Leitura terminada
Bom, depois de alguma indecisão, acabei por pegar neste. Olhei bem para ele e pensei "isto é livro para se calhar se conseguir ler bastante rápido, verdade?". E assim foi. Peguei-lhe ontem e só não o acabei à noite porque me começou a dar uma real dor de cabeça e tive de o largar. Mas hoje consegui retomar a leitura e levar a história até ao fim (ainda que a dor de cabeça se mantenha...nem é bem dor de cabeça, é uma espécie de pressão na zona logo acima dos olhos, que já me está a enervar).
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Este livro conta-nos a história de Eddie, um rapazinho de doze anos que, chegado ao Natal, desejava ardentemente receber uma bicicleta. Apesar de ter perdido o seu pai há 3 anos e a situação financeira da família ter piorado. Depois de muito a ter pedido e por achar que a merecia, chega à manhã de Natal e recebe como prenda da mãe uma camisola de lã, tricotada por ela, com muito amor e carinho.
Eddie fica muito, muito, muito zangado por receber "uma estúpida e feia camisola tricotada à mão" e atira-a para um canto do quarto. E toda essa sua raiva despoleta uma série de emoções e sentimentos negativos e eventos inesperados e tristes, que o levam a um ponto de quase não retorno.
Eddie era demasiado novo para perceber o valor simbólico de uma prenda tricotada pela mãe com tanto amor e, por isso, decide questionar tudo e todos à sua volta. Mas vai ter de descobrir que na vida há coisas muito mais importantes do que receber a prenda que se queria, ainda que até chegar a essa percepção tenha de passar por um grande conflito interior.
Na altura em que comprei este livro pensei que se calhar ia ser daqueles que estava a comprar pela capa, mas que ia ser uma decepção. Mas é uma história apaixonante, emocionante, carregada de simbolismos (com alguma conotação religiosa) e que nos deixa a pensar quantos de nós não tivemos já um ou vários momentos na vida em que nos deixámos consumir pela raiva e ficámos cegos a tudo o resto, por causa de algo que não valia a pena. Eu certamente que já e mais do que uma vez, infelizmente. Apesar de saber que não é o melhor. Mas por vezes é muito difícil lidar com as emoções.
Este livro fala-nos de amor, de amizade, da importância da familia, dos valores do Natal - a partilha, o reunir a família, o convívio, partilhar uma refeição em conjunto, esperar a neve na noite de Natal...não podia ser mais adequado para a altura em que estamos e em que por vezes nos esquecemos destes valores e achamos, tomados pela febre do consumismo, que o Natal é sobre trocar prendas caras.
E fala-nos também de fé, fala-nos de Deus e da capacidade que nos dá de termos segundas oportunidades, de reconsiderarmos, de nos redimirmos de algo que fizemos de errado. É um livro que, nesse ponto, poderá colidir com as crenças de cada um. Mas religião à parte, é um livro fascinante, imperdível, que devia ser lido por crianças, talvez a partir dos 10 anos ou algo assim, para lhes serem passados estes valores e para ganharem um pouco de perspectiva em relação à noção de Natal que têm.
Não estou nada arrependida de o ter comprado e recomendo a sua leitura. Acho que é um livro que vou guardar com especial carinho e tentar reler todos os Natais.
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Para lá da história, o que me encantou desde logo neste livro foram as ilustrações, os pormenores, a capa e a contracapa. Ora vejam lá se não é fofo:
E quem tem um marcador natalício super fofo também, quem é?