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Curly aos Bocadinhos

Curly aos Bocadinhos

Leitura Terminada

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Sempre o consegui terminar ainda ontem!

 

Neste livro acompanhamos uma frenética aventura entre a agente do FBI Rose Blake e o serial killer Shane Koening.

Tudo começa com uma operação em que Rose está como infiltrada para tentar apanhar Shane, frente e frente com um serial killer que gosta de guardar troféus das suas vítimas em casa. Operação essa que corre mal, porque Shane consegue escapar e Owen, o colega de Rose, é alvejado num joelho.

Tempos depois há três crimes que ocorrem, quase seguidos um ao outro, em que o grande suspeito é Shane. Mas o que liga aquelas vítimas a Shane, e o que as liga umas às outras? O que parecem ter em comum é uma ligação à Skin, um fato que se cola ao corpo como se fosse uma segunda pele, um avanço tecnológico da Wadesoft no que toca à realidade virtual. Skin consegue passar aos seus utilizadores, mais do que uma experiência psicológica, toda uma série de sensações físicas. 

O que procuram os utilizadores da Skin? 

Porque são tão macabras as suas mortes, sem haver qualquer pista de ADN, qualquer vestígio do assassíno nos locais dos crimes? Como conseguiu Shane cometer aqueles crimes sem deixar uma pista?

Tudo isto e muito mais é o que vamos descobrir neste thriller policial de ritmo vertiginoso.

É um livro que se devora muito rapidamente, porque estamos sempre a colocar-nos questões sobre quem é Shane, quais os seus motivos, será mesmo o assassino daqueles três homens, será que Rose desta vez não o vai deixar escapar?

Este livro tem um ritmo um bocado cinematográfico, viramos páginas como se estivéssemos a acompanhar cenas de um filme.

Criei muita empatia com Rose, gostei da sua personalidade e do seu amor pela família apesar da profissão exigente. Ainda que me pareça que não tenha lidado bem com um casamento um bocado falhado.

 

Este livro não define bem em que espaço temporal se situa. Vamos acompanhando o livro como se a acção decorresse nos dias de hoje, mas mais no final acho que se percebe que a acção decorre algures daqui a uns 30 ou 40 anos. Isto considerando que, quando se revela o que despoletou o instinto assassino de Shane, ele tinha uns 14 anos e já tinha uma conta de Facebook e foi a partir daqui que as coisas começaram.

Considerando a altura em que decorre, parecem não haver grandes avanços tecnológicos (nada de carros voadores e coisas assim) para lá de electrodomésticos wi-fi e a Skin, um modelo avançado de realidade virtual, mas cheio de falhas.

 

Esta história alerta-nos para os perigos das redes sociais e para os perigos da Internet of Things (porque muito facilmente se consegue penetrar numa rede, num sistema, num computador e contaminar toda a web e o mallware estar presente em todo o lado e ser altamente difícil de o eliminar).

 

Também vem levantar questões interessantes sobre as novas legislações sobre a protecção de dados pessoais.

Como saberão alguns, a União Europeia alterou a regulamentação sobre a protecção de dados pessoais. Portugal tem até Maio deste ano para transpôr esta Directiva para o sistema jurídico nacional.

A nova legislação vem trazer direitos reforçados aos indíviduos quanto à protecção dos seus dados pessoais e deveres mais exigentes para todas as organizações que tratem de dados pessoais.

E se, por um lado, as pessoas têm mais direito a ver os seus dados pessoais protegidos, por outro a web, a Internet of Things, as redes sociais vêm dificultar este processo, porque se calhar cada vez teremos menos os nossos dados protegidos. Tudo o que está na web é passível de ser controlado.

E depois também se levanta a questão de, com o aumento dos crimes cibernéticos, como vão as autoridades policiais resolver estes crimes se depois há toda uma dificuldade em aceder a dados, porque está tudo encriptado e as empresas que detêm esses dados se recusam a desencriptá-los para ajudar a apanhar um assassino?

A única coisa que podem fazer é usar criminosos, hackers, para tentar aceder ao IP de um criminoso?

 

Foi um livro que me deixou a pensar nestas questões. É um livro com um assassíno inesperado e surpreendente, que nos faz questionar como é possível que a mente possa ser manipulada daquela forma.

 

Recomendo vivamente esta leitura, para quem gosta de um thriller e de histórias à volta deste ambiente mais tecnológico!

 

Muito obrigada à Saída de Emergência por me ter enviado este livro!!

 

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