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Curly aos Bocadinhos

Curly aos Bocadinhos

Leitura Terminada

Pronto, lá me mentalizei que hoje era dia de me sentar toda lindinha com o portátil no colo!

É que depois tenho uma crise de Alzheimer e já nem me lembro do nome dos livros, quanto mais se gostei ou não deles e porquê...

 

Então cá vai alho!

 

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Ora, a este livro, como já tinha referido anteriormente, dei 3 estrelas no Goodreads, à semelhança do que aconteceu com o tão aclamado na altura "A Rapariga no Comboio".

Mais uma vez, fico com a sensação de que esta autora tem uma grande equipa de marketing por trás e, portanto, cria-se sempre esta enorme expectativa em torno dos seus livros, só que depois nem sempre são tão arrebatadores como se publicita.

Bom, se calhar podia ter dado 3 estrelas e meia, vá! Porque, em boa verdade, até que gostei um pouco mais deste do que do anterior. O anterior era mais aborrecido, mais enrolado. Este sempre era um pouco mais dinâmico.

Só que, aquilo que o torna mais dinâmico, é também o que o torna mais difícil de acompanhar, pelo menos até metade ou mais do livro. Porque no livro "A Rapariga no Comboio" a história ia sendo contada na perspectiva de 3 personagens. Neste acho que perdi a conta. Os capítulos eram curtos e cada capítulo era quase sempre uma personagem nova a "contar" mais uma parte da história, a lançar mais uma pitada de sal, a mostrar outra perspectiva. Tinha sempre de me concentrar um bocado e pensar bem "ah, quem é este/a mesmo?". Um fluxograma a certa altura tinha dado jeito.

Neste livro aborda-se a temática do suícidio, porque parece ser ao que recorrem as mulheres daquela terra enredadas em "problemas", sendo que para tal se decidem afogar nas águas daquele rio tão chamativo.

Mas nem tudo o que parece é.

É mais um livro com uma componente muito forte sobre a parte psicológica das personagens e isso é algo que me agrada, sem ter sido tão aborrecido como o outro livro desta autora.

Há as personagens que parecem más e nos assustam psicologicamente, mas depois é fogo de vista.

Há as personagens um bocado de cuca frita, que até têm a sua piada.

Há as personagens que parecem boas e que afinal são más.

Há personagens recentes e personagens muito antigas, porque as histórias em torno do rio já têm muitos anos.

Há personagens reais e personagens meio fantasmas que comunicam com os vivos.

Tudo junto cria um enredo interessante e quando chegamos ao final, mesmo ao final, levamos a estalada-mor da revelação. Sem um exagerado clímax final. Assim uma coisa muito descontraída, pronto, já tudo se esclareceu, vamos aqui concluir como ficaram algumas personagens depois dos eventos finais, só que não, porque afinal faltava aqui o golpe final. Tau!! E mais não posso contar porque senão vocês batem-me por ser spoiler.

 

Portanto, eu até gostei do livro e, como digo, mais do que o outro. Só que há qualquer coisa na escrita desta autora que não me mexe os cordelinhos da forma certa e que não me cria aquela tensão mesmo a sério e não me dá uma grande chicotada final, porque lhe falta conseguir elevar os finais a algo mais grandioso. Algo que já encontrei noutros livros. E depois de tanto livro uma pessoa começa a comparar.

É um livro interessante, não deixem de ler. Mas para mim, precisava de mais salero.

 

PS - Acho que esta autora tem uma certa tendência para a depressividade. E é isso que me aborrece de algum modo. Se calhar para ganhar salero precisa, sei lá, de ir a Espanha conhecer o Joaquín Cortez e dançar um bocado de flamenco ou abanar as ancas ao som de salsa ou isso. Era capaz de lhe melhorar a escrita, coff coff...Mas isto é só a malta a ser má lingua (eu hoje também estou deprimida porque se acabaram as férias, por isso estou perdoada, verdade?)

 

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