Mais Netflix
Neste período da “quarentena” tenho tido uma maior necessidade de ver TV. Nada de muito excessivo, mas às vezes depois do jantar, em vez de me agarrar aos livros, prefiro abancar no sofá a ver TV. Ou em família ou algo ao meu gosto, quando o resto da malta prefere ir fazer outras coisas.
Venho aqui recomendar-vos umas séries que vi recentemente e adorei. São excelentes!
Não são séries divertidas, abordam temas sérios, mas estão muito boas.
- “Unorthodox” – uma minissérie com apenas 4 episódios, mas que consegue ser bastante tocante. Fala-nos da fuga de uma jovem de uma comunidade de judeus hassídicos de Brooklyn. Tem cenas muito frias e realistas, que nos fazem sentir um bocado na pele o que estamos a ver. Havia algumas coisas que já sabia sobre estas comunidades, mas fiquei a saber de mais umas. Por exemplo, não sabia que as mulheres no dia do casamento tinham de rapar os cabelos e depois usavam perucas. É só estranho. Vale bem a pena ver!
(este momento é tão libertador! dei por mim a expirar fortemente, sem dar conta tinha prendido a respiração)
A propósito deste tema já alinhei na minha lista mais umas séries e filmes sobre este tópico, nomeadamente o filme baseado no livro “Desobediência” de Naomi Alderman que li já em 2017. Creio que tem o mesmo título, se não estou em erro.
- “Kalifat” – é uma produção sueca e a história alterna entre a Suécia e a Síria. São apenas 8 episódios, mas bolas, que tensão constante!! O tema principal é o “recrutamento” de adolescentes na Suécia para o Estado Islâmico. Ao mesmo tempo que acompanhamos essa situação, vivemos a situação de Pervin, uma jovem mãe que vive na Síria (foi uma dessas mulheres que fugiu da Suécia para lá porque achava que ia ser giro) e é mulher de um membro do ISIS que quer fugir daquela vida e vai pedir ajuda a uma agente sueca dos serviços secretos. Portanto, entre a vida de Pervin, as adolescentes em fuga para a Síria e o eminente atentado na Suécia, o coração de uma pessoa não para de bater desenfreado. Chorei para caraças no fim. Houve coisas que achei tão injustas, mas suponho que isto é mesmo assim. Não é algo que seja um conto de fadas e acabe sempre bem. Vejam, se puderem.
- “Fauda” – há muito tempo que não papava uma série maior tão depressa. Tem 3 temporadas e tenho pena que não haja mais episódios para ver. Fauda quer dizer caos e esta série é passada principalmente em Israel e foca a vida de uns agentes secretos de Israel e a sua luta contra o terrorismo do Hamas e algures no tempo também do ISIS. E aborda temas como a guerra entre árabes/palestinianos/judeus, e as confusões em Gaza (mais na última temporada), que é bastante diferente de Israel.
O actor principal Lior Raz é também produtor da série. Pelo que percebi ele foi agente secreto em Israel e, portanto, a série soa-nos bastante credível. Sem grandes efeitos especiais à americana, foi uma série que me manteve super colada ao ecrã e sempre em grandes tensões.
Ainda assim, achei a terceira temporada um pouco mais fraca. Nas outras duas temporadas tive muito mais medo dos terroristas. Tudo me deixava mais arrepiada. Na última temporada, faltou um pouco mais de personalidade aos “maus”. E houve alguns pontos que para mim ficaram por explicar melhor. E gostava de ter visto outro final para alguns personagens. Não sei se a série vai continuar, mas era bom.
E ajudou-me a perceber um bocado melhor a confusão ali daquela zona.
:)
E para verem em família e com os miúdos, não percam o “Absurd Planet”. É uma série com 12 curtos episódios sobre aqueles animais mais estranhos ou com características mais fora do vulgar. Tem aquelas partes um bocado mais nojentas, mas a coisa alterna entre um “yuuuuuuuck” e muitas gargalhadas. A narração está a cabo da Mãe Natureza. Claro que tem vários trocadilhos que os putos nem sempre percebem, mas aqui em casa adorámos todos. E ficámos cheios de pena por não haver mais episódios. À falta de mais episódios, já estamos a rever a coisa, porque o puto pede para ver de novo :)