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Curly aos Bocadinhos

Curly aos Bocadinhos

Leituras Terminadas

Poder-se-ia pensar que, estando uma pessoa em casa, ia despachar grandemente a pilha de livros por ler. Só que não. Porque, vamos lá ver, estou em casa, mas trabalho as normais 8h por dia. E ainda tenho de dar assistência pelo menos ao meu miúdo com as actividades escolares, pois ainda não tem a autonomia da irmã. E fazer trinta mil coisas em casa.

Portanto, o tempo de leitura continua a ser mais ou menos o mesmo. Ou menos ainda. Porque não tenho conseguido aproveitar a hora de almoço para ler tranquilamente umas páginas com a malta toda em casa. E tenho dias em que não me apetece ler. Talvez por agora trabalhar as ditas 8h num portátil que não tem o maior dos ecrãs e sinto a vista cansada ao final do dia.

De qualquer modo, vamos lá fazer a review das últimas duas leituras que fiz. 

 

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SINOPSE

Tenho andado a segui-la nos últimos dias. Sei onde faz as compras de supermercado, a que lavandaria vai, onde trabalha. Nunca falei com ela. Não lhe reconheceria o tom de voz. Não sei a cor dos olhos dela ou como eles ficam quando está assustada. Mas vou saber.
Filha de um juiz de sucesso e de uma figura do jet set reprimida, Mia Dennett sempre lutou contra a vida privilegiada dos pais, e tem um trabalho simples como professora de artes visuais numa escola secundária.
Certa noite, Mia decide, inadvertidamente, sair com um estranho que acabou de conhecer num bar. À primeira vista, Colin Thatcher parece ser um homem modesto e inofensivo. Mas acompanhá-lo acabará por se tornar o pior erro da vida de Mia.

 

Este thriller psicológico foi uma leitura bastante interessante.

É, contudo, uma leitura com um ritmo um pouco lento. Porque é uma história que se foca imenso na densidade psicológica das personagens. O que é bom e mau ao mesmo tempo. Bom para quem, como eu, aprecia uma exploração da mente das personagens. Mau, porque é um caminho que normalmente torna a leitura mais lenta e pode não agradar a quem prefira thrillers mais vertiginosos. 

De qualquer forma é uma história muito bem conseguida que nos prende da primeira à última página. Na história vamos tendo as perspectivas de Colin, do detective que tem o caso do desaparecimento de Mia e da mãe de Mia.

Só no final temos a perspectiva adicional de uma personagem que está praticamente apagada no resto do livro.

Faz uma boa exploração das personagens, dos motivos, do passado, das emoções e desmistifica bastante o conceito da família endinheirada perfeita, com pessoas em funções de relevo na sociedade.

É um bom retrato sobre as consequências que a falta de afecto pode provocar e realça o quanto os miúdos precisam de se sentir valorizados pelos pais.

É uma história perigosa, porque nos deixa no limite de termos pena do raptor e de até acharmos que tem bom coração, apesar de todos os crimes que já cometeu.

E depois tem um final com um twist bem conseguido, ainda que para mim não tenha sido completamente surpreendente. Foi mais surpresa o como e não tanto quem e porquê. E, por isso, não lhe dei as 5 estrelas.

Mas recomendo-vos esta leitura, se gostam de um thriller viciante que faz uma boa exploração da complexidade da mente humana.

 

***

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SINOPSE

Numa noite quente de verão, a inspetora-chefe Erika Foster é chamada à cena de um crime. A vítima, um médico, é encontrada asfixiada na cama. Tem os pulsos amarrados e os olhos parecem querer saltar-lhe das órbitas através do saco de plástico transparente que lhe cobre a cabeça e o sufocou. Alguns dias mais tarde, outra vítima é encontrada exatamente nas mesmas circunstâncias. À medida que Erika e a sua equipa intensificam as investigações deparam-se com um assassino em série inteligente e calculista - que persegue e sabe tudo sobre as vítimas antes de escolher o momento certo para atacar.

As vítimas são homens solteiros, com uma vida muito reservada e um passado envolto em segredo. Porém, podem não ser as únicas pessoas a ser observadas... Erika começa a receber mensagens enigmáticas e a sua própria vida corre perigo. Ela tudo fará para desvendar o mistério que rodeia estes crimes, ainda que isso signifique arriscar a sua carreira na polícia. 

 

Este foi o segundo livro que li deste autor e da série Erika Foster.

Quando li a sinopse e comecei esta leitura, lembrei-me de um dos volumes do Arlidge da série Helen Grace, que também começava com um crime deste género.

E pensei que se calhar não ia gostar muito, porque talvez fosse ser um bocado igual. Mas até que seguiu o seu próprio caminho.

Como sabem, não tinha ficado lá muito fã do primeiro volume desta série.

Mas este volume agradou-me bastante mais.

É um livro com um excelente ritmo, capítulos curtos, que mantém o interesse.

Neste volume já me consegui ligar um pouco mais à Erika Foster e apreciá-la mais como personagem e como detective.

A história tem um assassino fora do comum, o que torna tudo mais interessante.

Confesso que cheguei ali a uma certa parte do livro e pensei "Oh, meu Deus, pronto, vou detestar este livro". Mas, fiquei supreendida porque apesar desse momento, a história conseguiu manter-me interessada até ao último minuto.

A exploração psicológica do assassino está bem conseguida, conseguimos perceber as suas perturbações e motivações e tudo parece consistente com os crimes.

Os momentos de tensão são bem criados e vão sendo bem injectados na história.

O assassino convence e sentimos aquele receio de nos cruzarmos com ele, o que quer dizer que é credível.

E também vamos acompanhando a mente retorcida de outros personagens, o que eleva a fasquia.

Senti-me solidária com a Erika no final, achei que foi bastante injustiçada.

E fico curiosa com os próximos volumes desta série.

Dei-lhe 4 estrelas no Goodreads.

Mais por uma questão de gosto pessoal. Porque pessoalmente prefiro histórias que criem o twist de outra forma. 

Mas foi uma leitura bastante boa.

 

Boas leituras a todos, nesta fase estranha que estamos a passar.