Leituras terminadas e o medo de vírus
Quando o meti na capa, acompanhou-me um dia ou dois sem que o conseguisse abrir e começar. Até que o abri. E, como de costume, Zafón tem este dom de me fazer querer virar páginas avidamente.
Hoje, numa ida ao Hospital para acompanhar Semi-Deus (que nunca mais se livra das suas belas viroses e coisas), que se prolongou bastante no tempo, deu para conseguir terminá-lo.
Mais uma vez, gostei muito. Gostei mais deste Marina do que daquela trilogia d' O Princípe da Neblina, O Palácio da Meia Noite e o Luzes de Setembro, apesar de também ter gostado desses.
As histórias andam quase sempre à volta dos espectros, dos espíritos, dos mortos-vivos, mas desta vez gostei do twist um pouco diferente. Parecia que ia ser mais do mesmo, mas não foi bem igual.
Fiquei com pena que mais uma vez o final não tivesse sido feliz. Será que algum dos seus livros consegue ter um final feliz?
"Só as pessoas que têm algum lugar para ir podem desaparecer"
"- Deve ter percebido que não temos eletricidade, Óscar. Na verdade, nós não damos muito crédito aos avanços da ciência moderna. Afinal de contas, que tipo de ciência é essa, capaz de colocar um homem na lua, mas incapaz de colocar um pedaço de pão na mesa de cada ser humano? - Acho que o problema não está na ciência, mas naqueles que decidem como empregá-la - sugeri."
"- Às vezes, as coisas mais reais só acontecem na imaginação, Óscar - disse ela. - A gente só se lembra do que nunca aconteceu."
"A mesquinhez dos homens é um pavio em busca da chama"
PS - Será possível que as pessoas que vão para um Hospital/Centro de Saúde, não sejam capazes de tossir ou espirrar colocando um lenço à frente, a mão, o braço? Qualquer coisa que não seja abrirem a boca para se certificarem que espalham bem todas as porcarias? Porra, não se espera isso de crianças pequenitas, de 2 ou 3 anos, mas de adultos? Que falta de senso comum! Estive prestes, muito prestes a irromper por um qualquer gabinete médico dentro e a pedir desesperada um Victan, porque de repente me senti a ter um ataque de pânico, derivados da quantidade de cuspo alheio vindo na minha direcção. Até parece que as paredes se começaram a mexer e a sala a estreitar, credo!