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Curly aos Bocadinhos

Curly aos Bocadinhos

O melhor livro do ano!

Sei que o livro natalício que estou a ler não vai mudar esta classificação. A César o que é de César! Este livro é de tirar o chapéu! Apesar do final dilacerante foi toda uma experiência de leitura fora da caixa! Maravilhoso! 🥹🥹

O top 10 de 2023

Não foi difícil escolher o top 10 de 2023. Foram 11 os livros aos quais dei 5 estrelas, mas um deles na verdade é um 4,4. Foram estas as melhores leituras do ano.

Feliz Natal, gente de bem!

Este ano não estava a ser fácil entrar no espírito. Acho que ontem ter estado horas na cozinha com a criança mais nova a fazer os doces natalícios me animou. Nada bate fazer bolachinhas para aquecer o coração (e que boas estão). E tirando umas quedas de cascas de ovo e pedaços de gema nas claras até foi um grande ajudante o moço. E os doces não estão maus apesar de terem sido adaptados a leites e natas vegetais, devido a barriguinhas sensíveis. Nomeadamente o arroz doce que ainda provámos ontem, morninho, para abrir as hostilidades. Ainda assim, na sexta à noite o filme "natalício" que escolhemos ver foi o Top Gun - Maverik (não resistimos a rever) e ontem foi o Die Hard (o primeiro). Quem sabe o que calha hoje, mas temos de ver um Sozinho em Casa, um Love Actually, um não sei, Polar Express, Conto de Natal, ou assim. A parte engraçada é que voltamos sempre aos filmes já vistos, parece que não há nada de novo de jeito nesse campo, ou há? O que recomendam? Páginas lidas da nova leitura escolhida...como previsto, 0. Hoje ainda faltam umas coisas de última hora, como sempre, mas está encaminhado. Posto isto, desejo a todos os meus amigos e familiares um Feliz Natal, cheio de boas comidinhas, prendas no sapatinho e muito muito amor, paz e alegria. Ah, e reguem tudo bem! 🥹 🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎅🎅🎅🎅🎅🎁🎁🎁🎁🎁🤶🤶🤶🤶🤶🦌🦌🦌🦌🦌🎄🎄🎄🎄🎄

Leitura Terminada

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No dia a seguir a ter terminado este livro, levei-o comigo para o escritório e emprestei-o a um colega, porque achei que ele ia gostar de ler.

Quando mo devolveu disse que o achou "uma maravilha", "uma escrita maravilhosa, quase poética em alguns momentos", "muito bom".

E eu não posso deixar de concordar com ele, é um livro excelente, muitíssimo bem escrito.

Um romance enfabulado que tem elementos históricos, filosóficos, poéticos e até uns quantos meio mitológicos, tornando-se difícil traçar uma linha entre os elementos mais realistas e os mais fantasiosos, porque tudo se mistura numa peça literária muito bonita e que vale a pena ler.

Ainda assim, não é um livro fácil e ao início não é fácil entrar nele. A atribuição dos nomes dos capítulos era meio estranha e não se percebia bem o enquadramento e a ligação às personagens. 

Depois começamos a encarrilar, a perceber que a ideia é criar uma linha temporal entre as personagens e os locais, e trazer a ideia de que tudo é uma passagem, as coisas nascem, transformam-se, depois desmoronam-se e morrem.

Sendo um romance singular e algo fascinante pela forma como é escrito, senti algum distanciamento relativamente aos lugares e às personagens, acabei por ficar mais ligada na fluidez e poesia da escrita.

É mais uma reflexão sobre a humanidade e sobre o quanto as pessoas sofrem com o impacto de acontecimentos exteriores.

Dei 4 estrelas no Goodreads.

 

Leitura Terminada

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Gostei imenso do livro anterior desta autora e fui bastante surpreendida por este livro também, porque achei interessante o facto desta história ser tão diferente da outra. 

É uma história de amor forte, sobre perda, tragédia, luto, superação, um novo romance e...depois...o mundo de Emma pára quando recebe uma chamada de Jesse e percebe que afinal o marido que achava que tinha falecido, está vivo e quer retomar a vida do ponto onde as coisas quebraram.

Só que, Emma tinha finalmente seguido em frente e estava numa nova relação com Sam.

E agora, a escolha impossível entre duas pessoas tão importantes para Emma, o seu primeiro e grande amor e Sam, com quem se sente agora tão confortável, tão ela própria.

A escrita é super fluída, a narrativa bastante dinâmica, nunca perde o ritmo e a autora faz-nos temer por Emma, sentir que no final vai perder os dois, que não há uma escolha possível e que o nosso coração se vai partir.

O final, no meu entender, foi aquele que fez mais sentido. Pensei que ia seguir outro rumo, mas depois fiquei aconchegada com o final.

Uma bonita história de amores verdadeiros, com dilemas morais, com problemas para resolver, mas sobre a importância de escutar o coração e saber o que é melhor e mais importante.

Não foi o melhor romance que li, dei-lhe 4 estrelas no Goodreads, que na verdade são umas 4,5 vá. Se calhar queria um bocadinho mais de desenvolvimento para chegar às 5 estrelas.

 

Leitura Terminada

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Recomendo que não leiam este livro sem lerem primeiro "A Criada". Porque acho que ajuda a conhecer Millie e a criar algum contexto para esta nova história com Millie 5 anos depois. 

Millie encontra-se agora a estudar para assistente social e volta a trabalhar como "criada" numa casa daquelas de revista, para um casal rico, que parece ter tudo para ser feliz, mas depois, mais uma vez, coisas estranhas acontecem.

Parece que Millie tem um certo íman para conhecer pessoas com problemas dentro de casa.

Por exemplo, a Sra. Garrick vive no quarto de hóspedes, não sai de lá e depois quando aparece surgem indícios de que algo de errado acontece por ali. Não sabemos bem o quê e que rumo as coisas vão tomar.

Pensamos que a história vai cair num caminho semelhante ao livro anterior, mas a autora sai bem desse trilho e desbrava um enredo diferente, super empolgante e com um excelente final do qual não estava nada à espera.

Mais uma vez, um óptimo ritmo, não se perde tempo por caminhos que não interessam, todas as personagens têm um lugar na história e foi um óptimo thriller que adorei ler e ao qual dei 5 estrelas.

Gostei bem mais deste volume do que do primeiro. Até agora, foi o livro melhor conseguido da autora.

Leitura Terminada

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Mais um romance de Ali Hazelwook que, até onde não foi absolutamente surpreendente e inovador, também não desiludiu.

Mantém-se mais ou menos a mesma fórmula, que resulta, porque este romances são leituras rápidas, escrita fluída, momentos calientes q.b. (ainda que os personagens masculinos desta autora pudessem deixar todos de dizer "f@d@r" e usar outras expressões).

Aqui temos novamente dois personagens principais ligados à ciência, mas depois o cenário e o enredo são diferentes e interessantes. O facto de Elsie fazer de falsa namorada como forma de ter mais algum ao final do mês, por exemplo. E a envolvência em torno da família de Jack e a forma como Jack vai revelando o seu caráter.

A química entre os dois é boa, nada parece forçado, Jack não é tão mau como Elsie pintava e o final é fofucho.

Portanto, um romance que entretém e cumpre o que promete. 

Ainda assim, gostava que Ali mudasse um bocadinho esta fórmula constante e nos desse algo de diferente. 4 estrelas no Goodreads.

Leitura Terminada

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Depois de "A Criada" e "O Segredo da Criada", acho que este livro despertou em mim um bocado mais de interesse. 

É um livro que agarra desde o início e consegue manter algum ritmo vertiginoso ou, pelo menos, de curiosidade pelo que vem a seguir.

A escrita é muito fluída, os capítulos são curtos, tem uma boa dinâmica a situações que nos fazem pensar que não sabemos bem com a coisa vai terminar.

A autora traz uma narradora que se torna pouco credível e meio assustadora em alguns momentos. Se bem que, por vezes, me irritava que para o fazer a autora ora descrevia Nora como alguém brilhante e uma profissional de sucesso, como lhe dava para descrever Nora como alguém meio pateta.

Bem, também não é fácil ser-lhe filha de um assassino em série que, ainda por cima, fazia tudo dentro de casa, mas adiante. 

A história vai alternando entre momentos no presente e no passado, para ir desvendando os crimes do pai de Nora e como foi para ela lidar com a situação.

O final é algo supreendente, não estava à espera daquela pessoa, mas ainda assim podia ter sido mais empolgante. 

Sinto que esta autora ainda precisa de desenvolver aquela capacidade de tornar um twist final realmente chocante e deixar o leitor na última página tipo "what?".

Ainda assim, é um bom thriller, bem agarrado era capaz de dar um FILME (não uma série) algo interessante.

4 estrelas no Goodreads.

 

Leitura Terminada

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Bem, tenho mixed feelings sobre este livro. Gostei de algumas coisas, de outras nem tanto.

A autora traz-nos a história de Nádia através de narrativa de um grupo de mulheres de uma igreja cristã chamada As Mães, numa comunidade negra e noutros momentos numa interação mais direta com as personagens. Nádia é uma adolescente negra algo rebelde, em plena transição para a vida adulta, que tem algumas fragilidades porque não consegue lidar com o suicídio da mãe e tem uma relação algo difícil com pai, que se tornou uma pessoa mais amargurada e fechada depois de perder a esposa.

No meio da rebeldia de Nádia, acaba por se apaixonar e envolver com Luke, o filho do pastor da igreja, acabando por engravidar. Pela imaturidade de ambos, Nádia acaba por decidir e ter um aparente suporte de Luke na decisão de abortar. Mais tarde vamos perceber um pouco melhor essa decisão de Luke, que na verdade não foi exatamente sua.

Mas a decisão que pretende sanar algo que se tornaria difícil de lidar numa comunidade pequena e algo fechada, afeta todos os envolvidos e deixa marcas ao longo dos anos. Luke e Nádia acabam por se afastar e Nádia acaba por se ausentar durante uns bons anos, vivendo noutros países e dedicando-se aos estudos, não só por ser uma miúda inteligente, mas principalmente para não ter de lidar com situações difíceis.

Nesta comunidade, Nádia tem uma melhor amiga, Aubrey, e na história vamos também acompanhar a relação entre as duas, e entre Aubrey, Luke e Nádia, especialmente quando Nádia regressa para ajudar o pai.

É um livro que aborda algumas temática interessantes, como a religião, o racismo, o viver numa comunidade pequena, mas teve coisas meio desconexas que me fizeram arrastar um bocado esta leitura e depois na verdade os temas são todos abordados de uma forma pouco profunda. Faz algumas provocações mais do que tudo, mas não desenvolve. O leitor que reflita se quiser. 

Os momentos narrados pel' As Mães, que no fundo são um conjunto de velhotas fofoqueiras que comentam situações e pessoas, ainda que todas tenham alguns telhados de vidro e problemas, pretendem quase ser uma voz moral, mas um nadinha podre. E surgem sempre de uma forma pouco encaixada no resto, eram quebras na narrativa que a dada altura me aborreciam mais do que acrescentavam.

E depois fiquei meio confusa com a escrita da autora. Tem momentos muito fluídos, que criam um bom ritmo e algum interesse. Mas depois tem quebras, tem momentos mais arrastados, o que faz perder imenso a dinâmica da leitura.

E sinto que a autora em certas alturas tentou fazer ali umas tiradas mais poéticas mas, mais uma vez, parece que caíam meio de paraquedas na história e perdiam o efeito. Na verdade, senti que o fio condutor não sera a direito, era cheio de cortes e estilos de escrita diferentes, como se fosse uma cena meio experimental.

Chegados ao fim, temos um final aberto e muito abrupto, em que ficamos com a sensação que todos perdem, o que deixa um amargo de boca.

Portanto, dei 3 estrelas. Acho que a autora pode ter algum potencial, mas neste livro não me agarrou assim tanto.

 

 

Leitura Terminada

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Dei conta de que não escrevi opinião sobre as últimas 7 leituras. 7! Quer dizer que até ando a ler qualquer coisa (especialmente no autocarro), mas depois tenho pouco tempo para me sentar, pensar um pouco no que li e escrever uma opinião. 

Ontem terminei este livro do Bruno Nogueira, que me foi gentilmente emprestado por uma colega.

E, não sei, mas apetece-me escrever as opiniões ao contrário. Do último livro que li, andando para trás, até chegar à sétima leitura, que já nem sei bem quando foi.

Então, este livro do Bruno é um compêndio de crónicas que escreveu na Revista Sábado. E começo por dizer que foi um livro ao qual dei 5 estrelas. Se foi o melhor livro que li este ano? Se foi uma obra literária de peso? Eh pá, se calhar não. Mas as 5 estrelas vêm de fatores que não estava à espera neste livro e das emoções que me provocou.

Não estava à espera de um prefácio tão bonito, escrito pelo Miguel Esteves Cardoso. Portanto, fiquei meio babaca logo na primeira página.

E depois, peguei neste livro a pensar que ia ler um livro de humor, que me ia escangalhar a rir no autocarro ou onde estivesse. E até que me ri aqui ou ali ao longo da leitura. Mas foi muito menos do que estava à espera.

Porque este livro, super pequeno, que não abre os pulsos, teve muitos momentos em que me rachou o coração. Porque me provocou muitas emoções que não o riso. Fiquei séria numas crónicas, chorei noutras, refleti em algumas. Bruno Nogueira é realmente um caso de estudo!

A forma como escreve, com pensa, parecem pouco alinhadas com alguém que vive da comédia. A comédia é realmente um escape que usa para lidar com o facto de ser introvertido, de ter medos, de ser humilde para não se achar superior e de se modificar e crescer enquanto pessoa. E é também um escape para gozar com merdas que há no mundo que fazem muito barulho.

Identifiquei-me com algumas descrições. A sensação de ter muito barulho dentro da cabeça, o precisar de escrever para ordenar algumas ideias, para arrumar algumas coisas em caixinhas ou prateleiras, a necessidade de algum silêncio para conseguir pensar e a necessidade de aprender a estar bem comigo ao mesmo tempo que preciso de estar com outras pessoas.

Portanto, por tudo isto, levou 5 estrelas. Acho que se toma neste livro o peso de entender um pouco do que Bruno Nogueira é enquanto pessoa, mais do que enquanto comediante. É realmente um livro que se afasta da ideia de piadas fáceis, porque mesmo nos momentos em que faz rir, são coisas escritas com muita seriedade.

Fiquei com muita pena de o livro acabar tão cedo. Teria continuado na boa a ler mais umas horas dos barulhos que quisesse partilhar...