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Curly aos Bocadinhos

Curly aos Bocadinhos

Leitura Terminada (antes do Natal)

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Bem sei, este blog anda um bocadinho votado ao abandono. O facto de estar de férias, de ser Natal e de estar este clima extraordinário faz com que a malta ocupe o tempo muito em actividades de outdoors, e quando está em casa ocupa-se com outras coisas, dando alguma preguicite para outras.

 

Portanto, ainda que com algum atraso, aqui fica a minha opinião sobre este livro, cuja leitura já terminei há uns dias, antes ainda do Natal, mas nem sei bem ao certo em que dia.

 

Como começar? Chelsea Cain! Um nome a reter. Para estar atenta a novos livros, porque é uma autora cujo nome importa fixar.

É uma autora que conseguiu escrever um livro onde aborda temas como a pedofilia, a pornografia infantil e o rapto de crianças que estes dois temas costumam envolver, sem nos deixar absolutamente chocados, mas num constante estado de alerta, criando uma quase imediata empatia e simpatia com as personagens principais. 

O livro começa pelo resgate de Kick, que tinha sido raptada aos 6 anos, precisamente 6 anos depois. Quando Kick já achava que fazia parte daquela família e que tudo aquilo que vivia era perfeitamente normal, pelo que tinha de defender aquela família com unhas e dentes de qualquer estranho que se tentasse aproximar.

É um livro psicologicamente perturbador, porque a personagem se "despe" muito rapidamente e mostra logo o que é, as suas fragilidades e é por aí que se cria uma imediata empatia. Por nos mostrar, ainda que de forma muito subtil, o nível de perturbação que têm desde logo os adultos envolvidos em esquemas de pedofilia e pornografia infantil, mas também o nível de perturbação que fica numa vítima. Sendo que depois uma vítima pode lidar com a sua situação de formas muito diferentes. 

Kick escolheu canalizar a sua raiva para as artes marciais, para se aprender a defender de modo a garantir que nunca mais caíria nas garras de uma rede assim. 

O pai abandonou a família pouco tempo depois de ela ser resgatada e tem uma relação péssima com a mãe que apenas a gosta de usar como forma de ganhar dinheiro com entrevistas e fotos para revistas, etc. Mais uma perturbada, coitada!

E é então que Kick conhece o misterioso Bishop, que lhe pede ajuda com o caso de duas crianças desaparecidas.

Aqui confesso que me fez alguma confusão como é que alguém com uma atitude tão defensiva se deixou tão facilmente enredar por um estranho e se viu envolvida em cenas maradas. Ainda que, pensando bem, talvez tivesse sido fácil porque na verdade Kick vivia obcecada em seguir todos os casos de crianças desaparecidas. Ao menos colocou o seu trauma ao serviço de algo útil.

Assim, vemo-nos levados numa trama vertiginosa, num enredo excitante e empolgante, mas sempre com aquela sensação na nuca de que há qualquer coisa de errado, em especial com o Bishop. Quem é ele afinal, porque pediu ajuda a Kick, quais são os seus objectivos? Estive sempre com estas questões na cabeça, há qualquer coisa ali que não me cheira bem. 

 

Chegados ao fim a trama mantém-se em suspenso, porque parece que toda uma nova série de possibilidades se abre! Portanto, espero que o livro tenha continuação, porque quando termina ficam muitas coisas em aberto e queremos mais.

 

Um thriller muito bem conseguido, com a dose certa de adrenalina e que nos deixa a suspirar por mais, é tudo o que esperava deste livro e foi isso que tive.

 

Quando é que sai a continuação?

 

Muito obrigada à Saída de Emergência pelo envio deste livro e por me darem a conhecer uma nova autora, ainda por cima tão boa!

 

SdE