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Curly aos Bocadinhos

Curly aos Bocadinhos

Leitura em Curso

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Ando aqui, nesta aventura com o John Corey, de quem já tinha saudades.

Perdida pelas mais de 700 páginas deste fofo calhamaço.

 

SINOPSE

O voo transcontinental oriundo de Paris está a chegar a Nova Iorque mas ninguém consegue contactar o piloto via rádio. No voo está Asad Khalil, um dissidente líbio que vai ser recebido pela Brigada Federal Antiterrorista. Mas quando o avião aterra, toda a gente a bordo está morta - à exceção de Khalil, que desaparece depois de atacar a sede da Brigada no aeroporto.

O ex-polícia de Nova Iorque John Corey, agora um agente contratado pela Brigada e a sua parceira Kate Mayfield vão seguir um rasto de fumo e de sangue atrás do fugitivo. A presa que perseguem é um inimigo com a astúcia de um homem e a ferocidade de um leão. Para vencer um jogo desesperado e sem regras, terão de forjar uma estratégia que não deixe absolutamente nada ao acaso.

Leitura Terminada

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Há livros que nos divertem. Há livros que nos empolgam. Há livros que engrenam o nosso cérebro. Há livros que nos metem medo. Há livros que nos apaixonam.

E depois há livros assim, que nos deixam maravilhados e muito comovidos.

Este livro é pequeno, tem umas 200 páginas, e tem pouco texto, capítulos curtos e muita área vazia em muitas páginas. Mas é tão, tão profundo.

Nesta história o jovem Jan, de dez anos, começa a perceber mudanças familiares quando os avós Joan e Caterina deixam a sua pequena aldeia e se mudam para a sua casa em Barcelona. Jan tem uma relação muito especial com os pais e com os avós. Mas a relação mais forte de todas é aquela que tem com o seu avô Joan. E o seu avó está diferente. E a mãe e a avó cochicham. E ele sente que há qualquer coisa estranha e má que vem por aí. E se, por um lado quer saber, por outro lado não quer ter as respostas. Porque quando chegarem as respostas as coisas não vão ser iguais.

O avô de Jan começa a perder a memória. E Jan sofre com isso. Sofre com as mudanças que isso provoca na sua família, mas sofre especialmente quando percebe que o avó vai deixar de ser como é. E se pode esquecer dele. E de si próprio, aliás.

O que fica de um indivíduo quando se perde a memória? Quando olha para os outros e não os reconhece? Quando não sabe onde está? Quando olha ao espelho e não se reconhece…

Todo o percurso de vida de uma pessoa é feito de memórias, de recordações. E ficam especialmente aqueles momentos que definem a vida, que definem a pessoa. Por vezes, as recordações de coisas simples são as mais importantes. E quando perdemos as recordações, o que fica? Antes de as perdermos, urge passá-las a alguém que as guarde e as torne suas.

A escrita de Tina Vallès é tão bonita, o livro está tão bem escrito, as dúvidas e os sentimentos de Jan estão tão maravilhosamente descritos, que é por isso que li este livro praticamente do início ao fim com um nó na garganta e que me fartei de chorar em muitos momentos. Porque me senti na pele de Jan, porque tive momentos na vida em que pensei o mesmo, senti o mesmo, tive os mesmos medos. E porque senti muita, muita saudade…

Os avós são um pilar tão importante na vida de uma criança…e é tão duro quando ganhamos consciência de que já não são jovens, que estão a definhar, que estão doentes, que os vamos perder...Bah!

É um livro que se lê muito rapidamente, lê-se em poucas horas. Mas que nos marca tanto! Adorei!

Ficou na minha mesa de cabeceira. Sei que lhe vou pegar mais vezes e reler. Porque às vezes precisamos mesmo de ler um livro assim, de ler um livro que nos comova a sério, que mexa connosco, que nos faça sentir muito, muito pequeninos…

É maravilhoso. Obviamente que lhe dei as 5 estrelas no Goodreads.

Recomendo!!

 

"Não percebi lá muito bem, mas o olhos do meu pai diziam-me que ele não queria mais perguntas e eu já estava bem assim.

Há respostas que vêm sozinhas, mais tarde, talvez em fila, como uma migalha de pão nas costas de uma formiga, ou pelo ar, como o canto de uma cigarra."

...

"Eu gostava de ser surdo, mas acho que mesmo assim o ouviria, porque há palavras que se dizem com o corpo e são os corpos dos outros que as ouvem, não têm a ver com bocas e ouvidos."

Leitura em Curso

Já tinha saudades do John Corey! Este homem mata-me 😂 PS - tenho de vos vir falar do livro anterior que li. Mas ainda não tive coragem de falar de um livro tão grande....

Nova Leitura

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SINOPSE

Posso ficar contente? Jan não sabe porquê, mas intui que não é uma notícia muito boa que agora passem a ser cinco em casa. Os avós Joan e Caterina deixaram Vilaverd e vieram instalar-se com eles no andar do bairro de Sant Antoni, em Barcelona. Esta mudança alterará o dia a dia em casa, onde as palavras e os silêncios adquirirão novos significados. Mas Jan e Joan têm o seu mundo, cheio de passeios, árvores e letras com mais significado do que parece.

Entretanto, os adultos fazem o possível para que tudo continue como sempre. Jan repara nos pormenores à sua volta e vai juntando-os para perceber o que se passa. As conversas entre avô e neto, com perguntas sem resposta e respostas sem pergunta, constroem um mosaico de cenas por onde avança a relação entre os dois, e a história de um salgueiro-chorão será o seu fio condutor.

 

Este livro foi directo para a minha wishlist e para um carrinho de compras depois de ver a recomendação da Ana Lopes. Esta senhora costuma ser um caso sério de boas recomendações e de livros mais fora do comercial...

Estou expectante...

 

 

Leitura Terminada

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Sinopse

Don Tillman decide que está na hora de casar. Só falta escolher a mulher perfeita. Don é um professor de Genética brilhante mas, por ser pouco sociável, considera que a forma mais simples de encontrar uma companheira consiste em elaborar um questionário. Cria o algoritmo perfeito que permite excluir as candidatas inapropriadas e, assim, evitar incidentes como os que viveu no passado. Rosie Jarman, apesar de bonita e inteligente, tem todas as características que Don desaprova e é desqualificada de imediato. No entanto, Rosie procura Don por outros motivos e este aceita ajudá-la. Divertido e comovente, O Projeto Rosie demonstra que o amor desafia toda a racionalidade.

 

Neste divertido e comovente romance conhecemos Don e Rosie. Don é um académico, uma mente brilhante, mas com sérios indícios de sofrer de algum tipo de autismo. Uma pessoa com muita dificuldade de relacionamento social, que se rodeia de muita planificação e rotinas para conseguir lidar com o mundo. Sendo que há muita coisa no mundo da qual ele nem quer saber. A planificação vai ao ponto de definir o tempo gasto na limpeza da casa-de-banho, as horas de dormir, de comer. E tem inclusivamente uma ementa semanal definida que cumpre à risca. Aquela história do “outra vez arroz?” cai que nem ginjas na vida de Don, para quem os alimentos que compra e as refeições que come são iguais a cada semana. Mas Don, que nunca teve necessidade de um relacionamento amoroso, começa a chegar a uma idade em que decide que precisa de ter uma companheira para a vida. Como não aceita mulheres com defeitos (de acordo com os seus critérios), decide criar um questionário e um algoritmo que visa encontrar a mulher perfeita. Incrivelmente há muitas mulheres que respondem, mas nenhuma cumpre os critérios.

Até que Don conhece Rosie. E no meio de toda aquela lógica e planeamento, começa a sentir muita coisa a escapar-lhe ao controlo. Porque Rosie não é nada daquilo que ele procura, mas é a mulher mais bonita do mundo para ele e começa a tomar-lhe tempo, tempo real e de pensamento, e a provocar muitas mudanças na rotina e quebra de regras.

Entre o projeto esposa e o projeto Rosie, dedicam-se os dois ao projeto Pai. Porque Rosie foi informada de que o seu pai não será o seu verdadeiro pai depois de a mãe ter falecido. A mãe terá tido um affair de uma noite e o potencial pai será essa pessoa. E então, envolvem-se os dois numa demanda de testes de ADN e muitas ilegalidades para descobrir quem será o pai de Rosie.

Bom, é um romance leve, que pega num tema complexo como o autismo e o aligeira e torna quase em algo cómico (o que se calhar ofende algumas pessoas, por algumas críticas que já li), mas ao mesmo tempo profundo. E que vem mostrar que o amor não se consegue planear e eventualmente agarra até alguém que se tinha autodiagnosticado como alguém incapaz de sentir amor. Alguma empatia, talvez, mas amor não.

Como será que Don e Rosie vão lidar com esta situação?

Em muito momentos foi impossível ler este livro e não pensar no Sheldon (Big Bang Theory). Tinha Sheldon all over the place. Só que o Sheldon encontrou uma pessoa mais alinhada consigo, enquanto que Don encontrou uma pessoa completamente fora da caixa.

Gostei imenso deste livro. Acho que daria um ótimo filme, uma daquelas comédias românticas boas, fugindo a alguns clichés.

Contudo, gostava que a relação entre o Don e a Rosie tivesse seguido por outro rumo que não o projeto Pai. É que achei que a história com esse projeto se arrastou demasiado ao longo do livro e depois senti que não teve o peso que estava à espera que estivesse. OK, serviu para eles se conhecerem melhor e passarem tempo um com o outro, mas podia ter havido muitos outros elementos de contacto entre os dois. Já estava um bocado aborrecida com as voltas e reviravoltas com este projeto.

E também, por não conhecer bem o tema, fiquei com dúvidas sobre se uma pessoa autista conseguiria ser tão auto-consciente do seu problema e seria capaz de sozinho, ou por amor, mudar os seus comportamentos.

Por essa razão, dei-lhe 4 estrelas no Goodreads.

Entretanto, descobri que a história tem continuação…como será que vai ser a relação entre Rosie e Don, com um bebé no meio do caminho?

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Leitura Terminada

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Querem um livro cheio de personagens duvidosas, perturbador, com muito álcool à mistura e super viciante? Então, peguem neste livro!

Como tinha referido, fiquei um pouco preocupada com a comparação a Paula Hawkins. Entendo a comparação. Mas já se torna um bocado repetitiva esta ideia colar a essa autora qualquer livro com uma personagem alcoólica que, por isso, se torna destrambelhada e pouco credível.

Mas este livro lê-se muito rapidamente. Gostei mais do ritmo impresso nesta narrativa do que no “A Rapariga no Comboio”, que era um bocado mais enrolado.

Nesta história acompanhamos a vertente pessoal e profissional de Alison. Alison é casada e tem uma filha com 6 anos. É uma advogada em ascensão. Parece ter uma vida pessoal e profissional bastante alinhada com os astros. No entanto, tem um “relacionamento” com um colega de trabalho. Digo “relacionamento” porque aquilo é uma coisa bastante questionável. Digamos que (and pardon my French), de vez em quando fodem, violentamente…Algo de que Alison parece não gostar ao mesmo tempo que parece querer mais…

Para além disto, qual é o problema de Alison? A bebida. Alison frequentemente vai para o pub depois do trabalho com os colegas e embebeda-se à séria, a ponto de às vezes nem conseguir ir para casa. E a bebida parece ser algo que está a começar a ser um problema no casamento e a afectar a forma como o seu marido dedicado olha para ela. E a criar problemas na forma como cuida (ou não cuida) da filha.

Por que será que Alison bebe? Será que bebe tanto quanto pensa? E por que mantém aquela relação abusiva com um colega?

É um bocado por aqui que este thriller nos agarra. Ao mesmo tempo vamos acompanhar o primeiro caso de homicídio que é atribuído a Alison, uma mulher abastada que aparentemente matou o marido com várias facadas. Mas não quer falar sobre isso. Será que a mulher matou o marido? E quais foram as motivações? O marido merecia ou não?

É uma leitura muito intrigante, apesar de pessoalmente não conseguir criar empatia com nenhuma personagem. Talvez intencionalmente, mas tive pet peeve com quase todas as personagens. Mas havia ali umas 3 em particular que me deixaram de cabelos em pé desde o primeiro momento. E me fizeram logo questionar algumas coisas.

Daí que tenha sido uma leitura rápida e viciante, gostei do final, mas antecipei cedo na trama os dois momentos reveladores. Achei que as pistas escaparam demasiado cedo, apesar da confusão criada.

Gostava de ter visto um pouco mais de desenvolvimento em relação a ambos os momentos, talvez porque como os adivinhei cedo, queria ter tido um pouco mais de sumo…de toranja…perceberam? Ahn?

Ainda assim foi um livro que gostei bastante de ler. Dei-lhe 4 estrelas no Goodreads.

Obrigada, S. pelo empréstimo!