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Curly aos Bocadinhos

Curly aos Bocadinhos

Leitura terminada

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Eu conheço uma pessoa que, de vez em quando, faz festinhas nos livros. De uma maneira muito fofinha.

 

Hoje, quando voltei a última página deste livro, abracei-o. De verdade! Felizmente ninguém viu a minha figura, coff coff. Adiante.

 

Oh pá, o que dizer? Foi mesmo aquilo que queria e que estava a precisar! Foi perfeito para estes dias frios e de sol para estar enrolada na manta. Por acaso não o acompanhei de chocolate quente e bolachas, mas bebi alguns chás e comi chocolate antes e depois, conta?

 

Bom, depois de babar muito com a capa e contra-capa, pensei que não ia sequer envolver o livro na capa de livros, para as poder mirar. Mas depois lá o protegi, não o fosse javardar com qualquer coisa, o que seria um desgosto. E por falar em envolver, este livro agarrou-me praticamente desde as primeiras páginas (o que nem sempre acontece com os livros). Talvez por ter uma criança com a idade do meu filho mais novo no centro da história, mas com um problema de saúde grave. Mas não foi só por isso.

 

Trisha transporta-nos novamente a Sticklepond e voltamos a encontrar tantas personagens já conhecidas dos livros Desejos de Chocolate e Sapatinhos de Chocolate. Uma pessoa sente-se com se tivesse ido passar o Natal com a família! 

 

Com os livros da Trisha isto foi sendo um crescendo, o primeiro custou-me a ler, o segundo gostei bem mais, e este foi o melhor. 

 

Gostei muito da forma como a história se foi desenrolando de tal modo que, apesar de ter sido algo prevísivel (ou ao encontro das minhas expectativas), nunca o larguei ou me aborreci, porque era tão quentinho e reconfortante como aqueles dias em que chegamos a casa cheios de frio e vestimos o pijama e o robe quentinhos e calçamos as pantufas fofas.

 

Adorei a Cally, por ser uma querida, boa pessoa, boa mãe e, talvez, digo eu, porque me fazia babar com tanta receita e descrição de bolos. Gostei do Jago, por ser um homem bom e pela forma como se envolve na situação. E porque acredito que, quem meus filhos beija, minha boca adoça.

 

A dada altura comecei com palpitações a pensar se o livro ainda poderia acabar mal no que a algumas partes dizia respeito, mas depois pensei, não pode ser, é um livro natalício, isto tem de acabar bem, pá!

 

Não vos vou dar muito mais descrição sobre as personagens ou sobre a história, para lá da sinopse, porque não quero ser spoiler.

 

Bom, em suma, adorei, apetecia-me ler de novo e até o faria se não tivesse uma torre de livros em lista de espera. Acho que Sticklepond não existe, mas fico cheia de vontade que existisse e que pudesse ir até lá passar o Natal. 

 

No final do livro, como se não bastasse toda a baba provocada com os bolos da Cally, o croquembouche do Jago e os macarons, ainda somos brindados com 3 receitas deliciosas, oferecidas pela Trisha aos seus leitores. Maravilha! 

 

Obrigada, Quinta Essência por mais esta oportunidade e por me permitirem ter na estante um livro tão comovente, doce e lindo!

 

Agora só me falta um dia conseguir ler a Noite de Reis desta autora, que também me cheira que é assim bom como este...

 

 

PS - deixo-vos apenas uma citação com a qual me identifiquei.

 

"A comida tem de parecer suficientemente boa para se comer, mas não precisa de ganhar um concurso de beleza. Odeio este culto da "apresentação da comida", em que alguém anda às voltas com a comida, juntando uma pitada disto e um pingo daquilo, massacrando-a a cada momento, ou então quando a revista contrata um estilista de alimentos, que é um pouco como aplicar maquilhagem com aerossol a uma modelo de moda naturalmente bela, preparando um padrão inatingível porque é irreal."