A ida inesperada a Paris
Na semana de 9 de Abril (este post começou a ser escrito há imenso tempo, mas depois ficou pendurado), na quarta-feira, comunicaram que era preciso uma pessoa de Lisboa ir a Paris ajudar a equipa de lá com o trabalho, porque estavam debaixo de água.
Ofereci-me, já que mais ninguém parecia muito interessado. Depois na quinta-feira confirmaram-me que ia, mas afinal ia mais uma pessoa. E então, sexta-feira, hotel e vôos marcados e lá fomos as duas no domingo.
Não podia ter tido mais sorte com a companhia! Foi excelente porque, apesar da saudades de casa e da família, estavamos as duas completamente na mesma onda e portanto, conseguimos conciliar super bem o trabalho com algum turismo.
Chegámos a Paris no domingo à noite, portanto, foi ir directo para o quarto do hotel desfazer a mala e descansar. No dia seguinte, full day in the office working. Às seis da tarde saímos, uma troca de roupa e sapatos no hotel e lá fomos nós ver onde o passe dos transportes nos levava.
Segunda-feira foi noite de ir até à Torre Eiffel. Fotos e mais fotos e mais fotos. E a espera por ver a Torre iluminada. O jantar foi num café que ficava numa rua muito próxima, portanto, a seguir ao jantar, fomos a correr ver as luzes e depois, maratona de metro até chegar ao hotel.
(sempre sonhei comer num destes cafés de toldos vermelhos e luzinhas em Paris)
(a emoção de estar em Paris foi tanta, que até fiquei amarela)
No dia seguinte, a mesma rotina, um local diferente. Fomos espreitar as Galerias Lafayette. Não conseguimos ver lá muita coisa, porque para os franceses, um bom centro comercial e as lojas de rua, pelo menos ali naquela zona, são para fechar às 20h30. Uma desilusão, portanto. Uma pessoa a querer comprar um Chanelzito e nem teve tempo! Mas vingámo-nos e gastámos 2,5€ num macarron. Só porque sim (depois bem que descobrimos como fomos roubadas).
Mas valeu a pena ver aquele edifício por dentro, porque é lindíssimo. E ver ali à volta os edifícios da Ópera e da Academia de Música, que também são bem bonitos. O jantar foi um restaurante libanês que nos tinham recomendado e que, de repente, demos conta de estar mesmo perto. Muito bom, para quem aprecia comida libanesa.
Na quarta-feira quisémos ir ao Quartier Latin. Não percam, se forem a Paris, porque vale bem a pena, fazer toda aquela zona da Sourbonne, passear a pé junto ao rio, ir até à Notre Dame e depois entrar naquele bairro cheio de vida, restaurantes e lojas.
Fiquei tão apaixonada por esta casinha à beira-rio, que nem sabem!
Esta lojinha, perdida algures no meio de uma viela meio escondida, era uma delícia!
No jantar, a sobremesa foi creme brulée, porque uma vez na ementa, não podíamos perder.
Era bom, mas não sei se troco pelo nosso arroz doce, especialmente acabadinho de fazer...
No último dia para turismo, o grande objectivo era ir até ao Sacre Coeur. Estava um calor do catano e a subida era dura, com muitas escadas a pique, mas depois valeu bem a pena chegar ao cimo da colina, ver aquela igreja magnífica, sentir aquela paz, ver aquela vista. Muito giro. Ainda conseguimos ir dentro da igreja (e era de borla).
As ruas ali à volta do Sacre Coeur, aquele bairro de Montmartre é delicioso, com ruas estreitas, pejadas de cafés, restaurantes, lojinhas, galerias, tudo com um ar acolhedor. Por nossa real vontade, era num daqueles cafés que tinhamos jantado. Só que a estação de Metro que tinhamos de apanhar para voltar para o hotel ficava numa zona um bocado manhosa, que mesmo ao final da tarde não tinha bom aspecto. Portanto, tirámos as fotos, demos umas voltinhas, vingámo-nos em lojas de chocolates trazendo mais doces, mas assim que começou a ficar escuro, descemos até à estação de Metro. Foi a única zona onde me senti a acelerar o passo e estava desejosa de chegar ao Metro. Acabámos por jantar ao pé do hotel, naquilo que foi uma péssima escolha. Por isso, não vamos comentar esse jantar, que até me dói a barriga só de me lembrar da porcaria. Mais valia ter atirado uma nota pela janela. Tinha sido melhor. Coff coff
No último dia, ainda estivémos no escritório até às quatro e meia da tarde, mas depois fizémo-nos à estrada porque o trânsito para o centro de Paris e zonas de aeroportos é sempre caótico. Assim chegámos com calma e tempo ao aeroporto e ainda tivémos tempo para umas comprinhas last minute nas poucas lojas que tinha.
E foi maravilhoso voltar a ver as luzes de Lisboa e voltar a tocar o solo português e abraçar a família.
Agora falemos das partes menos boas. Paris é encantador, mas tem coisas muito estranhas. A falta de água é uma delas. Pessoas, que falta de banho! Para toda a gente. Falta de banho e falta de lavar a roupinha que usam. Uma pessoa tinha muitos momentos em que teria agradecido não ter olfacto. Uma noite passou por mim uma rapariga realmente lavadinha e perfumada e é capaz de ter sido um dos momentos altos da semana.
E há pessoas com muito mau aspecto que de repente nos aparecem à frente. Nas ruas, no Metro e qualquer lado. Weird!
E Paris é sujo também. As ruas, o Metro. A poluição é muita e a falta de água também. Quando pus a roupa para lavar e olhei bem para ela nem queria acreditar nas mangas sujas e no aspecto encardido da roupa, só de me ter encostado no Metro e coisas assim. Até apetecia meter lexívia.
O terrorismo que Paris sentiu há uns tempos continua a fazer-se notar. Ir à Torre Eiffel e ter a base da Torre toda vedada com uma entrada de controlo de segurança, tipo aeroporto, é compreensível mas tira muito do encanto. Quando lá estive aquilo era um espaço aberto, bonito e ajardinado, agora parece um estaleiro. Mas ao menos tentam minimizar a hipótese de entrar ali um maluco qualquer para estoirar a Torre e as pessoas a ver a Torre.
E também havia uma ou outra zona com gajos armados até aos dentes, umas vezes da polícia, outras vezes do Exército.
E sim, fomos roubadas no macarron das Galerias Lafayette. 2,5€, remember? Nas outras lojinhas onde provámos, eram 80 cêntimos! Na verdade, foi o melhor macarron de todos. Mas com 2,5€ tinhamos comprado 3 macarrons nas outras lojas. Chulos!
C'est la vie!
Por ver, ficou ainda, a Avenida dos Campos Elísios, o Louvre, o Arco do Triunfo, os Jardins do Luxemburgo e muitas outras coisas.