Notas ao Petit Me
Olá, Petit Me!
Escreve-te a tua mãe, aquela que te tem alojado com tanto gosto desde o dia um. Aquela que achou o máximo ver-te muito, muito pequenino na primeira ecografia, que marcava o teu tamanho em 1 cm. Aquela que ficou apaixonada pelo teu nariz quando finalmente decidiste mostrar a cara, sem vergonhas. Aquela que está constantemente com a mão na barriga a sentir-te, a fazer-te festas, a espicaçar-te para te mexeres. Aquela que ultimamente tem tido ataques de tosse, que te incomodam.
Estamos a chegar ao final desta viagem a dois, deste estado de dois em um, de te ter dentro de mim, aconchegado e protegido.
Eu sei, imagino que estar aí escondido seja simpático. Mas está prestes a chegar a hora de vires cá para fora, de te dares a conhecer e de conheceres os rostos e as vozes destes que te costumam falar, e estão ansiosos por conhecer.
Uma dessas vozes é a Madi, uma moçoila gira, inteligente, cheia de personalidade, que não podia estar mais ansiosa por te ver. Pergunta tantas, tantas vezes em que dia e a que horas chegas.
Outra dessas vozes é o Semi-Deus Junior, que está naquela idade do armário, a viver ao máximo as redes sociais e os amigos, sem expressar muito o que sente, mas que eu sei que também está ansioso por te conhecer.
E o Semi-Deus? Credo, o teu papá, aquela voz à qual reages sempre e quase instantaneamente, consegue estar mais ansioso que as crianças em viagem (are we there yet? are we there yet?). Já só pensa em te dar colinho e tirar muitas fotos.
E eu, vou sentir a falta dos teus pontapés e desta comunicação silenciosa que tens comigo, mas sei que já estás preparado para vir conhecer o mundo e os que te amam.
Cá fora é mais barulhento, e há frio, e há calor, e há pessoas boas e pessoas más, mas cá estaremos para te proteger e ensinar a encarar o mundo.
A cadeira de baloiço há muito espera por nós dois, ali sossegadinhos, enquanto te alimentas no meu peito.
Não tenhas vergonha, vem ter connosco...