Leitura Terminada
Sinopse
Somerset, 1836.
A recém-nascida Hope é a prova viva do adultério da mãe, a aristocrata Lady Harvey. A sua chegada a este mundo não é festejada e as lágrimas em seu redor não são de alegria. Imediatamente arrancada àquele meio privilegiado e entregue nas mãos dos Renton, uma família pobre mas acolhedora, Hope cresce sem saber a verdade sobre as suas origens. E quando chega o dia em que também ela tem de começar a contribuir para o sustento da família, é precisamente para os Harvey que trabalha. Deslumbrada perante a mansão luxuosa, a elegância dos seus patrões e a beleza que os rodeia, Hope enfrenta com brio e gratidão a extenuante rotina de trabalho.
Mas a descoberta de uma ligação proibida vai lançá-la sozinha para as ruas, para uma vida de miséria e solidão. É na adversidade, porém, que descobre uma força interior que desconhecia, bem como um talento para ajudar os mais fracos. Trata-se de um dom que não passa despercebido ao Dr. Bennett, que a leva consigo para a Crimeia, para ajudar a tratar dos feridos vindos dos sangrentos campos de batalha. Mas os segredos do passado teimam em vir ao de cima, e Hope tem ainda um longo caminho a percorrer na tentativa de enfrentar o legado do seu nascimento.
Foi mais um livro de Lesley Pearse que li muito bem. Apesar de ser um calhamaço, a leitura é algo rápida, porque esta autora imprime sempre um excelente ritmo nos seus livros e consegue cativar-me logo nas primeiras páginas.
Aqui acompanhamos a história da vida da Hope, que se junta a Belle e a Matilda como mais uma personagem feminina forte, nuclear num enredo em que a coragem, a integridade e a inteligência vão ser fundamentais.
O cenário é em parte a Inglaterra no século XIX, com excelentes descrições de época. Depois também acompanha a Guerra da Crimeia, um conflito que se estendeu de 1853 a 1856, na península da Crimeia (no mar Negro), no sul da Rússia e nos Balcãs e que envolveu de um lado o Império Russo e, de outro, uma coligação integrada pelo Reino Unido, a França, o Reino da Sardenha - formando a Aliança Anglo-Franco-Sarda - e o Império Otomano. É uma história que foca bastante o papel importante das enfermeiras, referindo inclusivamente Florence Nightingale, que foi pioneira na forma como esta profissão se afirmou.
Há alguns momentos que não são fáceis de ler, em particular quando Hope é forçada a sair de casa e se vê a viver sozinha com dois amigos em condições miseráveis e todas aquelas situações com as doenças da época, nomeadamente a cólera, bem como as partes mais descritivas sobre os feridos de guerra e as condições dos hospitais.
Sem dúvida que Hope era uma mulher de estômago bem forte e corajosa!
Dei 4 estrelas a este livro. Apesar de ter gostado muito da história e de Hope enquanto personagem e de aprender imenso com ela, senti que há demasiadas semelhanças com outros livros desta autora. A fórmula é sempre a mesma. Que a autora se dá ao trabalho de investigar e se preparar imenso para a parte histórica dos seus romances é verdade e com isso conseguimos visualizar muito bem os cenários e as situações, mas acaba por cansar um pouco esta fórmula repetitiva em relação à personagem principal e mesmo em relação a alguns personagens próximos. Se calhar gostava de ver uma história mais focada na parte romântica…E também não gostei do final dado à irmã que a criou. Acho que merecia um pouco mais de felicidade.
Ainda assim, é um excelente livro.
E foi o 50º livro do ano! :)