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Curly aos Bocadinhos

Curly aos Bocadinhos

...

Acho que hoje realmente senti o Outono a instalar-se mais a sério.. 🍂🍁🌧️🌧️

Tá lá?

Chamada daquelas de publicidade.

 

Esta a ser educada:

"Olhe, peço desculpa mas agora não é oportuno, porque estou a trabalhar"

Respondem do outro lado:

"É sempre oportuno ouvir sobre algo de vantajoso" e continuou a ler o script por ali fora

 

Esta mal educada...desligando telefone.

 

Não sei como raio estas pessoas são formadas agora para call centre, but it's a no for me, dog! 

 

 

Leitura Terminada

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Sinopse

Isabel não tinha medo dos mortos. Gostava de passear por entre as campas do cemitério, a recuperar as histórias da morte daquelas pessoas. Quando a falta de alguma informação lhe acicatava a curiosidade, perguntava à mãe...
Quando esta se recusa a dar-lhe uma resposta sobre uma mulher chamada Eulália, Isabel inicia uma busca por esclarecimentos. Só que ninguém quer falar sobre o assunto e, inesperadamente, Isabel vê-se confrontada com uma teia de mentiras, maldade, enganos e crimes que a levam a compreender o passado misterioso da mãe e a forma quase anestesiada da sua existência.

 

Durante bastante tempo segui o blog da Lénia e gostava imenso de o ler. Depois perdi o tempo para acompanhar tantos blogs e fui perdendo o contacto. Ainda assim, sabia desta vontade da Lénia de escrever um livro e fiquei muito contente quando saiu finalmente a sua primeira publicação mais a sério. 

O livro lê-se num ápice, tem uma escrita bonita, simples mas elegante e a forma como a história está contada torna-se bastante intrigante e fica difícil de parar a leitura.

Em relação a este livro houve partes que adorei, se calhar porque me identifiquei com algumas coisas, porque me trouxe recordações (boas e más), porque me levou ao Alentejo que conheço e porque caracterizou muito bem aquele ambiente de aldeia pequena, das aparências, do viver de acordo com as normas instaladas, os rituais, etc. Até o padre foi bem apanhado, fez-me voltar a sentir algumas revoltas em relação a umas situações que se passaram com os meus avós e o padre da aldeia na altura (que era uma besta). E, portanto, fui-me sentido muito ligada à história e muito envolvida em tentar descobrir então toda a situação familiar de Isabel e da sua mãe.

Contudo, dei a este livro 4 estrelas. Queria mesmo ter-lhe dado 5 estrelas, porque estava a gostar imenso, mas senti que no final a coisa perdeu o gás e não resolveu todas as questões que para mim estavam no ar. Resolveu algumas, mas de repente ficaram imensas pontas soltas e o livro termina quase de forma apressada, parece que há ali um corte com o resto do livro, em que a narrativa ia decorrendo a bom ritmo.

Tive pena realmente de terem ficado perguntas por resolver. Se calhar em mais umas 20 ou 50 paginas, ou mesmo 100, o livro alongava-se mas a história também ficava mais completa. Porque não me pareceu que esta história fosse ter continuação num outro volume.

De qualquer modo, gostei deste livro de estreia, só que fiquei um pouco decepcionada com a parte final. 

Mas espero vir a ler mais coisas desta autora, quiça melhor intricadas e concluídas. 

Leitura Terminada

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Sinopse

Todos temos segredos, e os segredos têm consequências.
Adrian Wolfe tem duas ex-mulheres, cinco filhos e demasiada bagagem.
Mesmo assim, ele e a sua terceira mulher, Maya, vivem em harmonia com a sua extensa família? Até que Maya morre inesperadamente e sem explicação. Um ano depois, as circunstâncias bizarras da sua morte continuam a atormentar Adrian: terá sido mesmo acidente? Ou suicídio? Teria Maya razões para tirar a sua própria vida?
Tentando ultrapassar o luto, Adrian decide investigar e descobre segredos perturbadores que o levam a passar em revista a relação com as ex-mulheres e os filhos. De repente, a frágil bolha de felicidade que envolvia a sua esquizofrénica família rebenta. Nem tudo é o que parece com os Wolfes. E quanto mais defeitos Adrian descobre na sua vida aparentemente perfeita, mais ele se questiona: será que algo ou alguém levou Maya à beira do precipício?

 

A sinopse deste livro deixou-me de orelhas em pé e não resisti a comprá-lo numa promoção da Top Seller.

Gostei bastante do livro e achei-o muito rico na exploração desde conceito das famílias modernas. Portanto, há aqui um homem no centro de uma série de pessoas, 3 casamentos, vários filhos dos primeiros dois, uma mulher recente e depois há coisas que começam a correr muito mal quando Maya morre e não se consegue descobrir o que terá realmente acontecido, se foi um acidente, se foi homícidio, se foi suicídio. E portanto, a história criou em mim uma enorme curiosidade e levou-me numa leitura algo frenética para tentar chegar ao fim. 

A autora lança muito bem para a história as pitadas de múltiplos suspeitos para terem contribuído para o destino de Maya e conclui a história com boas argumentações e sem muitas pontas soltas.

No aspecto de explorar o conceito de familias modernas e de trazer a lume o quão difícil é estes relacionamentos funcionarem bem, mesmo que as pessoas aparentemente queiram, o livro está excelente.

É também um enredo muito intrigante, que nos mantém em corropio até ao final.

Mas, dei a este livro 4 estrelas no Goodreads. Gostava muito de lhe ter dado as 5 estrelas mas, apesar de ter gostado bastante, tive dois pequenos problemas com a história...a conclusão sobre o que realmente aconteceu com Maya foi menos chocante do que estava à espera, teria gostado mais de outros rumos. E o outro problema foi eu ter detestado o Adrian, que era um homem completamente focado em si próprio e nas suas necessidades, que queria chegar a todo o lado e não chegava a lado nenhum porque lhe faltava alguma espinha dorsal e capacidade de perceber o que tinha à sua volta. E irritou-me a atitude dele de constantemente desvalorizar o que tinha para procurar a próxima, o quanto por um lado parecia estar a sofrer muito com a morte de Maya para logo a seguir estar pronto para saltar à espinha de outra mulher e move on.

E confesso que não gostei muito da parte final entre Adrian e outra personagem. Mas pronto, admito que as pessoas por vezes tomem uma decisão e depois percebam que erraram e voltem atrás. Se calhar se ele tivesse sido um homem mais interessante achava mais piada a este final. Mas senti que muito do que aconteceu foi culpa dele e de ele ser um bocado apático e egocêntrico.

Ainda assim, como disse, foi uma leitura muito interessante. 

 

Leitura Terminada

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Sinopse

Cecilia Wilborg tem a vida perfeita: um marido atraente, duas bonitas filhas e uma grande casa em Sandefjord, uma cidade que parece tirada de um bilhete-postal. Ela esforça-se para manter tudo como está, pois um erro do passado pode destruir-lhe o presente.

Annika Lucasson vive uma vida sombria com o namorado abusivo e traficante de drogas. Já perdeu tudo muitas vezes e agora tem uma última oportunidade de se salvar, graças a Cecilia. Mas, Annika conhece o seu segredo e o que Cecilia está disposta a fazer para que tudo acabe.

Então aparece Tobias, um rapaz de oito anos, sozinho e sem amigos. Mas que ameaça fazer desmoronar o mundo de Cecilia.

O quer ele de Cecília?

 

Este livro, creio que um thriller doméstico, traz-nos uma história bastante focada em três personagens principais: Cecília, Tobias e Annika. Aliás, é através deles que a história nos é efectivamente contada, sendo que, com avanços e recuos, vamos perceber toda a trama e a forma como as personagens se ligam.

Cecília acaba por ser a personagem mais interessante, porque é a mais complexa, aquela que nos traz dúvidas de credibilidade, aquela que no início nos dá uma ideia de vida perfeita (ainda que muito fútil e falsa, algo que se indicia desde o início), mas ela é bastante imperfeita e tem segredos que quer esconder a todo o custo para manter essa aparência de vida perfeita. E como mãe, oscila muito entre parecer amar as filhas e não as poder ver à frente.

Tobias é uma criança que surge na sua vida e traz uma reviravolta, ainda que muitas situações em torno da criança e certas decisões tomadas por Cecília nos fizessem questionar se seriam o cenário mais normal.

E depois Annika traz-nos os pontos de ligação ao passado, numa perspectiva mais epistolar, num diário que ia escrevendo e guardou. 

A história até é interessante e levanta questões pertinentes sobre a pressão sobre as mulheres (serem perfeitas, sempre arrumadas e belas, casa impecável, comportamento irrepreensível, filhos impecáveis), sobre algum indício de doença mental, sobre segredos para com a família...

Mas teve algumas situações bastante previsíveis, desde cedo. O final até acabou por salvar um pouco isso, não foi absolutamente chocante, mas diria que foi merecido, porque no meio de tanta coisa, parecia que era tudo normal e aceitável, quando muitas situações eram questionáveis.

Dei a este livro 3 estrelas no Goodreads. Gostei, mas teve algumas situações algo forçadas e esperava algo mais vibrante, mais mirabolante. 

 

 

Leitura Terminada

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Sinopse

Quando a pressão do futuro casamento se torna demasiada, Jude foge da igreja, deixando um bom homem no altar, a sua mãe furiosa e os convidados com mexericos suficiente para durar um ano. Culpada e envergonhada, Jude foge para Pengarrock, uma mansão em ruínas na Cornualha, no cimo de uma falésia, onde aceita um emprego a catalogar a extensa biblioteca da família Trevillion. A casa é um refúgio bem-vindo para Jude, cheia de história e segredos, mas quando seu novo proprietário chega, torna-se claro que Pengarrock não é amada por todos. Quando Jude sucumbe ao feitiço da casa, descobre um enigma familiar decorrente de uma terrível tragédia que teve lugar séculos antes: ao que parece, há algures um tesouro perdido. E quando Pengarrock é posta à venda, parece que o tempo está a esgotar-se para a casa e para Jude…

 

Pronto, foi um romance giro e leve para um período de férias, com muita vontade de descansar, de apreciar paisagens e de passar mais tempo em família do que propriamente ler. Ainda assim, lá consegui ler umas páginas, mas concluir só já passados vários dias. Culpa minha, não do livro.

Gosto destes romances passados na Cornualha. É uma zona que desperta em mim um certo interesse. Gostava de conhecer pessoalmente, ver com estes zólhos aquele mar e tal e tal, e portanto, gosto de histórias que me permitam viajar um pouco até lá.

A história foi engraçada, gostei dos personagens, mas foi um tanto ou quanto morno, não foi assim daqueles romances mais calientes, não precisa de ser muito badalhoco, mas assim, mais salero. Vocês entendem-me que eu sei!

Portanto, foi uma leitura agradável, a escrita não é muito densa, o romance vai tendo um crescendo adequado e, pronto, tem aquele fim algo previsível. E para mim podia ser menos centrado nos tais segredos e mais no desenvolvimento do romance. 

Dei-lhe 3 estrelas no Goodreads :)

Leitura Terminada

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SINOPSE

"Santiago, um velho pescador cubano, está há quase três meses sem conseguir pescar um único peixe, quando o seu isco é finalmente mordido por um enorme espadarte. O peixe imponente resiste, arrasta a sua canoa cada vez mais para o alto mar, na corrente do Golfo, e obriga a uma luta agonizante de três dias que o velho Santiago acabará por vencer, para logo se ver derrotado."

 

Uh, Curly Maria leu um clássico!!

Bom, fomos de férias e passámos uns dias numa casa no Douro, com uma envolvente maravilhosa. A casa tinha um cantinho de leitura fofo, com umas vidraças enormes com vista para verde, muito verde. E, claro, fui munida de leituras na mala. Sem grande peso, porque me fiz acompanhar pelo meu Kobo, com vários livros à escolha. Vai daí, por falta de leitura (coff coff), olhei para a mini-estante do cantinho de leitura da casa, curiosa por saber se havia ali alguma coisa interessante. E dei com este livro, uma daquelas referências literárias, mas que nunca tinha lido. Nunca tinha lido, aliás, nada deste autor.

Vá-se lá saber porquê, estava na ideia de que os livros de Hemingway eram uns calhamaços, coisas grandes e densas. Se calhar algumas das suas obras realmente são-no, mas esta suscitou-me a curiosidade por reconhecer o título e pelo tamanho pequeno do livro. Menos de 100 páginas. A minha alma ficou parva! Portanto, decidi pegar-lhe e foi leitura de um bocadinho do meu dia. Li-o de fio a pavio, só parei mesmo no fim.

É um livro muito simples, bem escrito - é quase um conto - com um enredo super simples, mas que se torna comovente e passa uma mensagem muito forte. É uma aventura poética, que se foca na coragem do homem, na força, na capacidade de resistência e de ultrapassar obstáculos, mesmo que sejam lutas que se perdem.

É uma história carregada de metáforas, forte na mensagem, mas que comove também porque nos traz um velhote, cansado, magro, faminto, pobre e uma criança, também pobre, que se preocupa com ele e o ajuda. Portanto, aborda um bocado o tema da solidão dos idosos, de como são esquecidos e abandonados. E como pode ser solidário alguém que também não tem muito.

Senti que, apesar de passar essa mensagem de coragem, de força, ao mesmo tempo não é um livro muito positivo, porque tem um final que deixa um certo amargo de boca e nos faz pensar que, depois de tanto esforço, podemos não ter o resultado que se esperava, que a vida nem sempre é justa, mesmo que se faça tudo certo.

É um livro que fica na memória por ser ao mesmo tempo tão simples e tão elaborado e nisso Hemingway foi mestre, tanto que foi foi este livro que acabou por conduzir à nomeação deste autor para o Prémio Nobel da Literatura em 1954.

Dei-lhe 4 estrelas no Goordreads.

 

Leitura Terminada

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Sinopse

"Quando um homicídio abala a comunidade isolada da Ilha de Entrada, o detective Sime Mackenzie embarca num pequeno avião, como parte de uma equipa oficial de investigação.

Com apenas dois quilómetros de largura e três de comprimento, a Ilha de Entrada é uma comunidade com pouco mais de 100 habitantes, o mais rico dos quais acaba de ser descoberto assassinado na sua própria casa. Coberta de sangue do marido, a melancólica esposa do morto conta à polícia uma história pouco credível sobre um intruso mascarado armado com uma faca.
A investigação parece ser pouco mais do que uma mera formalidade - as evidências apontam para um crime passional, implicando a esposa. Mas Sime fica intrigado com a viúva durante o interrogatório, convencendo-se de que já se encontram antes, apesar disso ser claramente impossível.
"

 

Em tempos, alguém me recomendou um livro deste autor e tinha-o na minha wishlist como referência, se bem que nunca me deu para o comprar. Entretanto, neste lento regressar ao escritório (e por falta de livros em casa coff coff), decidi trazer este livro do Book Swap para perceber se seria interessante.

Dei-lhe 3 estrelas no Goodreads.

É uma história que, pela sinopse, parecia ter alguns ingredientes apelativos, mas depois, alguma coisa não resultou para mim.

A escrita é densa, o que não é muito bom para quem aprecia thrillers e policiais mais frenéticos, como eu. A história tem um ritmo lento, não me consegui identificar muito bem com as personagens, o detective Sime tem aquela carga meio negra, é uma pessoa cinzenta, triste, amargurada, de um modo que não gostei muito. Ainda por cima a investigação criminal, além de avançar pesadamente, é interrompida frequentemente por uns sonhos e uns regressos ao passado, à vida de uns antepassados de Sime que, de algum modo, têm ligação com uma personagem envolvida nesta situação que ocorre na ilha. 

Poder-se-ia dizer que o livro é quase um dois-em-um, porque é um policial e um romance histórico. Mas não apreciei a forma como a coisa se liga. Talvez pelo ritmo lento e pelas enormes quebras na parte mais ligada à investigação criminal, dei por mim a passar as páginas a dada altura completamente desligada da história.

Acho que acordei quando se fala na Batalha de Culloden (os ascendentes de Sime eram da Escócia), porque me lembrei de Outlander e do Jamie, mas depois fiquei dormente de novo.

A escrita não é má, a história tem algum interesse e tem conteúdo, tem referências históricas e geográficas, mas não é o tipo de policial que gosto e por isso dei-lhe 3 estrelas esticadas...

Mas acredito que o problema possa ter sido meu...acho que estava à espera de outro tipo de coisa...por altura que aquilo chegou ao fim, a resolução do crime já mal me despertou o interesse...

 

Opinião - A Anomalia

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A opinião sobre este livro andou aqui a marinar um tempos. Bom, na verdade tenho por publicar a opinião de, creio, uns seis livros...mas é o que temos.

Então sobre este livro, antes de mais a sinopse:

"Em junho de 2021, um acontecimento muito estranho altera a vida de centenas de homens e mulheres, todos passageiros de um voo Paris-Nova Iorque. Entre eles: Blake, pai de família e assassino a soldo; Slimboy, popstar cansado de viver na mentira; Joanna, advogada de topo apanhada nos seus erros; ou Victor Miesel, ghostwriter transformado em autor de culto.

Todos acreditam ter uma vida secreta. Nenhum deles imagina a que ponto isso pode ser verdade. Algo de muito estranho está prestes a acontecer."

 

Este livro é um bocado louco. É irreverente, criativo, inteligente, muito mordaz e é daqueles que nos faz ficar a pensar quando se chega ao fim.

É um livro que exige bastante do leitor. Exige concentração, pela forma rápida como introduz personagens na primeira fase da história, e alguma resiliência, para que o leitor não perca o interesse quando entra na parte mais explicativa sobre o acontecimento estranho.

O autor parece brincar de forma bestial com diferentes géneros literários. Tão depressa sentimos que estamos a ler um thriller, como a seguir um romance contemporâneo, para depois sentirmos que na verdade a obra é toda uma crítica política e social. Mas também tem algo de fantasia, contudo ficamos na dúvida se é fantasia, se é ficção científica. E entendo que isto possa não ter agradado a alguns leitores que precisam de identificar melhor o estilo literário. Porque se torna, decididamente, um livro confuso, pelo cruzamento dos géneros e pela própria história, que é estranha, levanta muitas questões para depois se chegar ao final (que é bastante original) e se ficar a pensar, mas o que raio foi isto?, o que aconteceu mesmo?, mas afinal...?

Creio que era livro para dar um filme interessante. Porque é diferente, porque cativa, porque suscita muita curiosidade que suplanta a confusão. Mas acho que fez uma sátira deliciosa sobre a forma como algumas nações iriam encarar aquela estranha situação (terão de ler para saber qual é) - na perspectiva política e religiosa, especialmente.

Se bem que ler este livro é um imenso prazer pela escrita bonita, quase poética em alguns momentos, bastante cuidada, mas bastante mordaz, ainda que refinada. 

O final deixa um amargo de boca na altura, mas passados uns dias, depois de alguma reflexão, posso dizer que nesta história gostei deste final aberto e estranho, como estranha é toda a história. Tentar dar uma resposta ali num último capítulo seria algo de absurdo. Porque as situações fora da caixa são mesmo é para nos deixar a pensar e para deixar mais perguntas do que respostas. Portanto, o autor deixa ao leitor a interpretação sobre a conclusão (?) da história. 

Faz-me lembrar (ainda que não seja equivalente) as pessoas que leram "O Perfume" e não gostaram do final, porque foi meio absurdo. Mas não foi toda essa história também estranha, absurda? Queriam um final feliz, uma explicação clara para tudo? Não teria metade da piada. 

Também neste livro, a estranheza entranha-se e aceita-se. 

É um livro diferente, sim, com uma estrutura narrativa e um enredo pouco comuns. Mas vale a pena ler precisamente por isso. Porque ser uma experiência meio mirabolante e confusa, no fundo, sobre como o ser humano reagiria e/ou se adaptaria a um evento inesperado e sem explicação...

Dei-lhe 4 estrelas no Goodreads, que são mais 4,5. Apesar de tudo, não foi o melhor livro da minha vida :)