Leitura terminada
Consegui finalmente terminá-lo ontem! Quase um mês para ler um livro de Zafón, credo! Ainda era um bocadinho calhamaço, com umas 560 páginas e nem sempre lhe consegui pegar.
Gostei muito deste livro. Voltar ao Cemitério dos Livros Esquecidos. O amigo Sempere e a sua livraria e esta história à volta dos livros e da alma dos escritores. Até onde estaria disposto a ir um escritor para orgulhosamente ver o seu nome escrito num livro?
Neste livro achei Zafón mais crescido, mais maduro na forma de escrever. Como de costume encontro sempre frases muito boas para guardar registo, porque de alguma forma me dizem algo.
"Um escritor nunca esquece a primeira vez em que aceita umas moedas ou um elogio a troco de uma história. Nunca esquece a primeira vez em que sente no sangue o doce veneno da vaidade e acredita que, se conseguir que ninguém descubra a sua falta de talento, o sonho da literatura será capaz de lhe dar um tecto, um prato de comida quente ao fim do dia e aquilo por que mais anseia: ver o seu nome impresso num miserável pedaço de papel que certamente lhe sobreviverá. Um escritor está condenado a recordar esse momento pois nessa altura já está perdido e a sua alma tem preço."
"Ninguém sabe o que é a sede até beber pela primeira vez."
"Nesta vida tudo são disparates. É só uma questão de perspectiva."
"As ideias más vêm sempre aos pares."
"A justiça é uma extravagância da perspectiva, e não um valor universal."
"O silêncio faz com que até os ignorantes pareçam sábios durante um minuto."
"É impossível sobreviver num estado prolongado de realidade, pelo menos para o ser humano. Passamos uma boa parte das nossas vidas a sonhar, sobretudo quando estamos acordados."
"Um intelectual é habitualmente alguém que não se distingue propriamente pelo seu intelecto. [...] Atribui-se esse qualificativo para se compensar da impotência natural que intui nas suas capacidades." - nem sabem o quanto gostei desta!
"Não há nada no caminho da vida que não saibamos já antes de o iniciar. Não se aprende nada de importante na vida, apenas se recorda."
"Todos os livros [...] têm alma. A alma de quem os escreveu, a alma daqueles que os leram e viveram e sonharam com eles. De cada vez que um livro muda de mãos, de cada vez que alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espírito cresce e torna-se mais forte."