Leitura terminada
Ontem à noite segurei as duas últimas páginas do livro, não só pela intriga ali criada, que me faz ansiar por um quarto livro que ainda não existe, mas porque não queria, mais uma vez, que o livro acabasse. É assim com Zafón.
Foi esclarecedor, de facto, em relação a alguns aspectos do livro anterior, mas continuam ali algumas pontas soltas e criou-se ali uma intriga no fim (pelo menos eu achei) que era capaz de merecer uma continuação da história.
O Fermín Romero de Torres é uma personagem super cómica, um homem extremamente espirituoso e sempre com respostas fantásticas na ponta da língua. Um gajo com muita piada.
O enredo que se cria, a forma como as personagens se tocam e a história se interliga com os livros anteriores é fantástica, mas ainda melhor é a forma como Zafón escreve, que nos faz virar páginas e páginas e ficar sempre com pena quando o livro acaba.
Deste livro não extraí tantas citações jeitosas, mas ainda assim aqui ficam algumas:
"As pessoas de alma pequena rebaixam sempre os outros [...]"
"Tudo o que é bom está sempre fechado à chave."
"Tudo neste mundo é falso, jovem. Tudo, menos o dinheiro."
"Por vezes, julgo que Darwin se enganou e que, na verdade, o homem descende do porco, dado que, em oito de cada dez hominídeos, haverá um chouriço à espera de ser enchido [...]"
"No que respeita aos bancos, tento evitá-los o mais possível, dado que [...], por norma, são eles que nos assaltam."
"O louco julga sempre que são os outros que estão loucos."
"Por que será que todas as guerras são vencidas pelos banqueiros?"
"Nesta vida perdoa-se tudo, menos dizer a verdade."
"Eu, por princípio, sou ateu [...]. Ainda que, na verdade, tenha muita fé."