Leituras terminadas
Depois da pica com que me apanhei a partir de Julho (primeiro período de férias) em que me pus a "devorar" livros (alguns mais para o calhamaço), comecei a ler este livro ali uns dias antes de começar o novo ano lectivo, com todas as rotinas e correrias inerentes. Demorei para caraças até o acabar, comparando com algumas leituras anteriores. Tive muitos dias em que não me apetecia ler, outros em que queria ler mas não tive tempo. Nada por culpa do livro, mas da minha predisposição e cansaço. Mas pronto, virei hoje a última página e ainda me sinto meio zonza.
O livro não tem uma leitura difícil, mas sente-se como que uma espiral em crescendo, que nos vai fazendo ficar mais e mais empolgados, apesar de alguma, não diria dificuldade, mas de alguma necessidade de parar a leitura, voltar umas páginas atrás, muitas datas, muitas localizações, muitos nomes diferentes a surgirem a cada 4 ou 5 páginas.
Também, algo assim a nível internacional, tinha mesmo de ser apresentado desta forma, porque na verdade, muitas coisas aconteciam em simultâneo e era preciso entrar na história de várias pessoas para se irem percebendo os contornos das motivações e a forma como esta rede de crime funcionava e tocava tantas pessoas em tantas partes diferentes do mundo. E tudo ali, à distância de uns cliques.
Passei a levar muito mais a sério o spam que recebo por email. É assustador pensar que algo daquele nível possa estar por detrás de alguns emails que vão para o nosso junk folder. Aliás, aquilo era obra de alguém muito lunático, mas quantos não há por aí? Como saber se não existe mesmo uma organização que leva a cabo operações daquelas? Claro que uma pessoa foi lendo o livro sempre a pensar que alguma coisa ia ter de correr mal a dada altura para a organização criminosa abanar. Porque, quase podia ser, mas ainda não foi o crime perfeito. Com seres humanos por trás, há sempre algo que vai correr mal.
O destino dos líderes da organização não me surpreendeu. Acho que imaginava um final assim já umas páginas antes. Não esperava era o twist da última página. E agora? O que vai acontecer a seguir? Mas então...? Mas como raio é que...? But how did they...?
Questions, lots of questions...
E, desculpem lá o spoiler, mas achei curioso que, apesar da rede de colaboração que se criou entre as forças policiais de vários países, no fim chegaram lá os russos e partiram a loiça toda sozinhos. Foi uma lufada de ar fresco de todos os livros e filmes em que são os Americanos a salvar o Mundo. De vez em quando é preciso serem outros os heróis.
Bem feito, dava um excelente filme, daqueles thrillers em bom que tanto gosto de ver!
“O problema com as pessoas, pensou ele, é que imaginamos a vida como uma larga autoestrada. Logo na adolescência começamos a fantasiar sobre como serão as nossas vidas, no que é que vamos trabalhar, onde é que viveremos, como é que se parecerão e serão os nossos parceiros, quantos filhos teremos, quanto dinheiro iremos ganhar. Pensamos nisso tudo e fazemo-nos à estrada, pé a fundo no acelerador, e alguns de nós saem da estrada na primeira curva apertada, outros algumas voltas depois. Precisamos de muitos, muitos anos para perceber que a estrada da vida está cheia de curvas apertadas e às vezes nem mesmo um conhecimento antecipado excepcional ou a habilidade de fazer essas curvas podem evitar que saiamos da via.”