4200 kms de aventura em família!
Relato de uma férias diferentes - Parte II
Dia 5
Com muita dificuldade, despedimo-nos da moradia de Santeny. Mas antes disso, lá conseguimos comprar a maravilhosa baguete e os éclairs na padaria da vila, que era para levarmos alegria nas barriguitas.
Saímos de Santeny com direcção a Lyon. Ainda eram uns quilómetros valentes. Chegámos lá pela hora de almoço. Estacionámos num parque perto do centro e deambulámos um pouco ali numas ruas com restaurantes e lojinhas. Apenas entrámos numa das catedrais lá do sítio, a mais próxima dessas ruas. Depois procurámos um sítio para almoçar e com isto tudo perdemos para aí umas 3 horas em Lyon. Sendo que já não vimos mais nada por lá, porque ainda tínhamos mais uma grande tirada pela frente.
Ao final da tarde ainda parámos em Avignon, mas só deu para uma foto ao Palácio Papal e pouco mais, porque ainda tínhamos de ir até à casa onde íamos pernoitar e ainda faltavam uns bons quilómetros.
Assim que entrei em Avignon de carro fiquei encantada e mais ainda quando demos umas voltas dentro da muralha à procura de lugar.
Acho que acusei o cansaço dos dias anteriores e da Disneyland e fiquei com uma grande neura quando percebi que tínhamos chegado a Avignon e não íamos ter tempo para deambular por ali. Portei-me mal e fiz fita. Deixei-me levar pela ânsia de querer conhecer melhor mais um sítio com potencial e pela frustração.
E ainda tínhamos previsto parar em Montpellier, mas também já não deu, fomos directos para Lattes, passando antes por um supermercado próximo, onde ficámos em mais uma moradia do Airbnb, encantadora, muito bem decorada e cheia de pormenores deliciosos. A casa é mesmo onde mora a rapariga com a sua família, por isso não nos podíamos sentir mais em casa.
Dia 6
Acordámos para uma manhã chuvosa (parece que também tinha chovido e trovejado durante a noite, mas não dei por nada). Depois do pequeno-almoço em casa e de arrumar tudo, rumámos a Barcelona, desistindo completamente de ir a Montpellier.
Chegámos a Barcelona pela hora de almoço. Estacionámos num parque previamente reservado e caminhámos até à Plaza Real onde nos sentámos na esplanada de um restaurante onde o Semi-Deus já tinha estado em vezes anteriores. Almoçámos tapas e bebemos umas cañas (os miúdos só água, no worries). A Plaza Real era muito fixe e acho que podíamos ter ficado ali a tarde toda (se bem que depois pegar no carro ia ser complicado).
Mas lá fomos, pós-almoço, subir as Ramblas até à Plaza da Catalunha. Depois apanhámos o metro até à Sagrada Família.
Achei a Sagrada Família uma cena estranhíssima, única, sem dúvida, mas estranha. Gaudi teve muita visão, mas a obra megalómana e o facto de estar ainda a ser construída desde 1882 (prevê-se que esteja terminada lá para 2030), tornam o monumento algo de muito invulgar, porque tem uma parte que se nota que foi construída há muitos anos, para depois ter um bloco ao lado que se percebe ser construção recente. Ou seja, a arquitectura é fabulosa, mas a mistura dos materiais fica estranha.
Depois de o Marcos andar um bocado aos saltos num parque infantil ali perto ainda tentámos ir ao Parque Guell. Fartámo-nos de andar, mas perdemos tempo porque o GPS estava a pendurar e a mandar-nos para ruas erradas, portanto, a meio caminho percebemos que tínhamos era de voltar para ir buscar o carro (o parque tinha hora limite, tal como em Paris). Por isso, entrámos na estação de metro mais próxima e siga.
Confesso que não senti o encantamento que esperava com Barcelona. Se calhar é uma cidade para ser vivida mais sem os miúdos, curtir a vida nocturna, mas de facto, não me enamorei para já.
Esta cena do boneco a fazer cócó era uma coisa em Barcelona, não percebi o sentido. Mas várias lojas tinham esta estatueta em tamanho pequeno para se comprar. Ainda pensei nisso, mas lá preferi o fridge magnet com ar normal...
O alojamento para essa noite foi um apartamento do Airbnb que ficava a uns 10kms de Barcelona, em Sant Just Desvern. O apartamento era muito fixe e estava muito limpo. Só que, depois da moradia de Santeny e da moradia de Lattes, senti que era bastante estéril, porque era despojado de carácter. Mas dormimos lindamente, se calhar foi a noite que o Semi-Deus dormiu melhor, acho que se sentiu mais como se estivesse em casa.
Dia 7
Na manhã seguinte, deslocámo-nos até Saragoça. Almoçámos por lá num restaurante mesmo em frente à Basílica del Pilar. Queriamos ter visto também o Mercado Central, mas estava completamente em obras, portanto, era seguir viagem.
O caminho ainda era longo até Toledo. Mas quando lá chegámos, ficámos encantados. Fizemos a ronda de Toledo, que é uma estrada que circula toda à volta da muralha e, de facto, é encantador ver Toledo ao fim do dia, ali quase no pôr do sol. Só tiramos umas fotos cá de fora e ficou a promessa de voltar no dia seguinte antes de irmos para casa.
Nessa noite ficámos naquela que foi para mim a pior casa Airbnb, numa localidade chamada Alcabón. A casa era datada, não que isso seja mau, tinha uma decoração péssima, mas o que mais me enervou foi a falta de limpeza. Depois de todas as outras casas, nesse aspecto foi uma decepção.
Por falta de supermercados para comprar jantar, decidimos jantar no restaurante mesmo ao pé do apartamento que é da irmã do dono da casa, onde nos empanturrámos completamente com umas rações de tapas e cañas.
O restaurante também primava pela falta de pó, mas valeu o encanto de jantar num restaurante construído dentro de um museu do lagar de azeite mais antigo da Europa, datado do século XI. Muito engraçado.
Depois de vegetarmos um bocado no sofá feio e cheio de pó, lá fomos dormir.
Dia 8
Último dia da viagem.
Voltámos a Toledo (sob ameaça de uma trovoada, ainda caíram uns pingos, mas lá passou). Adorámos cada minuto por lá. Valeu bem a pena. Tínhamos na boa ficado por lá a manhã toda, a deambular naquelas ruas.
Acabámos por sair de lá já deviam ser umas 11 horas e ainda tínhamos bastantes quilómetros pela frente. Ainda pensámos em almoçar já em Portugal, mas depois percebemos que ainda íamos demorar a chegar à fronteira e as barrigas já davam horas.
Para não nos desviarmos muito do caminho, parámos em Mérida para almoçar. Comemos bem e barato, num cafezito frequentado por locais e depois de umas voltas ainda conseguimos ver pelo menos a maior e mais bem conservada ponte romana antes de finalmente rumarmos a casa.
Aqui havia um edifício moderno (creio que uma universidade) todo construído em cima de vestígios romanos. O edfício estava um bocado "no ar", para que na base se mantivessem as ruínas.
Isto era parte de um aqueduto
Chegámos a casa lá pelas 18h e foi muito bom voltar! Cansados, mas cheios de boas recordações e com muita roupa para lavar.