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Curly aos Bocadinhos

Curly aos Bocadinhos

Leitura Terminada

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Sinopse

As pessoas dizem que Björnstad, a Cidade do Urso, está acabada. A pequena localidade aninhada nas profundezas da floresta tem vindo lentamente a perder terreno para as árvores, sempre invasoras. Mas junto ao lago existe um velho rinque, construído há gerações pelos trabalhadores que fundaram a cidade. E esse rinque é o motivo pelo qual as pessoas acreditam que o dia de amanhã será melhor do que o de hoje. A equipa de juniores de hóquei no gelo está prestes a competir nas meias-finais nacionais e tem realmente hipóteses de vencer. Todas as esperanças e sonhos deste lugar repousam agora sobre os ombros de uma mão-cheia de rapazes adolescentes.

Mas ser o responsável pelas ambições da povoação inteira é um fardo pesado, e o jogo das meias-finais torna-se o catalisador de um ato violento, que traumatizará uma rapariga e deixará Björnstad em pé de guerra. São feitas acusações que, como uma pedrada no charco, percorrem a cidade, afetando todos.

 

Malta, é assim, se ainda não leram e têm como objectivo descobrir um autor novo, eh pá, experimentem este e não digam que vão daqui. Este homem dá cabo de mim com os seus livros, com as suas histórias mirabolantes e com retratos tão bem feitos de pessoas, de comunidades, de emoções...rebenta-me!!

Dei 5 estrelas a este livro. Pensei em dar menos, se calhar porque ainda guardo no coração com muito carinho as histórias da Elsa e do Ove, mas acabei por dar as 5 estrelas, porque o livro é bom, mas bom.

No início pensei que não ia gostar muito porque a história se centra numa comunidade que vive em torno do hóquei, que é um desporto que não ligo muito.

Mas o autor agarrou-me completamente, deixou-me em pulgas, fez-me vibrar com os golos, fez-me sentir um medo imenso de acontecerem certas coisas a certas personagens, fez-me sentir uma raiva horrível a ponto de quase querer rasgar o livro à dentada (ou o e-reader) e deixou-me zangada e com sentimentos de injustiça em relação a certas questões.

Mas é um retrato maravilhoso de uma comunidade pequena, que vive intricada nos seus segredos e numa população que tem de remar toda para um lado, para garantir a sua identidade, porque têm algo e sem isso não são nada. E porque remar no sentido contrário é um sarilho sério.

Como mãe de uma adolescente, senti muita revolta por uma situação e pela forma como a coisa não se resolveu da forma que gostaria, mas adorei a Maya, e adorei o Peter, e a mãe da Maya, e o Amin, e tantos outros personagens, que quase perdoei os outros...ou melhor, não perdoei, mas quase me esqueci deles, porque não mereciam o meu tempo.

Algumas personagens revelaram um carácter imenso e uma coragem gigante e foi mais uma história que me dilacerou as emoções, me deixou cicatrizes no coração e não sei como este homem consegue over and over fazer isto nos livros que escreve! A capacidade que tem de descrever pessoas e as relações entre estas é fabulosa. A forma como transmite tão bem o que sente uma mãe, o que sente uma criança, o que sente um adolescente, o que sente um homem de quem se espera que seja forte, duro, lutador mas que é diferente, enfim, é de uma riqueza que adoro! Fui arrebatada e adorei, mesmo quando achei que não seria possível.

Leiam Fredrik Backman!