Das descobertas
Petit Me evolui um pouco a cada dia que passa. Todos os dias uma gracinha nova. Uma palavrinha melhor dita ou dita de modo que percebemos. Todos os dias uma novidade. Nos dias de férias com os avós no Alentejo, a nossa maior preocupação eram os degraus, que a casa tem vários, tipo dois aqui, mas dois ali em baixo, mais um, etc, porque a casa começa num ponto alto e vai sempre a descer até ao quintal. Como é fujão e trapalhão, tinhamos medo que desatasse a correr de uma casa para a outra e pufas. Mas não. Rapidamente aprendeu a subi-los e a pedir ajuda para os descer. Quando lá fomos no segundo fim-de-semana também já tinha aprendido a descê-los. Ora se sentava e descia de rabo. Ora se deitava no chão e descia de barriga. Às vezes deitava-se no chão a 1 metro do degrau, depois percebia que nunca mais lá chegava e tinha de se voltar a levantar e a tentar de novo. É assim mesmo, tentativa e erro! Também ajudou que nessa segunda semana estava lá o primo que, sendo 4 meses mais velho, já faz essas coisas com uma perna às costas e eles aprendem muito a ver o que os outros fazem. Também fruto de ver o primo, no segundo fim-de-semana demos por ele a subir e descer dos sofás, algo que ainda não tinha sequer tentado fazer. Agora lá em casa não há degraus, portanto, acabaram-se as aulas de step, mas continua alegremente a subir e a descer dos sofás. Até o faz bem e sem muitos problemas. A chatice é quando decide pôr-se em pé e atirar-se de costas. Umas vezes atira-se de costas para o sofá, outras vezes temos de o agarrar quase por uma orelha, porque se atira para o lado do chão. Também é bom quando se atira para os braços do sofá, que são rijos. Depois chora. Mas ontem várias vezes subiu ao sofá para se sentar ao meu lado sossegadinho. Ou deitar a cabeça nas minhas pernas. E isso foi muito bom. Claro que o sossegadinho dura 10 segundos, porque logo a seguir baza do sofá para ir fazer qualquer coisa que se lembrou.
Também já sabe descer da nossa cama. Rebola-se para ficar de barriga e escorrega até ao chão. Depois diz "Tá tá!" e segue caminho.
Lá em casa os interruptores da luz estão relativamente baixos, pelo que agora a novidade é andar pela casa a acender as luzes todas. Ou fica numa divisão a acender e a apagar a luz over and over. "Marcos, já chega! Já está!". Acende "tá tá". Apaga "tá tá". Acende "tá tá". Apaga "tá tá". Próximos investimentos, lâmpadas novas para substituir as que se devem fundir em breve, se não lhe passar o entusiasmo.
No outro dia atirou com o portátil do pai para o meio do chão. Ia-me dando uma coisa! Devia querer ver o Pocoyo. Mas como trata tudo ao puxão e safanão, bastaram 2 segundos sozinho na sala. Felizmente não se partiu, nem deixou de funcionar. Deve ser bom o material. Ainda bem, senão tinha levado um ensaio de porrada que nem sabia de que terra era! LOL
Adora livros. Aqui há tempos apercebemo-nos de que o interesse pelos livros estava a despertar e fomos comprar uma pilha deles. Como tenho a panca das caixinhas, lá veio uma para ter os livrinhos todos arrumados lá dentro. Chega a casa a primeira coisa que faz é ir a correr para a caixa tirar os livros. Depois vem com um ter connosco para passarmos as páginas e ir vendo as figuras. Ora vem ter comigo, ora vai ter com o pai. Às vezes o pai vem da rua e ele vai a correr ter com ele de livro na mão, como quem diz "já chegaste? óptimo! bora lá ver isto!".
Tagarela como é, estamos em pulgas para começar a falar melhor. Mesmo assim, já diz coisas que percebemos e com muita piada.
"Pá" - pato (e tudo o que tem asas). Já tentei introduzir o "piu piu" mas não me liga nenhuma.
"Rá" - rato
"Cócócó" - quando vê galinhas/galos
"Raaaaaah" - quando vê o leão
"Vúuuuu" - quando vê a vaquinha
"Cão"
"Pópó"
"Olá" - já diz bem e agora está na fase em que se mete com toda a gente e diz olá
"Óia" - olha
"Papa"
"Bóia" - bola
E diz muitas outras coisas que ainda iremos descobrir o que querem dizer. Mas o que não diz, percebe. Às vezes faz que não percebe, porque é traquina.
Ontem também percebi que finalmente aprendeu a atirar as bolas para a frente. Até aqui pegava numa bola, levantava o braço e deixava-a cair para trás. Agora já sabe atirar para a frente e às vezes já tenta dar um chuto.
Enfim, não se tem um minuto de sossego, mas é uma maravilha e é para isto que cá estamos.