SINOPSE
Blythe Connor está determinada a ser a mãe afectuosa e solidária que nunca teve. No entanto, no auge dos esgotantes primeiros dias de maternidade, Blythe convence-se de que alguma coisa não está bem com Violet.
Com o passar do tempo, a sensação agrava-se: a filha é distante, rejeita o afecto e revela-se cada vez mais perturbadora. Ou estará tudo apenas na cabeça de Blythe?
O marido diz que ela está a imaginar coisas. Quanto mais Fox ignora os seus receios, mais ela se questiona sobre a sua própria sanidade mental.
Quando nasce o filho mais novo, tudo parece melhorar: Blythe sente com Sam a ligação que sempre imaginou; Violet acalma e parece adorar o irmão mais novo.
Mas, de repente, tudo muda e Blythe não poderá mais ignorar a verdade sobre o seu passado e sobre a sua filha. Onde está a verdade quando tudo tem duas caras?
Bom, antes de mais, vamos respirar fundo e apreciar esta capa maravilhosa?
......
Já sabem que eu vibro com capas bonitas. E esta capa foi logo o que captou a minha atenção sobre este livro. E só depois fui perceber a sinopse. Mas tinha de o comprar! Achei-o irresistível!
E, enfim...como vos posso explicar este livro? É um livro que vos recomendo que não vão para ele de ânimo leve. Especialmente se forem mães e gostarem de o ser. Porque não é, de todo, uma leitura fácil.
É um livro muito intenso, muito visceral, que me trouxe muitas ansiedades e deu que pensar.
A história é bastante densa, traz muita complexidade psicológica sobre a personagem principal Blythe. Ainda que, na verdade, seja uma história que nos traz detalhes sobre quatro mulheres de quatro gerações.
E levanta muitas questões, em especial sobre a maternidade. Sobre a pressão social que existe relativamente ao papel que as mulheres é suposto terem. E sobre o instinto maternal.
Será que o instinto maternal é algo que tem de vir com a pessoa ou é algo que pode surgir depois? Será que, quando uma mulher nasce com essa falta de instinto maternal, por algo de genético ou de educação que a impede de ser uma mãe afectuosa, de criar ligação com os filhos, é impossível de contornar? E um instinto malévolo, é algo que se pode manifestar desde tenra idade ou é algo que não é concebível, porque uma criança é um ser puro? Será que todas as crianças são esses seres puros, ou será que algumas carregam nos genes o peso de maus instintos, de más condutas? O instinto maternal pode ser uma relação de amor-ódio? Há qualquer coisa de umbilical na relaçao entre mães e filhas de que não se consegue fugir?
A narrativa é pesada, mas ao mesmo tempo é um livro bastante viciante, com uma escrita que flui e prende. Só que, por ser algo duro, tive por vezes de fazer algumas pausas e respirar fundo, para depois lhe poder pegar novamente.
O enredo ajuda-nos a perceber que os problemas que Blythe sente podem vir, não só, por uma questão genética, mas por toda uma cadeia de falta de afecto e amor que passa no fio condutor das mulheres daquela família. Ao mesmo tempo que nos vamos perguntando se há coisas que só acontecem na imaginação de Blythe.
Mas depois questionamos por que razão Blythe se conseguiu ligar ao segundo filho de uma forma completamente diferente do que sucedeu com Violet. Será porque era rapaz?
Não podemos deixar de parte o facto de Blythe viver muito em função do casamento, de querer agradar ao marido, de tentar ser a mulher perfeita e a mãe que ele esperava que ela fosse. O que lhe trazia ansiedades muito acrescidas, porque Blythe sabia que não era perfeita, que seria difícil conseguir ser uma mãe naturalmente afectuosa, mas tentava, tentava. Será que conseguia? Por que razão era a sua relação com Violet tão difícil?
Enfim, é um livro meio bizarro, perturbador, mas que adorei!
Só não lhe dei as 5 estrelas no Goodreads, e apenas 4, por uma razão. A trama foi toda ela muito intensa e interessante, mas depois o final foi bastante previsível. Estava à espera de um final mais surpreendente, algo que fosse uma revelação de outro tipo. Mas não, estava a ver o enredo a conduzir para ali e quando chegou ao fim, foi realmente o que esperava.
Ainda assim, é um livro que recomendo!
Já leram? O que acharam?