Katie Brenner vive uma vida de sonho: mora em Londres, tem um emprego fascinante, e o seu feed do Instagram está repleto de imagens super cool. Só que… não passa mesmo de um sonho. A verdade é que o seu apartamento é um cubículo, trabalha como administrativa, e a vida que partilha alegremente nas redes sociais… não é a dela.

Mas uma rapariga pode ser otimista em relação ao futuro, não?
Não. Pois Katie acabou de ser despedida. E quando dá por ela, está a regressar a casa dos pais, no campo, de rabinho entre as pernas.

Quando Demeter, a sua antiga chefe, resolve passar férias junto deles e experimentar o glamour da vida rural, Katie vê nisso uma belíssima oportunidade. Deveria vingar-se? Tentar recuperar o emprego? Ou - talvez - a vida de Demeter não seja tão idílica quanto aparenta, e ambas tenham bem mais em comum do que imaginam… Afinal… que mal tem não ser perfeita?

Katie representa a maioria das jovens mulheres, que idealizam ir viver para uma capital da moda e ter uma vida maravilhosa...o belo emprego, morar no centro da cidade, ir aos melhores restaurantes e cafés, ter roupas fixes. Só que a realidade muitas vezes é bem diferente. E Katie descobriu isso assim que saiu da zona rural de Inglaterra para ir morar em Londres, onde sempre se viu a morar. Era o seu sonho. Só que Londres é assim só uma das cidades mais caras do Mundo e, portanto, Katie/Caz, vive num minúsculo quarto num apartamento partilhado com mais duas pessoas, um quarto tão pequeno onde nem sequer tem um roupeiro para as suas coisas. Tudo o que tem está colocado numa rede por cima da cama. As suas roupas são em segunda mão e bastante gastas, apesar de trabalhar numa empresa onde a imagem é tudo. Trabalha numa empresa de marketing/branding, mas não tem o emprego fascinante que pensava que iria ter. É apenas uma assistente administrativa e a sua função é tudo menos interessante. 

O que idealiza é ser como a sua chefe directa, Demeter, uma mulher forte, com óptima apresentação, criativa, brilhante, com uma fantástica casa, filhos e marido e muito, muito despassarada e um bocado burra na forma como lida com as pessoas. 

No processo ainda conhece Alex, um dos sócios da empresa onde trabalha, ainda que só descubra isso depois. Apesar das borboletas que sente na barriga, poderá haver algum futuro com Alex?

A dada altura a empresa tem de fazer cortes e Katie perde o seu emprego e volta para a casa do pai, onde acaba por abraçar o desafio de desevolver um projecto de glamping (baseado em yurts) com o pai e a madrasta no terreno que detêm. E a participação de Katie é fundamental, pelo seu jeito brilhante com marketing e com pessoas.

(como eu imaginei os yurts...)

Até que Demeter aparece para passar um fim-de-semana com a família. E Demeter é a última pessoa que quer ver.

Mas, é nesse fim-de-semana que Katie vai descobrir que afinal a vida fabulosa que julgava que Demeter tinha não é assim tão fabulosa. E vai ter de perceber que uma coisa é aquilo que as pessoas aparentam ser, outra coisa é aquilo que realmente são.

Este livro é leve, divertido, lê-se muito depressa e é uma divertida reflexão sobre aquilo que vivemos hoje em dia com as redes sociais. Esta pressão de passarmos sempre a ideia para fora de que estamos felizes, de que comemos e bebemos o melhor, de que temos a melhor casa, de que temos o melhor marido, os melhores filhos, o melhor emprego, de que fazemos as melhores viagens. E é bom percebermos que os melhores momentos são, se calhar, aqueles que não passam para as redes sociais. E que muitas pessoas que idolatramos nas redes sociais podem ter muitas fotos "fabricadas" para passar uma ideia que não corresponde à verdade.

É uma leitura que recomendo, sem dúvida, por ter uma temática tão actual e por fazer tanto sentido reflectirmos sobre isto.

Muito obrigada à Quinta Essência por me fazerem chegar mais um livro da Sophie Kinsella.

Estava a precisar de um livro assim mais leve e com uma temática mais romântica e divertida, depois de dois livros seguidos do Arlidge.