Leitura Terminada
Sinopse
Uma tempestuosa manhã de Outubro. Num tranquilo subúrbio de Copenhaga, a Polícia faz uma descoberta terrível. No recreio de um colégio, uma jovem é encontrada brutalmente assassinada, e falta-lhe uma das mãos. Pendurado por cima dela, um pequeno boneco feito com castanhas.
A jovem e ambiciosa detective Naia Thulin é designada para desvendar o caso. Com o seu colega Mark Hess, um investigador que acabou de ser expulso da Europol, descobrem uma misteriosa prova sobre «o homem das castanhas», nome com que os media baptizaram o assassino. Existem evidências que o ligam a uma menina que desapareceu um ano antes e foi dada como morta: a filha da ministra Rosa Hartung.
Mas o homem que confessou o assassínio da menina, um jovem que sofre de uma doença mental, já está atrás das grades e o caso há muito tempo fechado. Quando uma segunda mulher é encontrada morta e, junto dela, mais um boneco de castanhas, Thulin e Hess suspeitam de que possa haver uma ligação entre o caso Hartung e as mulheres assassinadas.
Mas qual é a relação entre as duas mortes? Thulin e Hess entram numa corrida contra o tempo. O assassino tem uma missão e está longe de a terminar.
Este livro prometia e não me desiludiu!
A sinopse deixou-me desde logo de cabelos em pé. E foi sensação que se manteve durante grande parte do livro.
O livro é um excelente policial nórdico (acho que me inclino mais para o chamar de policial do que thriller), que era algo de que já sentia falta, um bom policial!
A história começa com um episódio que ocorre em 1989 e depois segue para o tempo presente. Só mais no final do livro vamos conseguir relacionar esse episódio com o resto da história, mas é um enquadramento que está brilhantemente feito.
Os crimes que vão ocorrendo são macabros e é um bocado sórdida, vá, toda aquela questão com os bonecos feitos de castanhas deixados junto às vitimas. Nunca me ocorreu olhar para castanhas como assinatura de um assassino. Por isso, as castanhas agora estão-me um pouco atravessadas, se é que me entendem.
É um livro de capítulos curtos, bastante gráfico, conseguimos visualizer perfeitamente o que é descrito, por isso seria óptimo para ser adaptado a um filme!
Criei imensa simpatia pelos dois detectives principais dos casos, a Naia Thulin e o Mark Hess. Este último nem estava muito interessado nos casos, mas depois há coisas que são mais fortes e quando se é bom polícia e se tem bons instintos, é muito difícil deixar as coisas passar ao lado.
E, portanto, se Hess inicialmente criou muita desconfiança por parte de Thulin, da chefia e restantes colegas, acabou por ser uma peça fundamental na resolução destes crimes.
E pessoalmente gosto quando se criam estas personagens, estes detectives, que são pessoas perturbadas, com passado, com bagagem e com muita coisa para lidar que os condiciona na forma como agem com os outros ou como reagem às coisas. Gosto quando os detectives dos policiais, para lá de serem inteligentes e intuitivos, são apresentados como aquilo que são, que é pessoas como todos nós, cheias de problemas e fragilidades. Mas que ainda assim usam as suas fragilidades como impulso para fazerem o seu trabalho o melhor possivel.
Ao longo do livro fui tendo vários suspeitos, matutei durante algum tempo num personagem em particular, mas depois faltava-me conseguir chegar à motivação. Porque qual era afinal a ligação com os bonecos das castanhas e com a filha de Rosa Hartung, desaparecida um ano antes (caso que ficou concluído com a captura de um homem, apesar de o corpo nunca ter sido encontrado)? Havia realmente uma ligação ou era só para criar o caos?
Não vos posso contar muito mais sobre a história, porque facilmente revelairia algo que não devo.
Mas recomendo vivamente esta leitura!
Adorei este livro, fiquei mega fã do Hess e foi um livro que me foi envolvendo lentamente, numa teia psicológica que me fazia pensar em vários cenários hipotéticos e em vários suspeitos, para depois ser completamente supreendida no final, quer com o assassino, quer com as motivações por detrás dos crimes.
Confesso que na altura em que é revelado o assassino pensei “bom, não é totalmente original, já vi episódios de series criminais em que o assasino era equiparado”. Mas as motivações foram, para mim, algo de completamente inovador e muito bem explorado pelo autor como um problema social.
No final só me irritou ali uma certa falta de acção do Hess, algo que eu gostaria que ele tivesse feito e não fez, ou pelo menos não fez logo e fica no ar se chegou a fazer.
E depois o ultimo capítulo é aquele tipo de twist que adoro, porque quando achamos que pronto, finalmente tudo se concluíu e podemos respirar fundo, é como se voltássemos ao início.
Confesso que fiquei a pensar se é livro que vai ter continuação. Se bem que acho que é perfeito se não tiver.
A única crítica que tenho a fazer a este livro é em relação ao tamanho da letra. O empolgamento que este livro me criou era algo que me devia ter permitido despachá-lo em, vá, dois dias. Mas tive mesmo de me refrear, sobre pena de ficar cegueta. Não sei se a Suma tem alguma parceria com lojas de óptica, mas se tiverem, eu vou querer usar, ok?
Dei 5 estrelas bem gorditas a este livro no Goodreads!