Leitura Terminada
Quando vi que o Tremayne tinha publicado um novo livro, enviei logo um email à Top Seller a perguntar se iam editar. Responderam-me que iam editar e muito em breve. Por isso, foi uma das comprinhas livrólicas do ano.
Da qual não me arrependi!
É mais um livro fantástico deste autor. Um romance gótico, negro, que roça o depressivo, mas depois ao mesmo tempo o autor consegue-me criar um tal empolgamento que é difícil largar o livro!
A Sinopse reza assim:
É interessante estarem todos mortos, não é, mamã?
Todos os pássaros, tantos, todos eles estão mortos.
Confirmei.
Lyla tem 9 anos. Já está habituada a que os adultos não a levem a sério. Costuma ficar em silêncio por longos momentos sem que ninguém lhe consiga arrancar uma palavra. Ou fala por enigmas, difíceis de entender. A maioria dos temas são-lhe desconfortáveis, e tem muita dificuldade em fazer amigos. Os pais tentam ser compreensivos, mas nem sempre conseguem. Lyla prefere correr e dançar pelo bosque com os seus dois cães, os seus melhores amigos. Eles também gostam de andar livres e sem terem de responder a perguntas.
Até que acontece o acidente.
Quando o carro da mãe se despista e esta sobrevive milagrosamente, a vida de todos muda. Mas Lyla sabe que algo mais aconteceu e tenta explicar que as coisas não são assim tão simples.
Há um homem. Um homem que está sempre lá.
Mas ninguém acredita.
Ninguém entende.
E é super bom. Porque é bué creepy!
Continuo a dizer que o livro das Gémeas é o melhor, mas este também está muito bem construído.
Aqueles momentos de arrepiar em que pensamos que vai de certeza acontecer algo de horrível, as interrogações constantes sobre o que se passou, o que se vai passar, se há coisas apenas na imaginação de uma criança autista ou se são os pais que têm ali problemas graves. E depois conclui com um final inesperado, porque pensei que a história fosse enveredar por outros caminhos.
Um clímax final bem conseguido, inesperado pelo qual vale a pena esperar.
Mas o melhor do livro é mesmo todo o ambiente tenso que se cria em todas as páginas e que nos deixa o coração a acelerar na maioria dos momentos e o quanto nos mexe com a cabeça estarmos sempre em interrogação sobre o que afinal aconteceu à mãe de Lyla e quais foram as verdadeiras motivações ao mesmo tempo que criamos uma imensa empatia com aquela criança com sintomas de autismo, ainda por cima não devidamente diagnosticados ou tratados.
E mais uma vez, as descrições sobre aquela paisagem selvagem, inóspita, fria, negra mas que imagino de uma beleza muito singular fazem-me ter muita vontade de conhecer aquela zona.
Recomendo os livros deste autor!