro...zzz...zzz...preguiça, much?

 

Então, segue a primeira. E vamos ver se há inspiração para as restantes. 

 

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Sinopse

Anthony Peardew passou metade da sua existência a guardar com todo o zelo objetos que encontrava perdidos, numa tentativa de se redimir de uma promessa quebrada muitos anos antes. Já perto do ocaso da sua vida, decide deixar a casa onde vive, e os «tesouros» que nela foi reunindo, a Laura, sua assistente e única pessoa a quem ele pode confiar a missão de restituir aqueles objetos aos seus legítimos donos. Mas os últimos desejos de Anthony têm repercussões verdadeiramente inesperadas... Uma brilhante história de amor e redenção que explora a importância da memória, a magia dos objetos e o que eles representam na nossa existência, e os elos inesperados que se criam entre todos nós.

 

Este livro entrou devagarinho na minha alma, como quem não quer a coisa, e foi-me envolvendo numa teia de histórias e de emoções.

Ao mesmo tempo que é um livro leve, pequeno, e com uma escrita simples, é bastante inteligente no modo como envolve o leitor. Porque senti no início um certo despreendimento pela história e pelas personagens. Mas depois fiquei super curiosa pelo desvendar de alguns mistérios e em relação a como iria terminar. 

É uma história sobre vidas cruzadas, que anda às voltas muito subtilmente, mas que nos mostra que no fim tudo faz sentido. É uma história sobre amor, sobre redenção, sobre perdão e sobre respeito. E que nos fala também da importância que os objectos podem ter na vida de alguém.

Porque, sendo umas pessoas mais desprendidas dos bens materiais do que outras, na verdade temos todos um ou vários objectos que nos são especiais por alguma razão e quando os perdemos ficamos bem tristes. Que bom seria se houvesse um Anthony para nos guardar os objectos com tanta dedicação de modo a nos serem devolvidos um dia! 

Também é uma história com aquele encanto de história com fantasmas e magia, sobre a alma de alguém que parte precisar de encontrar a sua paz. 

Portanto, apesar de pequena, é uma história muito bonita, que me encantou e emocionou. Não sendo muito profunda, não deixa de ser uma história encantadora, porque nos lembra da importância de guardar memórias...

 

...

Aqueles sites onde uma pessoa num formulário não consegue escrever a data de nascimento e é obrigada a andar para trás no calendário, nos meses e anos... é só cruel.

Não havia necessidade.

Fazem uma pessoa sentir que é do século passado...oh wait...

 

Crueldade mas é...

Leitura Terminada

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Neste livro acompanhamos a vida de Edith Eger, pela mão da própria, antes, durante e depois da II Guerra Mundial. Com apenas 16 anos, a bailarina e ginasta foi enviada para Auschwitz com a sua família e sofreu várias violências físicas e psicológicas, tendo sido encontrada viva numa pilha de corpos quando as forças aliadas chegaram à Alemanha e libertaram os sobreviventes em Auschwitz.

Confesso que o título e a parte inicial da sinopse me fizeram pensar que o livro teria uma narrativa diferente, muito mais focada nos momentos em Auschwitz. Contudo, a parte de Auschwitz parece que passa um bocado a correr e depois o restante do livro é sobre a continuação da vida de Edith, até uma idade já bem avançada e a forma como ela conseguiu lidar com os seus traumas e perdas, especialmente através do contacto com alguns dos seus pacientes.

E, portanto, senti que o livro foi mais focado nisto, sobre lidar com traumas, sobre superação, sobre dor. Em alguns momentos achei demasiado focado nas histórias dos seus pacientes que, percebo foram pessoas que de algum modo ajudaram Edith a superar os seus próprios problemas, mas fizeram-me perder algum interesse na leitura. 

Não deixa de ser um livro tocante, com uma narrativa emotiva que tem como base um episódio macabro na história da humanidade. Mas, teve alguns momentos ali borderline livros de auto-ajuda e, como sabem, não é bem a minha onda.

De qualquer modo, Edith Eger é uma pessoa com uma história de vida fantástica, uma pessoa que se superou e se tornou uma psicóloga de renome internacional e é uma senhora com uma jovem idade de 92 anos, que continua a trabalhar, se bem percebi.

Admiro a senhora e sinto-me triste pelo horror que foi o Holocausto pelo qual ela passou, bem como milhões de pessoas. E admiro o facto de ter conseguido superar-se e ajudar tantas pessoas.

Mas decepcionou-me um bocado o tipo de narrativa...porque esperava algo diferente. Por essa razão dei-lhe 4 estrelas no Goodreads.

 

 

Mais Netflix

Neste período da “quarentena” tenho tido uma maior necessidade de ver TV. Nada de muito excessivo, mas às vezes depois do jantar, em vez de me agarrar aos livros, prefiro abancar no sofá a ver TV. Ou em família ou algo ao meu gosto, quando o resto da malta prefere ir fazer outras coisas.

Venho aqui recomendar-vos umas séries que vi recentemente e adorei. São excelentes!

Não são séries divertidas, abordam temas sérios, mas estão muito boas.

- “Unorthodox” – uma minissérie com apenas 4 episódios, mas que consegue ser bastante tocante. Fala-nos da fuga de uma jovem de uma comunidade de judeus hassídicos de Brooklyn. Tem cenas muito frias e realistas, que nos fazem sentir um bocado na pele o que estamos a ver. Havia algumas coisas que já sabia sobre estas comunidades, mas fiquei a saber de mais umas. Por exemplo, não sabia que as mulheres no dia do casamento tinham de rapar os cabelos e depois usavam perucas. É só estranho. Vale bem a pena ver!

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(este momento é tão libertador! dei por mim a expirar fortemente, sem dar conta tinha prendido a respiração)

A propósito deste tema já alinhei na minha lista mais umas séries e filmes sobre este tópico, nomeadamente o filme baseado no livro “Desobediência” de Naomi Alderman que li já em 2017. Creio que tem o mesmo título, se não estou em erro.

 

- “Kalifat” – é uma produção sueca e a história alterna entre a Suécia e a Síria. São apenas 8 episódios, mas bolas, que tensão constante!! O tema principal é o “recrutamento” de adolescentes na Suécia para o Estado Islâmico. Ao mesmo tempo que acompanhamos essa situação, vivemos a situação de Pervin, uma jovem mãe que vive na Síria (foi uma dessas mulheres que fugiu da Suécia para lá porque achava que ia ser giro) e é mulher de um membro do ISIS que quer fugir daquela vida e vai pedir ajuda a uma agente sueca dos serviços secretos. Portanto, entre a vida de Pervin, as adolescentes em fuga para a Síria e o eminente atentado na Suécia, o coração de uma pessoa não para de bater desenfreado. Chorei para caraças no fim. Houve coisas que achei tão injustas, mas suponho que isto é mesmo assim. Não é algo que seja um conto de fadas e acabe sempre bem. Vejam, se puderem.

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- “Fauda” – há muito tempo que não papava uma série maior tão depressa. Tem 3 temporadas e tenho pena que não haja mais episódios para ver. Fauda quer dizer caos e esta série é passada principalmente em Israel e foca a vida de uns agentes secretos de Israel e a sua luta contra o terrorismo do Hamas e algures no tempo também do ISIS. E aborda temas como a guerra entre árabes/palestinianos/judeus, e as confusões em Gaza (mais na última temporada), que é bastante diferente de Israel.

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O actor principal Lior Raz é também produtor da série. Pelo que percebi ele foi agente secreto em Israel e, portanto, a série soa-nos bastante credível. Sem grandes efeitos especiais à americana, foi uma série que me manteve super colada ao ecrã e sempre em grandes tensões.

Ainda assim, achei a terceira temporada um pouco mais fraca. Nas outras duas temporadas tive muito mais medo dos terroristas. Tudo me deixava mais arrepiada. Na última temporada, faltou um pouco mais de personalidade aos “maus”. E houve alguns pontos que para mim ficaram por explicar melhor. E gostava de ter visto outro final para alguns personagens. Não sei se a série vai continuar, mas era bom.

E ajudou-me a perceber um bocado melhor a confusão ali daquela zona.

:)

 

E para verem em família e com os miúdos, não percam o “Absurd Planet”. É uma série com 12 curtos episódios sobre aqueles animais mais estranhos ou com características mais fora do vulgar. Tem aquelas partes um bocado mais nojentas, mas a coisa alterna entre um “yuuuuuuuck” e muitas gargalhadas. A narração está a cabo da Mãe Natureza. Claro que tem vários trocadilhos que os putos nem sempre percebem, mas aqui em casa adorámos todos. E ficámos cheios de pena por não haver mais episódios. À falta de mais episódios, já estamos a rever a coisa, porque o puto pede para ver de novo :)

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