Leitura Terminada
Numa floresta da Dinamarca, um guarda-florestal encontra o corpo de uma mulher. Marcada por uma cicatriz no rosto, a sua identificação deveria ser fácil, mas ninguém comunicou o seu desaparecimento e não existem registos acerca desta mulher.
Passam-se quatro dias e a agente da polícia Louise Rick, chefe do Departamento de Pessoas Desaparecidas, continua sem qualquer pista. É então que decide publicar uma fotografia da misteriosa mulher. Os resultados não tardam. Agnete Eskildsen telefona para Louise afirmando reconhecer a mulher da fotografia, identificando-a como sendo Lisemette, uma das «raparigas esquecidas» de Eliselund, antiga instituição estatal para doentes mentais onde trabalhara anos antes.
Mas, quando Louise consulta os arquivos de Eliselund, descobre segredos terríveis, e a investigação ganha contornos perturbadores à medida que novos crimes são cometidos na mesma floresta.
Descobri este livro nas estantes do Book Swap lá do escritório. Já tinha ouvido falar no nome desta autora e quando se pensa em thriller nórdico fica-se logo de orelhas em pé, verdade?
Este livro surpreende e cativa logo nas primeiras páginas e torna-se difícil pousá-lo. A autora intercala de forma bastante interessante a parte de investigação criminal com a vida pessoal da detective Louise Rick. Louise enfrenta um novo desafio profissional, já que está num novo departamento e com um novo colega. Apesar das iniciais inseguranças acabam por dar-se bem e fazem um bom trabalho juntos para descobrir quem era a mulher que apareceu morta na floresta. Quando descobrem que esta estava internada numa instituição para doentes mentais a investigação toma um novo rumo e revela outros contornos mais chocantes e marcantes. À medida que a investigação vai avançando e que novos crimes vão ocorrendo, vamos sendo surpreendidos com segredos terríveis e macabros e com algumas descrições gráficas.
Os personagens são interessantes. A Louise é uma mulher dura e directa, muito perturbada ainda com acontecimentos do passado, que também vamos descobrindo aos poucos. Eik também se dá a conhecer, mas menos, pelo que fica a expectativa de o conhecermos melhor em próximos volumes.
O final do livro é perturbador e o assassino surpreende e toda a conclusão da história nos deixa bastante incomodados e a pensar quem deveria realmente ser internado numa instituição.
É um livro psicologicamente forte, mas com uma boa componente de investigação criminal. E não posso deixar de me sentir sensibilizada com os relatos sobre os vários doentes mentais internados e esquecidos naquela instituição.
Mas, houve algo que me irritou neste livro – a tradução péssima. Se tivesse uma nota de 500 por cada vez que apareceu neste livro a palavra “conquanto”…que limitativo, credo!
Dei-lhe 3 estrelas no Goodreads porque não pude deixar de fazer comparações entre a Louise Rick e a Helen Grace (dos livros do M.J. Arlidge) - ainda por cima tendo acabado de ler um livro dele - e, apesar de compreender a Louise, criei muito mais empatia com a Helen. É uma das minhas personagens favoritas ao nível do thriller/policial.
Os capítulos neste livro também são curtos e o ritmo é rápido, mas gosto mais da forma como o Arlidge termina um capítulo e cria a ponte para o capítulo seguinte. E, claro, também é impossível não comparar com outros thrillers nórdicos muito marados que já li (por exemplo, a trilogia de Victoria Bergman) e que foram muito mais marcantes. São gostos, sei lá!
De qualquer forma é um bom livro e fico curiosa em ler mais desta autora.