Leitura Terminada
Christopher Boone, o narrador deste magnífico romance, tem apenas 15 anos e sofre de autismo. É excelente a matemática e ciências, adora o Sherlock Holmes, mas custa-lhe compreender a espécie humana; tem uma memória fotográfica, detesta o amarelo e o castanho, e não gosta de ser tocado por ninguém.
Christopher nunca tinha ido mais longe do que ao final da rua - até encontrar o cão da sua vizinha morto, no meio do jardim, com uma forquilha atravessada. Este crime despertá-lo-á para uma longa odisseia que o irá ajudar a descobrir o seu verdadeiro papel no mundo.
Tinha ficado com esta referência na cabeça.
Creio que foi quando entrevistei o Nuno Nepomuceno para o projecto Book Swap lá da empresa que uma das perguntas foi que nos recomendasse algumas leituras. E acho que foi aí que me surgiu esta referência.
Mas, sempre que pensei em comprar, estava esgotado. Há umas semanas atrás, quando fui à Biblioteca devolver e requisitar mais livros para o cachopo, estava em destaque um outro livro deste autor. Então, perguntei se por acaso tinham este e tinham mesmo. Portanto, aproveitei, trouxe comigo e peguei-lhe assim que consegui.
Foi uma leitura rápida. É um livro que não segue uma narrativa muito estruturada, não tem aquele tipo de enredo que se costuma seguir num livro. É um livro que foge um bocado a esse padrão, porque é narrado por um adolescente de 15 anos que sofre de autismo. E portanto, a narrativa vai andando ao ritmo dos seus pensamentos, dos seus sentimentos, das suas perspectivas. Os seu pensamentos vão sendo um bocado aleatórios, e tão depressa está a dizer algo que nos faz rir, como a dizer algo que é altamente supreendente, que nos choca, que nos entristece.
E, portanto, é um livro que nos traz muitas emoções.
A parte do cão morto logo no início custa um pouco a ler. Também custa um pouco a sentir o quanto este jovem ao mesmo tempo que era amado, tinha por parte dos pais algum sentimento de não saberem bem o que fazer com ele, como lidar com ele, como o ajudar nos momentos mais difíceis.
A revelação do crime chocou-me um pouco, mas depois o assunto quase perde relevância perante esta mescla de pensamentos e sentimentos que Christopher nos dá, sem termos grande tempo para nos preparar.
É um livro muito interessante por causa disto, por nos ser narrado por uma personagem tão peculiar, alguém super inteligente e ao mesmo tempo muito ingénuo e delicado, que apenas tenta perceber onde se enquadra no mundo e com as pessoas.
Gostei bastante!