Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Curly aos Bocadinhos

Curly aos Bocadinhos

Leitura Terminada

laranja.jpg

Sinopse

Esta é a história comovente de Zezé, um menino de seis anos nascido no seio de uma família muito pobre. Zezé é inteligente, sensível e criativo, mas muito endiabrado. Carente do afeto que não encontra junto do pai e da mãe, mais preocupados em sobreviver a cada dia, o menino perde-se nas ruas, onde só lhe dá para inventar travessuras.

 

Este livro era uma daquelas referências clássicas que tinha ainda por ler. E, há dias, apanhei-o numa promoção no Continente e não resisti. Até porque pensei logo que é um daqueles livros para miúdos e graúdos, se calhar em especial é um bom livro para ser lido pelos jovens cheios de problemas de primeiro mundo, como alguns que moram cá em casa…

É um livro de leitura muito escorreita, mas, nem por isso, de leitura muito fácil. Pelos sentimentos que nos desperta, pelas emoções que nos traz uma história narrada por uma criança de 5 anos. Porque é um retrato duro sobre a vivência de muitas crianças cujas famílias só conhecem a pobreza e um sentimento de sobrevivência, crianças que se sentem abandonadas pelos pais, pouco amadas, que precisam de crescer demasiado depressa, que se sentem responsáveis por irmãos mais novos, que sentem que têm de se virar sozinhas muitas vezes.

É uma história muito crua, que nos revela a sensibilidade, a inteligência e a criatividade numa criança sem espaço para ser criança, sem espaço para conhecer na maioria do tempo algo que não seja dor, fome, que não seja carência (não só material, mas afectiva). Daí o pé de laranja lima, que se torna seu confidente e conselheiro, já que não tinha mais quem lhe desse muita atenção em casa. Pelo menos atenção positiva. E essa carência fica especialmente patente na forma como Zezé se apega ao único adulto que um dia conhece que lhe dá verdadeiramente atenção, carinho, respeito e na situação em que Zezé fica quando algo se perde nesse contacto.

A parte do excesso de pancada em Zezé confesso que me incomodou bastante, senti-me muito revoltada e chegou a um ponto em que pensei se seria realmente necessário chegar a certos pontos com uma criança que mal tinha cara para levar um estalo.

É uma mensagem ainda muito actual e é um livro que não deixa ninguém indiferente.

Percebo por que faz parte do Plano de Leitura Nacional. É um must read porque, realmente, em tão poucas páginas o autor consegue criar uma quase imediata empatia entre o leitor e a personagem principal e despertar grandes emoções. Além de nos deixar durante uns dias a pensar no assunto…

Dei-lhe 5 estrelas no Goodreads!

Um dia destes tenho de o “atirar” na direcção dos miúdos cá de casa, assim como quem não quer a coisa… :)

 

Leitura Terminada

carrasco.jpg

Sinopse

Passaram-se dezoito meses, mas as cicatrizes deixadas pelos assassínios da Boneca de Trapos ainda não sararam.

A inspectora-chefe Emily Baxter é convocada para uma reunião com dois agentes americanos - a agente especial Elliot Curtis, do FBI, e o agente especial Damien Rouche, da CIA - que lhe mostram fotografias do mais recente homicídio: um cadáver contorcido numa posição familiar, pendurado na ponte de Brooklyn, com a palavra ISCO esculpida no peito.

Mediante a pressão dos meios de comunicação social, Baxter recebe ordens para ajudar na investigação e acaba por ter de visitar outro local de crime, descobrindo a mesma palavra (ISCO) esculpida no peito da vítima e, no peito do assassino, também morto, a palavra «FANTOCHE».

À medida que, nos dois lados do Atlântico, a espectacularidade e crueza dos homicídios aumenta, a equipa tenta desesperadamente apanhar os culpados. A única esperança é descobrir a quem se destina o «ISCO» e como são escolhidos os «FANTOCHES», mas acima de tudo, quem está a puxar as cordas.

 

Este livro é excelente! Uma fantástica continuação do volume anterior “Boneca de Trapos”. Melhor, até!

É super vertiginoso e alia muito bem a componente policial com a vertente mais de thriller psicológico.

Desta vez, o protagonismo maior vai para Emily Baxter, inspectora-chefe no UK. E para mim ganhou imensos pontos, gostei de a conhecer melhor enquanto mulher e enquanto detective.

O ritmo é muito rápido, os capítulos não se alongam muito e a escrita não é leve, mas cria um excelente dinamismo e uma certa sofreguidão na leitura, com as voltas e reviravoltas.

O facto de ter dois cenários, UK e US, também ajuda a criar este dinamismo. E é realmente um livro muito cinematográfico. Sendo que, e desde já deixo o aviso, é um pouco gráfico e tem cenas bastante perturbadoras. Houve uma cena em particular que me deixou mesmo arrepiada, agoniada e mais coisas acabadas em ada, porque criou em mim um sentimento de terror e de uma certa incredulidade com a crueldade da situação.

O ritmo não se perde até ao final, mantém sempre o interesse e chegamos ao fim sem fôlego, por um lado devido a toda a correria em que a história nos envolve e, por outro lado, devido ao final aberto, já depois da descoberta do ser maquiavélico por detrás dos crimes e das suas motivações, que deixa mais uma vez a porta de entrada para o volume seguinte e nos deixa, portanto, com perguntas.

Fico ansiosa de poder continuar esta história!

Uma coisa é certa, este autor superou-se neste volume, sabe deixar o leitor de água na boca ao mesmo tempo que consegue criar um enorme sentimento de medo com os crimes que apresenta e com as mentes criminosas por detrás dos mesmos.

Dei-lhe 5 estrelas no Goodreads! Leiam!!

 

Pág. 2/2